O Conselho de Ética do PSL decidiu nesta quarta-feira recomendar ao presidente do partido, Luciano Bivar (PE), advertências e suspensões a 18 parlamentares que formaram a ala bolsonarista na disputa de poder na legenda que ocorreu em meados de outubro.
Eduardo Bolsonaro (SP), Bibo Nunes (RS), Alê Silva (MG) e Daniel Silveira (RJ) receberam a penalidade mais dura, de suspensão por 12 meses. As recomendações ainda serão comunicadas a Bivar, que está fora do país e será responsável por validar as punições. A homologação deve ocorrer após reunião do Diretório Nacional do PSL, na próxima segunda-feira.
Carlos Jordy (RJ) pode ser suspenso por sete meses, enquanto Carla Zambelli (SP) e Bia Kicis (DF) devem receber suspensão de seis meses. Outros parlamentares receberam penalidades mais brandas, como Aline Sleutjes (PR) e Hélio Lopes (RJ), que só serão advertidos.
A suspensão acarreta afastamento da atividade parlamentar. Os deputados podem ser retirados de comissões das quais são membros, por exemplo.
Eduardo deve perder o posto de líder do PSL na Câmara, mas manterá a presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional por ter sido eleito pelos membros para o posto.
Uma nova lista deve ser passada para a escolha do líder do partido na Câmara. Segundo Júnior Bozzella (SP), segundo vice-presidente do PSL, é cedo para falar de nomes. Ele não descartou a expulsão de alguns dos deputados punidos pelo Conselho de Ética. "Talvez as novas representações sejam motivos de expulsão. A cada semana, o processo de agressividade aumenta", disse.
Na avaliação dele, no entanto, a suspensão do parlamentar é pior do que a expulsão. Quando o deputado perde sua atuação no Congresso, "vira um zumbi", nas palavras do segundo vice do partido.
Desde meados de outubro, o PSL está dividido entre aliados do presidente Jair Bolsonaro, que deixou o partido para criar a Aliança pelo Brasil,e uma ala que apoia Bivar. A legenda tem a segunda maior bancada da Câmara, com 53 deputados.