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Política

- Publicada em 14 de Novembro de 2019 às 14:46

Cúpula do Brics discute crises internacionais e Bolsonaro declara política externa focada no Brasil

Presidente Jair Bolsonaro exaltou a importância econômica do bloco durante o encontro

Presidente Jair Bolsonaro exaltou a importância econômica do bloco durante o encontro


VALTER CAMPANATO/ABR/JC
Durante a 11ª Reunião de Cúpula do Brics, nesta quinta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a política externa do seu governo "tem os olhos postos no mundo, mas em primeiro lugar no Brasil". O encontro reúne os líderes do bloco formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e está sendo realizado em Brasília.
Durante a 11ª Reunião de Cúpula do Brics, nesta quinta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a política externa do seu governo "tem os olhos postos no mundo, mas em primeiro lugar no Brasil". O encontro reúne os líderes do bloco formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e está sendo realizado em Brasília.
"A política externa do meu governo tem os olhos postos no mundo, mas em primeiro lugar no Brasil. Para estar em sintonia com as necessidades da nossa sociedade, ajudar a ampliar o bem estar dos nossos cidadãos. Sob a forma de avanços em ciência, tecnologia e inovação, de mais e melhores empregos, mais renda, melhor sistema de saúde pública. Tudo mais que faça diferença para melhorar o cotidiano de todos", disse o presidente.
Viajaram a Brasília para participar da cúpula dos presidentes Vladimir Putin (Rússia) e Cyril Ramaphosa (África do Sul), além do premiê Narendra Modi (Índia) e do dirigente da China, Xi Jinping. O Brasil manteve neste ano a presidência dos Brics, tarefa que em 2020 caberá à Rússia.
Apesar da defesa por uma política externa "que tenha os olhos postos em primeiro lugar no Brasil", algo que lembra o lema "os EUA primeiro" do presidente Donald Trump, Bolsonaro fez uma defesa enfática da relevância dos Brics durante sua fala. Ele disse que o bloco foi criado há mais de 10 anos, em meio a uma grave crise internacional, e que desde então "tornou-se evidente a importância das economias emergentes para a vitalidade da economia mundial".
"Hoje a relevância econômica dos Brics é ainda mais inquestionável e seguirá crescendo nas próximas décadas. A sua pujança no plano econômico, junto à diversidade, criatividade e o vigor das nossas sociedades e povos. Esses valiosos ativos constituem a matéria-prima para proveitosa cooperação dos nossos países", pontuou. Bolsonaro também afirmou que o Brasil e os demais países do Brasil coincidem na defesa de uma "governança global mais inclusiva".
Na quarta-feira (13), em eventos que também ocorrem no âmbito dos Brics, os demais chefes de governo e suas delegações defenderam o sistema multilateral. A China, por exemplo, fez um apelo pela defesa das regras de comércio internacional.

Países discutem crises internacionais, mas não mencionam Venezuela ou Bolívia

A declaração final da cúpula dos Brics também abordou a crises internacionais. Os líderes mencionaram a crise humanitária no Sudão, a guerra no Iêmen, a ameaça nuclear na Coreia do Norte e o conflito na Síria -mas não tem nem uma única menção à Venezuela e à Bolívia, países vizinhos ao Brasil que vivem turbulências políticas e econômicas.
O Itamaraty argumenta que apenas assuntos "de envergadura global" são incluídos em declarações dos Brics. A crise venezuelana já gerou um êxodo de 4 milhões de refugiados. Segundo a reportagem apurou, o Brasil nem sequer tentou incluir no documento menções às crises na Venezuela e na Bolívia, sabendo que não conseguiria um consenso mínimo.
O Brasil está isolado ao reconhecer Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, enquanto todos os outros países reconhecem como legítimo o regime do ditador Nicolás Maduro.
Em relação à Bolívia, o Brasil não considera que a renúncia de Evo Morales tenha sido provocada por um golpe de Estado, ao contrário do governo russo. A China também era aliada próxima do governo Evo.
Venezuela não entrou no texto, mas o Brasil insistiu e conseguiu emplacar uma menção à perseguição às minorias religiosas na Síria. "Também expressamos preocupação com o sofrimento de comunidades e minorias vulneráveis étnicas e religiosas [na Síria]", diz o comunicado.
Cristãos e yazidis sofrem perseguição no território sírio. O tema é caro à bancada evangélica e se tornou prioridade da política externa do Brasil. O país se uniu aos EUA na Aliança Internacional para Liberdade Religiosa.A cooperação na ofensiva contra a discriminação religiosa no mundo é considerada ponto-chave da parceria estratégica entre os dois países. A iniciativa visa a defender todas as religiões, mas o tema foi abraçado especialmente por evangélicos e católicos mais atuantes.
Folhapress
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