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Governo Federal

- Publicada em 07 de Outubro de 2019 às 03:00

Sérgio Moro descarta caixa-2 de Jair Bolsonaro

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez a campanha "mais barata da história" e que a manchete veiculada pelo jornal Folha de S.Paulo deste domingo, sobre a suspeita de caixa-2 em 2018 não reflete a realidade.
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez a campanha "mais barata da história" e que a manchete veiculada pelo jornal Folha de S.Paulo deste domingo, sobre a suspeita de caixa-2 em 2018 não reflete a realidade.
Segundo a reportagem, um depoimento dado à Polícia Federal e uma planilha apreendida em uma gráfica sugerem que dinheiro do esquema de candidatas laranjas do PSL, em Minas Gerais, foi desviado para abastecer, por meio de caixa-2, as campanhas de Bolsonaro e do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, também do PSL.
Na mensagem publicada neste domingo no Twitter, Moro indica ter informações da investigação conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público (MP) de maneira sigilosa em Minas. 
"Nem o delegado, nem o Ministério Público, que atuam com independência, viram algo contra o PR (presidente da República) neste inquérito de Minas. Estes são os fatos", disse. A publicação de Moro foi "curtida" por Bolsonaro e, depois, compartilhada pelo presidente em sua conta no Facebook.
A reportagem da Folha, no entanto, é baseada em depoimento de um ex-assessor do ministro do Turismo à PF e em uma planilha apreendida nas investigações. Em nenhum momento o jornal atribui conclusões sobre o assunto aos investigadores.
Não é a primeira vez que Moro sugere ter tido informações sobre o inquérito sigiloso do caso dos laranjas. Em junho, Bolsonaro afirmou ter recebido informações do ministro da Justiça sobre a investigação em curso.
Na ocasião, o ministério chegou a admitir que Moro repassou dados ao presidente, mas depois mudou a versão, dizendo que só trataram do que havia sido divulgado pela imprensa.
O ministro do Turismo foi indiciado pela Polícia Federal e denunciado pelo MP de Minas Gerais na última sexta-feira sob acusação dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa - que preveem penas de até cinco, seis e três anos de cadeia, respectivamente. Ele nega irregularidades.
Haissander Souza de Paula, assessor parlamentar de Álvaro Antônio à época e coordenador de sua campanha a deputado federal no Vale do Rio Doce (MG), disse em seu depoimento à PF que "acha que parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro".
Em uma planilha, nomeada como "MarceloAlvaro.xlsx", há referência ao fornecimento de material eleitoral para a campanha de Bolsonaro com a expressão "out", o que significa, na compreensão de investigadores, pagamento "por fora".
Em reportagens publicadas desde o início de fevereiro, a Folha revelou a existência de um esquema de desvio de verbas públicas de campanha do PSL em 2018, que destinou para fins diversos recursos que, por lei, deveriam ser aplicados em candidaturas femininas do partido. Álvaro Antônio, deputado federal mais votado em Minas Gerais, foi coordenador no estado da campanha presidencial de Bolsonaro.
 

Chefe da Secom sugere boicote publicitário a jornais

O chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Fabio Wajngarten, usou suas redes sociais neste domingo para sugerir um boicote publicitário ao jornal Folha de S. Paulo e a órgãos que, no seu entender, veiculam "manchetes escandalosas".
Em postagem no Twitter, Wajngarten não cita diretamente o jornal, mas relata um episódio da campanha de 2018 no qual um empresário teria oferecido recursos a Jair Bolsonaro (PSL) e o então candidato só teria pedido que ele gastasse "sola de sapato" e "conquistasse votos".
Já na rede Instagram, Wajngarten repetiu a postagem e comentou que "parte da mídia ecoa fakenews, ecoa manchetes escandalosas, perdeu o respeito, a credibilidade (e a) a ética jornalística. Que os anunciantes que fazem a mídia técnica tenham consciência de analisar cada um dos veículos de comunicação para não se associarem a eles preservando suas marcas".
A Secom é o órgão do governo que define a divisão de verbas publicitárias oficiais para a mídia, e não tem ingerência legal sobre negócios privados. Desde quando era candidato, Bolsonaro faz ameaças a órgãos de imprensa que o desagradam com o argumento de que iria "secar a fonte" do financiamento estatal. Já foram alvos de tais ameaças a Rede Globo e a Folha, por exemplo. Mais recentemente, ele admitiu que retirou a obrigatoriedade da publicação de balanços de empresas em jornais impressos como forma de retaliação a críticas que recebe em reportagens.