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Política

- Publicada em 18 de Dezembro de 2019 às 20:25

Após operação do MP, Bolsonaro silencia e recebe Flávio no Alvorada

Bolsonaro participou de um evento religioso à tarde, mas chegou e saiu do local sem passar pela área onde estavam os jornalistas.

Bolsonaro participou de um evento religioso à tarde, mas chegou e saiu do local sem passar pela área onde estavam os jornalistas.


Alan Santos/Presidência da República/Divulgação/JC
No dia em que seu primogênito foi alvo de uma operação do Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) evitou a imprensa e recebeu o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), no Palácio da Alvorada nesta quarta-feira (18).
No dia em que seu primogênito foi alvo de uma operação do Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) evitou a imprensa e recebeu o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), no Palácio da Alvorada nesta quarta-feira (18).
O senador chegou à residência oficial da Presidência por volta de 17h30min em um carro oficial do Senado, cerca de 20 minutos antes do pai. Ao chegar ao Alvorada, o presidente desembarcou no térreo, onde o filho o aguardava, e não na garagem, onde o veículo costuma deixá-lo.
O encontro entre eles não consta na agenda oficial do presidente. Questionada, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto não soube informar o motivo da reunião.
Bolsonaro participou de um evento religioso à tarde, mas chegou e saiu do local sem passar pela área onde estavam os jornalistas. Na sequência, não fez discurso em cerimônia do Planalto e saiu do salão nobre evitando o local reservado à imprensa. Na semana passada, Bolsonaro disse que em breve viriam outras acusações contra seus familiares, mas não deu detalhes do que se tratava.
A operação da Promotoria apura suposta lavagem de dinheiro e a prática de "rachadinha" no gabinete de Flávio quando ele era deputado estadual no Rio. Além do hoje senador, foram alvo ex-assessor Fabrício Queiroz e outros ex-funcionários do gabinete. Também estão entre os 24 alvos da operação parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro - alguns deles moram em Resende (RJ).
Já foram recolhidos documentos e celulares na casa de alguns dos alvos. O Ministério Público não se pronunciou sobre a operação, alegando que o procedimento corre sob sigilo.
As buscas e apreensões ocorrem após quase dois anos do início das investigações contra Queiroz.
A Promotoria fluminense recebeu em janeiro de 2018 relatório do antigo Coaf - hoje Unidade de Inteligência Financeira (UIF) - apontando movimentações atípicas do policial militar aposentado.
Após pedido de Flávio, as apurações foram suspensas a partir de julho deste ano por liminar (decisão provisória) do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, mas foram retomadas neste mês após decisão do plenário da corte.
No caso de Flávio, o alvo de busca e apreensão foi a loja de chocolates do senador. Os agentes chegaram por volta das 6h40min ao shopping Via Parque, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), onde fica a franquia da Kopenhagen que pertence a Flávio, e deixaram o local por volta das 10h40min.
O primogênito de Bolsonaro é dono de 50% da franquia desde janeiro de 2015. A firma é citada num relatório do antigo Coaf que descreve oito transferências que somam R$ 120 mil dela para o senador entre agosto de 2017 e janeiro de 2018. A empresa também foi alvo de quebra de sigilo bancário e fiscal pela Justiça em abril.
Frederick Wassef, advogado do senador, afirmou em nota que os investigadores não encontrarão nas buscas nada que comprometa o filho do presidente. "O que sabemos até o momento, pela imprensa, é que a operação pode ter extrapolado os limites da (medida) cautelar, alcançando pessoas e objetos que não estão ligados ao caso."
Já a defesa da família de Queiroz afirmou que recebe a ação "com tranquilidade e, ao mesmo tempo surpresa, pois é absolutamente desnecessária". "Ele sempre colaborou com as investigações, já tendo, inclusive, apresentado todos os esclarecimentos a respeito dos fatos", disse o advogado Paulo Klein.
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