Com a presença de lideranças nacionais, o diretório estadual do PDT fechou questão, nesta segunda-feira (2) contra o pacote de projetos que modificam a carreira e a Previdência dos servidores públicos do Rio Grande do Sul. Além dos pedetistas e outros partidos da oposição, como o PT e PSOL, membros da base aliada do governo Eduardo Leite (PSDB) também manifestaram discordância quanto ao pacote - especialmente, a proposta de alteração do plano de carreira do magistério. Entre eles, as bancadas do PP, MDB e PSB.
"Estudamos a fundo o pacote do governo Leite e identificamos inúmeras injustiças, afinal o projeto pune apenas os nossos servidores, sobretudo aqueles que ganham menos. Se há uma crise, é preciso chamar todos os agentes para o debate. Punir nossos servidores significa sucatear o serviço público", avaliou a líder da bancada do PDT, Juliana Brizola.
Nota assinada pelo presidente estadual da sigla, deputado federal Pompeo de Mattos, sustenta que "o partido orienta a sua bancada de deputados (quatro parlamentares) o voto contrário a todos os projetos do pacote apresentado".
Na sexta-feira passada, a maior bancada governista - a do MDB, que ocupa oito cadeiras no Parlamento - também divulgou uma nota. "Da forma que foi encaminhada, não concordamos com a proposta que prevê alterações na carreira do magistério. Entendemos que será necessário um profundo e amplo diálogo com os parlamentares e com a categoria, no sentido de aprimorar o projeto e deixá-lo atrativo para os professores", menciona o documento. Os emedebistas pedem ainda mais tempo para analisar o pacote.
No mesmo dia da nota do MDB, a segunda maior bancada da base - a do PP, que tem seis assentos - também se posicionou contra a matéria de revisão do plano de carreira dos professores. "Da forma que foi apresentada, não há condições de ser votada", resumiu o líder da bancada, Sérgio Turra. A nota assinada pelos parlamentares da sigla, determina que "há consenso entre os parlamentares sobre a necessidade de aperfeiçoamento da proposta para a aprovação da mesma".
Quanto ao PSB, dois dos três deputados - Elton Weber e Franciane Bayer - se posicionaram contra as mudanças no magistério. Weber explicou que não concordam com o achatamento salarial proposto pelo Piratini. Hoje, a diferença de remuneração entre o professor de Nível I e o de Nível 6 é de 100%. Na proposta do governo, será de 7%.
Os profissionais da educação estão em greve há duas semanas. Outras categorias do funcionalismo também entraram em greve na semana passada. Diante da pressão dos parlamentares e dos sindicatos do funcionalismo, o Palácio Piratini estuda enviar à Assembleia Legislativa um substitutivo alterando as medidas.