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Repórter Brasília

- Publicada em 05 de Janeiro de 2020 às 20:58

Monumento ao agronegócio


FACEBOOK/reprodução/JC
O Castelo de Pedras Altas (foto) é o monumento fundador do moderno agronegócio brasileiro. Está quase caindo. Habilitado para restauro, não encontra patrocinadores que viabilizem sua reforma e manutenção. A granja de Assis Brasil é um símbolo: com 400 hectares de área, incorpora todos os segmentos da produção primária. Portanto, não é uma pedra fundamental do latifúndio, mas da pequena propriedade produtiva, alerta o jornalista e escritor José Antônio Severo.
O Castelo de Pedras Altas (foto) é o monumento fundador do moderno agronegócio brasileiro. Está quase caindo. Habilitado para restauro, não encontra patrocinadores que viabilizem sua reforma e manutenção. A granja de Assis Brasil é um símbolo: com 400 hectares de área, incorpora todos os segmentos da produção primária. Portanto, não é uma pedra fundamental do latifúndio, mas da pequena propriedade produtiva, alerta o jornalista e escritor José Antônio Severo.
Diversificação de culturas
Pedras Altas, hoje, é desafio à memória da economia e da cultura dos campos brasileiros. O senador gaúcho Luis Carlos Heinze (PP) afirmou que "Pedras Altas foi o início da diversificação de culturas. Nós só tínhamos a pecuária de corte, depois veio a pecuária leiteira, depois a agricultura, a partir dos ensinamentos de Assis Brasil e da própria diversificação". O senador, um dos líderes do agronegócio, afirma: "Entro junto, pode colocar que entro nessa luta pela memória do agro".
Defesa desse projeto
Heinze adiantou: "Imagino buscar nas agroempresas que possam participar. A revolução que havia ainda no século passado, que foi quando começou essa revolução que fez a agricultura gaúcha, principalmente da Metade Sul. A diversificação foi o ponto alto. Vou ver a questão do prédio que está tombado, Lei de Incentivo à Cultura, onde a gente poderia buscar alguma coisa, para ver quem poderia patrocinar".
Tecnologia e produtividade
Joaquim Francisco de Assis Brasil lançou, em 1909, um grande desafio ao Brasil rural: "Nestas quatro quadras de campo (350 hectares), vou produzir mais que meu pai em quatro léguas de sesmaria (15,4 mil ha). Este foi o objetivo estratégico do atual agronegócio: tecnologia e produtividade em menos terra arada. A agricultura brasileira vem reduzindo área e aumentando colheitas".
Agropecuária do futuro
Dessa pequena granja, policultura, agrícola e pecuária mecanizada, no início do século XX, concluída em 1913, esse visionário estabelecia as bases para a agropecuária do futuro. No velho castelo, ainda podem ser encontradas máquinas e equipamentos funcionando, empregadas na produção de cereais, leguminosas, hortaliças, gados de leite e de corte, e cavalos árabes. As geringonças do alvorecer da mecanização em plena forma. É mais que um museu, é uma viagem na máquina do tempo.
A cultura dos campos
O castelo fica em Pedras Altas, na fronteira do Brasil com o Uruguai, entre os dois polos que lideraram a agropecuária gaúcha, no auge da hegemonia do Estado na produção de alimentos: Pelotas, cidade industrial de carne, orizicultura e fruticultura; e Bagé, triticultura, ovinocultura lanar e carnes, o maior mercado de gado bovino do País naqueles tempos. Assis Brasil é um gigante da história política, diplomática, econômica e cultural do País. Autor de A Cultura dos Campos (1898), livro seminal da ideologia do agronegócio contemporâneo.
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