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Paço municipal

- Publicada em 09 de Dezembro de 2019 às 21:18

Marchezan projeta R$ 877 milhões em financiamentos no próximo ano

Prefeito Nelson Marchezan Júnior apresentou dados em palestra na Associação Comercial de Porto Alegre

Prefeito Nelson Marchezan Júnior apresentou dados em palestra na Associação Comercial de Porto Alegre


/LUIZA PRADO/JC
O prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) projeta que a prefeitura de Porto Alegre terá R$ 936,6 milhões para investimentos em 2020. Desse total, R$ 877,2 milhões são oriundos de financiamentos junto a bancos nacionais e internacionais; R$ 16,4 milhões são transferências do orçamento-geral da União (OGU); e R$ 43 milhões são recursos próprios que devem ser investidos na cidade, como contrapartida aos empréstimos.
O prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) projeta que a prefeitura de Porto Alegre terá R$ 936,6 milhões para investimentos em 2020. Desse total, R$ 877,2 milhões são oriundos de financiamentos junto a bancos nacionais e internacionais; R$ 16,4 milhões são transferências do orçamento-geral da União (OGU); e R$ 43 milhões são recursos próprios que devem ser investidos na cidade, como contrapartida aos empréstimos.
As áreas com maior aporte de recursos são saneamento básico (R$ 345,9 milhões), mobilidade urbana (R$ 189,5 milhões), revitalização do 4º Distrito (R$ 123 milhões) e segurança (R$ 82 milhões). Os empréstimos foram contratados em diferentes instituições financeiras, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).
A projeção foi apresentada ontem a empresários, vereadores e jornalistas da Capital, em um almoço na Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), organizado pela própria prefeitura - a última fala antes do ano eleitoral, como disse Marchezan.
Apesar de os partidos já buscarem os candidatos para a prefeitura em 2020, Marchezan evitou o assunto "eleições" durante sua palestra, ministrada enquanto os convidados almoçavam no salão nobre do Palácio do Comércio.
Entretanto, antes do evento, se comportou de maneira similar aos candidatos em campanha: caminhou entre as mesas, conversando com a plateia cordialmente; apertou a mão de todos os convidados, mantendo sempre o sorriso no rosto; e buscou mobilizar os convidados em torno do seu projeto para a cidade - ou, como ele próprio fez questão de dizer, "nossa cidade".
Além disso, sua explanação seguiu o script dos candidatos que concorrem à reeleição: descreveu as dificuldades ao assumir à prefeitura, o esforço para superá-las e os resultados promissores. Marchezan iniciou mostrando como a cidade estava com graves problemas financeiros quando assumiu a prefeitura. "De 2005 até hoje, Porto Alegre só fechou as contas no azul duas vezes, por conta de recursos extras que entraram nesses anos", disse - se referindo, na verdade, ao resultado do Tesouro Municipal, não ao resultado orçamentário.
Depois, mostrou como sua gestão reverteu a situação, principalmente através de duas reformas: a revisão da planta do IPTU e a diminuição dos benefícios dos servidores públicos municipais.
Entre as mudanças promovidas na carreira dos municipários, estão a extinção dos adicionais de 15% e 25%, para os servidores que trabalhavam 15 e 25 anos, respectivamente; e a mudança na concessão das gratificações (em vez de receberem um aumento de 5% no salário a cada três anos, passaram a receber um acréscimo de 3% a cada cinco anos).
Por fim, fez um prognóstico das melhorias nos próximos anos: "os projetos aprovados vão gerar, nos próximos 10 anos, R$ 2,3 bilhões a mais de receita e R$ 2,6 bilhões a menos de despesas; ou seja, teremos R$ 5 bilhões de recursos livres para a cidade". Um dos destaques no incremento da receita é a revisão da planta do IPTU; na redução das despesas, o principal ajuste foi a mudança na carreira dos municipários.

Tucano prevê superávit de R$ 43 milhões em 2020

Embora a Lei Orçamentária Anual (LOA) projete um déficit de R$ 336,5 milhões para 2020, o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) projetou ontem um superávit de R$ 43 milhões para o ano que vem. O secretário municipal da Fazenda, Leonardo Busatto, que acompanhava a palestra, explicou que a discrepância acontece porque a LOA prevê todas as despesas contratadas, mas, na prática, a prefeitura não consegue executar toda a previsão de gastos. O total de despesas empenhadas na LOA 2020 supera R$ 8 bilhões.
"Na LOA, a gente coloca o limite máximo de despesa, toda a nossa intenção de execução. Na prática, a gente consegue executar 85%, 90% do orçamento. Por exemplo, a gente não tem capacidade de execução plena de todos os contratos de tapa-buraco, só conseguimos executar uma parte. Então, na LOA, a gente colocou o que está contratado ou em vias de contratação, mas a gente sabe que vai ter uma ineficiência na execução", exemplificou Busatto. "Além disso, vai ter receitas extraordinárias, como por exemplo a cessão onerosa do pré-sal. Esses recursos podem vir no ano que vem e não estão previstos no orçamento", complementou o titular da Fazenda municipal. 
Marchezan sustentou que, se a projeção de superávit em 2020 se confirmar, vai ser a terceira vez que a prefeitura fecha as contas no azul desde 2005. Ao mencionar que Porto Alegre teve apenas dois superávits até agora, o tucano se referiu, na verdade, ao resultado do Tesouro - não ao resultado orçamentário.
As contas do Tesouro fecharam no azul em 2008, durante a gestão de José Fogaça (MDB, 2005-2010), quando o saldo fechou positivo em R$ 43 milhões (valores atualizados pelo IPCA); e em 2011, durante a gestão de José Fortunari (então PDT, 2010-2016), quando o saldo foi de R$ 28 milhões. Por outro lado, o resultado orçamentário é predominantemente superavitário. Tanto que, de 2005 a 2019, houve apenas dois déficits: em 2012, quando as contas fecharam com R$ 67,2 milhões negativos; e em 2013, quando o vermelho foi de R$ 158,6 milhões.
O Tesouro leva em conta apenas as receitas correntes da cidade: arrecadação de tributos municipais (IPTU, ISSQN, IRRF, ITBI e taxas); valores pagos pela população pelos serviços da prefeitura (fornecimento de água, coleta de lixo etc); transferências mensais de outros entes da federação (repasse de parte do ICMS arrecadado pelo Estado; Fundo de Participação dos Municípios). Esses recursos são usados para pagar despesas correntes, como o salário dos servidores, cargos em comissão, fornecedores, material de escritório, luz e água. Por outro lado, o resultado orçamentário considera todas as despesas e receitas da cidade - inclusive, recursos e gastos extraordinários.