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Ministério Público

- Publicada em 23 de Dezembro de 2019 às 03:00

Flávio informa lucro 82% superior ao declarado

Presidente da República admitiu que Mourão pode ser substituído

Presidente da República admitiu que Mourão pode ser substituído


/Wilson Dias/Agência Brasil/Divulgação/JC
Além de receber quase o dobro dos lucros da Bolsotini Chocolates e Café em relação a seu sócio, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido/RJ) declarou uma retirada de valores 82% acima do que a própria empresa relatou à Receita Federal, segundo investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).
Além de receber quase o dobro dos lucros da Bolsotini Chocolates e Café em relação a seu sócio, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido/RJ) declarou uma retirada de valores 82% acima do que a própria empresa relatou à Receita Federal, segundo investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).
De acordo com o MP-RJ, Flávio disse ter retirado R$ 793,4 mil de receita nos três primeiros anos de atividade da loja de chocolates, inaugurada em 2015. Só que a própria Bolsotini informou, em declarações de informações socioeconômicas e fiscais (DEFIS) relativas ao Simples nacional, que Flávio obteve, na verdade, R$ 435,6 mil no período. Segundo o MP, a Bolsotini não apresentou declaração de Imposto de Renda na mesma época.
A investigação também aponta divergências nas retiradas de Alexandre Santini, responsável por metade da sociedade com Flávio Bolsonaro. De acordo com os documentos, Santini declarou lucros de R$ 288,9 mil, valor mais de R$ 24 mil abaixo da transferência que a Bolsotini informou à Receita Federal.
Considerando os valores efetivamente retirados pelos dois sócios, o MP conclui que Flávio obteve quase R$ 500 mil a mais do que Santini nos três anos iniciais de atividade da loja. O valor equivale à cota de participação que deveria ter sido paga por Santini na empresa. Por outro lado, o MP não identificou aportes do sócio de Flávio até o fim de 2018.Os investigadores citam a "inexplicável desproporção na distribuição de lucros" da Bolsotini, "associada à coincidência do valor da diferença paga" a Flávio Bolsonaro em relação a seu sócio, para reforçar a suspeita de que Santini "possa ter figurado inicialmente nos contratos como 'laranja'".
O MP aponta que o dinheiro da "rachadinha" - quando os funcionários são coagidos a devolver parte do salário ao parlamentar - foi lavado na loja de Flávio e em transação de imóveis. Ao todo, os promotores suspeitam que o filho "01" do presidente Jair Bolsonaro tenha injetado recursos ilícitos não declarados no total de R$ 2,27 milhões nesses dois meios.
De acordo com o MP, a loja apresentou uma diferença de R$ 1,63 milhão entre o faturamento auditado pela administração do shopping e o valor efetivamente recebido nas contas bancárias entre 2015 e 2018. Um aspecto inusitado na movimentação financeira da loja de chocolates chamou a atenção dos promotores: apesar de a Páscoa representar o pico de vendas do segmento, este aumento não refletiu nos depósitos em dinheiro na conta da empresa. Os registros indicam que, em outros meses, as quantias chegaram a ser maiores do que no período da Páscoa.

Em meio a crise com filho, Bolsonaro fala de Moro como vice em 2022

Presidente da República admitiu que Mourão pode ser substituído

Presidente da República admitiu que Mourão pode ser substituído


/Wilson Dias/Agência Brasil/Divulgação/JC
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) avaliou abertamente a possibilidade de uma chapa com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, como seu vice nas eleições de 2022. Ele disse que é cedo para se apostar na composição com o ex-juiz da Operação Lava Jato. Mas afirmou que Moro, apesar de ainda não ter virado político, "está em adaptação".
A menção a Moro acontece na semana em que seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) foi alvo de busca e apreensão em investigação sobre suposto desvio de verbas na Assembleia Legislativa do Rio.
Segundo o presidente, "todo mundo fala" que o ministro, caso concorra à eleição presidencial de 2022, "tem muita chance". "Agora, tem de perguntar pro Moro se ele quer, ele agora sabe o que é política." Ao mesmo tempo, Bolsonaro admitiu que, se for preciso, pode substituir o general Hamilton Mourão como candidato a vice. "Se eu estiver bem, posso ser candidato à reeleição. Questão do vice é peça fundamental na campanha. Mourão está indo bem. Agora, vamos supor que eu esteja razoavelmente bem e tenha que trocar essa peça: já falei com Mourão sobre isso aí."
O presidente reconheceu que teve uma relação "tumultuada" com Mourão no começo do governo. Agora, segundo ele, isso está superado. 
A ideia de ter Moro como vice foi sugerida no começo do mês pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo e amigo de Bolsonaro, o general Luiz Eduardo Ramos. Ramos afirmou que a chapa seria imbatível.
O nome de Moro volta ainda a ser mencionado depois que pesquisa Ibope mostrou que a avaliação negativa do governo cresceu de 34% para 38%. Pesquisas mostraram ainda que a aprovação de Moro é maior do que a do presidente. 
Na conversa, em tom informal, Bolsonaro usava uma camiseta do Flamengo e afastava moscas com tapas no ar. Ele disse que a condução da investigação contra Flávio pelo Ministério Público do Rio "está sendo um abuso" e que, se teve um "estardalhaço enorme", pode ter sido por falta de provas."