Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

partidos

- Publicada em 11 de Novembro de 2019 às 03:00

Lula ataca Bolsonaro e gestão de Paulo Guedes

Neste sábado, petista discursou em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Neste sábado, petista discursou em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC


CARL DE SOUZA/AFP/JC
Ao retornar neste sábado (9) ao reduto de origem do PT, a região do ABC Paulista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fez um duro discurso contra a Lava Jato e o ex-juiz Sérgio Moro, atacou a política econômica do governo federal e se referiu à gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) como de milicianos.
Ao retornar neste sábado (9) ao reduto de origem do PT, a região do ABC Paulista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fez um duro discurso contra a Lava Jato e o ex-juiz Sérgio Moro, atacou a política econômica do governo federal e se referiu à gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) como de milicianos.
Lula discursou em cima de um caminhão de som, diante da sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Foi lá, em abril de 2018, que o ex-presidente fez seu último discurso antes de se entregar a policiais federais e ser levado à prisão em Curitiba, onde passou 580 dias.
Lula foi solto um dia antes, beneficiado por um novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) segundo o qual a prisão de condenados somente deve ocorrer após o fim de todos os recursos. O petista, porém, segue enquadrado na Lei da Ficha Limpa, impedido de disputar eleições. "Estou de volta", disse, sob aplausos de militantes. "Estou com mais coragem de lutar do que quando eu saí daqui."
Lula falou de improviso por 45 minutos. Pediu resistência e união da esquerda e preparou o clima para as eleições de 2022. "A esquerda vai derrotar a ultradireita que nós tanto queremos derrotar."
No mesmo dia, pela manhã, Bolsonaro já havia partido para cima de Lula, em um embate que deve marcar a política nacional nos próximos anos, com Moro também nesse jogo, e o petista como uma espécie de líder da oposição e principal crítico do modelo atual de política econômica.
Sem citar o nome do petista, Bolsonaro enalteceu o papel de Moro na Lava Jato e pediu aos seus seguidores que não deem "munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas carregado de culpa". Minutos depois, também em uma rede social, Moro escreveu que "lutar pela Justiça e pela segurança pública não é tarefa fácil" e que lamenta a decisão do STF que permitiu a soltura de Lula.
Além da postagem, Bolsonaro falou sobre a soltura do petista. "A grande maioria do povo brasileiro é honesta, trabalhadora, e nós não vamos dar espaço nem contemporizar com um presidiário. Ele está solto, mas continua com todos os crimes dele nas costas."
À tarde, Lula respondeu e mostrou que será opositor de Bolsonaro não apenas no campo político, mas também no terreno econômico. Criticou a agenda de reformas e afirmou que o liberalismo no Chile, elogiado pelo ministro Paulo Guedes (Economia), elevou a pobreza no país vizinho. Também chamou Guedes de "demolidor de sonhos".
Este sábado (9) marcou o encontro de Lula com líderes petistas, de outros partidos de esquerda, de sindicatos e de movimentos sociais. No caminhão de som, o petista estava acompanhado, entre outros, do ex-prefeito e ex-presidenciável Fernando Haddad, da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, de Guilherme Boulos (MTST) e de João Paulo Rodrigues (MST).
Na noite anterior, ainda em Curitiba, Lula se encontrou com seu ex-ministro José Dirceu, também solto após a decisão do STF e que disse que a luta agora é para retomar o governo. Ambos haviam se encontrado pela última vez em 2012.

Políticos comentam nas redes sociais soltura e decisão da corte

Parlamentares tanto da oposição quanto aliados ao governo utilizaram as redes sociais, neste domingo, para comentar sobre a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e normativa de prisão após a segunda instância.
Do lado da oposição, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) disse que "fica impressionado com o medo que tanta gente armada tem de um homem desarmado", sem citar nominalmente o ex-presidente e nem mencionar adversários políticos. A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que Lula é o maior líder político da história do País. "Lula é o maior líder político popular da história do Brasil, um democrata que tem posições firmes em defesa do povo e dos trabalhadores", escreveu.
Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT), ressaltou que Lula foi "vítima de uma injustiça" e que voltou para defender o País. "Lula voltou e com ele a alegria do povo brasileiro", escreveu. Na mesma linha, a deputada federal gaúcha Maria do Rosário (PT) postou: "Os ricos no #Brasil jamais vão conseguir entender o que significa Lula para o povo brasileiro".
Do outro lado, parlamentares ligados ao governo do presidente Jair Bolsonaro, enfatizaram a sua posição favorável à prisão após julgamento em segunda instância e contrária às ideias do ex-presidente Lula. "Lula está solto, mas ainda é condenado. Ele voltará para a cadeia, a não ser que os atuais poderosos consigam novo acordo para livrar o petista em troca da salvação de um pescoço amado", disse a deputada federal Joice Hasselmann (PSL/SP). "Fato é: LULA É INIMIGO DO BRASIL! A polarização não será entre duas pessoas. Será entre ele e a nação", acrescentou a ex-líder do governo na Câmara dos deputados.
Também deputado federal pelo PSL, o príncipe Luiz Philippe de Orléans e Bragança, atacou o movimento do ex-presidente Lula de se manifestar sobre as eleições. "O criminoso em liberdade age conforme o plano: recém egresso do cárcere já distribui apoio a candidatos para eleições municipais 2020."

FHC afirma que, sem alternativas, polarização aumenta no Brasil

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) voltou a usar suas redes sociais para comentar o atual ambiente político brasileiro na manhã deste domingo. 
"A polarização aumenta. Sem alternativas populares e progressistas continuaremos no jogo político/pessoal", afirmou, em sua conta oficial do Twitter. Foi a primeira manifestação de FHC após a soltura do também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Fernando Henrique citou o cenário econômico. "Em meu tempo a questão central era a inflação; hoje é crescimento e emprego". "Sem corrupção", emendou, finalizando na sequência da seguinte forma: "No começo era o verbo. Novamente, com gestos e ações os caminhos abrem-se. A eles!".