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Partidos

- Publicada em 11 de Outubro de 2019 às 03:00

De olho em 2020, maioria no PSL se mantém fiel a Bivar

Dos 53 deputados do PSL, poucos devem protagonizar um desembarque para outros partidos caso o presidente Jair Bolsonaro decida realmente abandonar a sigla. O presidente do partido, deputado federal Luciano Bivar (PE), alocou aliados na chefia de diretórios estaduais e já prometeu a eles candidaturas nas principais prefeituras do país.
Dos 53 deputados do PSL, poucos devem protagonizar um desembarque para outros partidos caso o presidente Jair Bolsonaro decida realmente abandonar a sigla. O presidente do partido, deputado federal Luciano Bivar (PE), alocou aliados na chefia de diretórios estaduais e já prometeu a eles candidaturas nas principais prefeituras do país.
É o caso de Nelson Barbudo (MT), cotado para concorrer a Cuiabá, Delegado Pablo (AM), pré-candidato em Manaus, Julian Lemos (PB), garantido em João Pessoa. Se optarem por não concorrer, devem influenciar a escolha de aliados como candidatos. Em São Paulo, a candidata de Bivar é Joice Hasselmann, contrariando diretamente o desejo de Bolsonaro.
Os que querem sair enfrentam ainda outro problema. Na lei atual, deputados só podem mudar de partido seis meses antes das eleições gerais. Caso abandonem antes suas siglas, podem perder cargos em comissões, serem processados por infidelidade partidária e até terem o mandato cassado.
O deputado Felipe Francischini (PR), por exemplo, tem dois fatores que o mantêm no partido. Seu pai, Fernando Francischini, é deputado estadual, se filiou ao PSL junto a Bolsonaro e deve concorrer a prefeito de Curitiba pelo partido no ano que vem. Além disso, Felipe é presidente da Comissão e Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara por indicação do próprio Bivar.
O desgaste gerado nos últimos dias com a declaração de Bolsonaro de que Bivar está "queimado para caramba" escancarou disputas antigas pelo controle dos diretórios e pelas candidaturas a prefeito. O gaúcho Bibo Nunes ameaça sair do partido e critica abertamente Bivar desde que perdeu a disputa do diretório em seu estado para Nereu Crispim, seu rival.
Bibo Nunes vem comandando uma ofensiva contra Luciano Bivar. O gaúcho contabiliza 25 deputados do PSL que poderiam migrar. Já Delegado Waldir (GO), líder da sigla na Câmara, prevê que a sigla teria no máximo oito desertores. Dirigente estadual em Goiás, Waldir é um que ficará na legenda.
Uma dos motivos do presidente Jair Bolsonaro em se precaver e deixar o PSL antes das eleições municipais é evitar eleger prefeitos pela onda bolsonarista, mas com viés ideológico diferente do que ele tem pregado. Há um temor de que Bivar amplie muito o número de candidatos e acabe elegendo prefeitos em desacordo com a linha conservadora do presidente.
Para o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), a estratégia de Bolsonaro não prevê sequer como será uma eventual campanha presidencial em 2022 caso deseje concorrer à reeleição.
"O presidente não tem uma estratégia. E só está agindo de acordo com o que ele acha que é certo agora. Como vai fazer o crowfunding da sua própria eleição, ou se dá tiro no pé, ele não está olhando (para isso agora)", diz o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP).
 

Antes de briga, Bolsonaro sancionou lei que deixa fundo eleitoral com PSL

A reforma eleitoral sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) no fim de setembro pode assegurar ao PSL uma fatia mais robusta do fundo eleitoral mesmo em caso de debanda de deputados. O projeto aprovado na Câmara e no Senado, transformado na lei nº 13.877/2019 após a sanção de Bolsonaro, prevê que a grande maioria dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha sejam distribuídos proporcionalmente aos partidos de acordo com o número de deputados e senadores eleitos em 2018.
Agora, porém, o texto sancionado pelo próprio Bolsonaro afirma que 48% dos recursos serão divididos entre os partidos com base no número de representantes eleitos para a Câmara, sem considerar mudanças ao longo do mandato. Outros 15% do fundo eleitoral serão divididos de acordo com os resultados da eleição ao Senado em 2018 e com o número de senadores que já cumpriam mandato por cada partido antes da última eleição.

Ala 'bivarista' do PSL quer tirar Eduardo Bolsonaro de comissão

A disputa pelo controle do PSL pode levar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) a perder o comando da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, considerada essencial para alavancar sua "candidatura" de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Isso porque parlamentares ligados ao presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), cobram a retirada de cargos dos deputados que ameaçam deixar o partido.
Estão em estudo punições contra Filipe Barros (PR) e Caroline de Toni (SC), por exemplo. Ambos da ala olavista, podem ter retirada sua titularidade na CPMI das Fake News. Barros também pode perder o posto de presidente da Juventude Nacional do PSL. Luiz Philippe D'Orleans e Bragança (SP), Carlos Jordy (RJ), Bibo Nunes (RS) e Carla Zambelli (SP) são outros que estão na berlinda.
A deputada Alê Silva (MG), que já fez denúncias contra o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio e também integra a dissidência do PSL composta nos últimos dias, foi avisada nesta quarta-feira de que não faz mais parte da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. Em protesto, ela chamou o PSL de "nanico" que "só quer dinheiro".
Bivar mira especificamente na lista de 19 deputados que se reuniram com Jair Bolsonaro nesta quarta-feira e elaboraram uma "carta de apoio". "O PSL não é a casa da mãe Joana. Esse pessoal que nunca fez política acha que isso é uma bagunça. Eles são metidos a ideológicos mas são os mais fisiológicos, porque querem cargos, emendas, indicações no governo", diz o deputado Júnior Bozzella (PSL-SP).

'O Patriota está à disposição do presidente', afirma líder do partido

Ainda sem destino certo, o presidente Jair Bolsonaro já tem um teto para dormir caso o casamento com o PSL, de Luciano Bivar, tenha de fato chegado ao fim. O presidente do Patriota, Adilson Barroso, afirmou que está disposto a esquecer do passado e retornar o relacionamento com o presidente. "O Patriota está à disposição do presidente (Jair Bolsonaro)", afirmou Barroso. 
Em 2017, ainda pré-candidato à Presidência, Bolsonaro desistiu de se filiar ao Partido Ecológico Nacional (PEN), que viraria Patriota, após não chegar a um acerto para o comando da legenda durante as eleições. O presidente queria que o seu ex-braço-direito Gustavo Bebbiano assumisse o comando durante a disputa, o que não foi aceito por Barroso.
Bolsonaro queria ainda que o Patriota abrisse mão da ação movida pelo partido no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o entendimento da corte de permitir prisões de pessoas condenadas em segunda instância. A legenda entrou com a ação em setembro de 2016 contra a decisão, em uma ação declaratória de inconstitucionalidade. O partido foi assistido pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, conhecido por representar políticos em ações criminais.
"Com o fim da Lava Jato, essa verdade terá um pai. E esse pai se chamará PEN", disse a época Bolsonaro. "Ou o partido descobre uma maneira de desistir da ação... A gente não pode entrar numa possível campanha presidencial sendo atacado como o partido que enterrou a Lava Jato", afirmou no final de 2017 o presidente.
O presidente do Patriota afirmou que não falou com o presidente nos últimos dias, mas declarou que está disposto a sentar com Bolsonaro e aliados para discutir o comando do partido caso eles deixem o PSL. "Tudo é possível (sobre a possibilidade de abrir mão do partido). O importante é articular uma maneira de ajudar nossa nação", afirmou.