Em uma nova radicalização de seu discurso, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) acusou, nesta segunda-feira (7), a imprensa de mentir e difamar e questionou se o objetivo dos veículos de comunicação é derrubá-lo do cargo.
Ao deixar o Palácio da Alvorada, onde cumprimentou um grupo de simpatizantes, ele afirmou que a cobertura da mídia ao seu governo não pode continuar com "covardia" e "patifaria". "Eu lamento a imprensa brasileira agir dessa maneira. O tempo todo mentindo, distorcendo, difamando. Vocês querem me derrubar? Eu tenho couro duro, vai ser difícil. Continuem mentindo", disse.
As críticas do presidente foram direcionadas inicialmente à Folha de S.Paulo. e ao jornal Correio Braziliense. Mais tarde, ele também criticou o jornal O Globo. No domingo, a Folha revelou que um depoimento e uma planilha obtidos pela Polícia Federal sugerem que recursos do esquema de candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais foram desviados para abastecer, por meio de caixa-2, a campanha de Bolsonaro. A partir das informações, a Polícia Federal (PF) sugeriu ao Ministério Público (MP) a abertura de uma segunda investigação em decorrência do escândalo em Minas Gerais, desta vez especificamente para as contas de campanha do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Por uma recomendação da área de comunicação, o presidente não tem mais respondido a perguntas dos veículos de imprensa na entrada do Palácio da Alvorada, onde ele costumava promover entrevistas diárias.
A mudança ocorreu no final do mês passado, após ele ter se irritado com a cobertura da imprensa brasileira sobre seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU. Para desviar de pauta negativas, o presidente também suspendeu os cafés da manhã que promovia com veículos de imprensa.