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Política

- Publicada em 04 de Dezembro de 2019 às 16:41

Em contraponto ao Congresso, Bolsonaro diz que dinheiro não define eleição

Bolsonaro afirmou que a vida pregressa e a imagem do candidato têm mais peso no voto do eleito

Bolsonaro afirmou que a vida pregressa e a imagem do candidato têm mais peso no voto do eleito


PAVEL GOLOVKIN/AFP/JC
Em direção contrária ao Congresso, que discute a ampliação do fundo público eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (4) que uma disputa não é mais definida pelo total de recursos.
Em direção contrária ao Congresso, que discute a ampliação do fundo público eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (4) que uma disputa não é mais definida pelo total de recursos.
Em frente ao Palácio da Alvorada, onde cumprimentou um grupo de eleitores, ele afirmou que a vida pregressa e a imagem do candidato têm mais peso no voto do eleitor, com o aumento da tecnologia.
O Congresso Nacional pretende ampliar para R$ 3,8 bilhões o valor do fundo eleitoral destinado a financiar as campanhas municipais de 2020. O montante é quase o dobro do que havia sido indicado pelo governo.
"Eu acredito que, hoje em dia, com a tecnologia que nós temos, o dinheiro em si não vai fazer mais diferença. É mais a confiança que o eleitor tem em sua imagem e a análise da vida pregressa. Eu já vi deputado federal gastando R$ 15 milhões na campanha e não chegar", disse.
A elevação do montante foi apresentada pelo deputado federal Domingos Neto (PSD-CE), relator do Orçamento 2020, que precisa ser aprovado na CMO (Comissão Mista de Orçamento) e em plenário. A data limite é 22 de dezembro, e o texto já está na pauta para 17 de dezembro.
Caso seja aprovada, a medida precisa ser sancionada pelo presidente. Apesar de ter sinalizado posição contrária, o presidente não quis antecipar se sancionaria ou vetaria uma elevação do fundo eleitoral. "Geralmente, essas questões políticas é o Parlamento que decide. Não sei se vai ser aprovado [por ele]."
A verba para o fundo que financia a eleição é constituída por dotações orçamentárias da União em ano eleitoral, em valor ao menos equivalente a 30% dos recursos de emendas parlamentares de bancada. Em 2018, o fundo distribuiu R$ 1,7 bilhão aos candidatos. Havia pressão para que esse montante subisse a até R$ 3,7 bilhões no ano que vem.
No Palácio da Alvorada, o presidente também foi questionado sobre as eleições presidenciais de 2022.
Ele elogiou o desempenho no governo do ministro da Justiça, Sergio Moro, cotado para compor uma chapa à reeleição com ele, mas ressaltou que, por enquanto, está "casado" com o vice-presidente Hamilton Mourão.
"Não quero saber de política. É um saco a minha vida, cara. Eu chego em casa igual a um zumbi", disse. "Por enquanto, estou casado com Mourão. Sou sem amante."
Ele lembrou que Moro é neófito na política, mas que à frente do cargo de ministro tem aprendido a dialogar com o Legislativo, o que, na opinião de Bolsonaro, é essencial.
"Tem que conversar com o Parlamento. O Moro tá indo bem para caramba também na parte política", afirmou. "Moro está indo muito bem. Está aprendendo, está ficando um hábil político."
O presidente disse ainda que é necessário aguardar o encerramento da votação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para saber exatamente como funcionará a coleta de assinaturas digitais. A corte eleitoral ainda não definiu regras e prazos.
Ele observou que, se o processo não for complexo, será possível criar a Aliança pelo Brasil em um prazo de 30 dias, viabilizando sua participação nas eleições municipais de 2020. O partido tem quatro meses para ser constituído caso queira disputar.
O presidente ponderou, no entanto, que, caso a regra não seja adotada para 2020, obrigando a coleta de assinaturas impressas, não será possível criar a sigla a tempo.
"Se não for muito burocrático a assinatura pela internet, em menos de 30 dias a gente colhe as assinaturas. Se for no braço, a gente não vai conseguir formar um partido, isso com certeza. Não depende apenas de colher assinaturas, mas da conferência também."
O presidente, depois de 20 minutos de entrevista sob chuva, elogiou os jornalistas presentes e citou a Folha de S.Paulo, em tom de brincadeira. "Eu vou cumprimentar vocês. Vocês estão indo muito bem, nenhuma pergunta chata até agora. Assim, vou me apaixonando pela imprensa. Eu quero assinatura da Folha agora."
Folhapress
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