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Política

- Publicada em 02 de Outubro de 2019 às 13:46

Após prisão de auditor, Lava Jato do Rio pede retratação de Gilmar Mendes

Marco Aurelio da Silva Canal foi detido nesta quarta por cobrar propinas de réus e delatores

Marco Aurelio da Silva Canal foi detido nesta quarta por cobrar propinas de réus e delatores


EVARISTO SA/AFP/JC
O procurador Almir Sanches, da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, afirmou esperar, após a prisão do auditor fiscal Marco Aurelio da Silva Canal, uma retratação do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O auditor foi preso nesta quarta-feira (2) sob suspeita de cobrar propina de investigados na Lava Jato para anular multas da Receita Federal decorrentes dos crimes apurados.
O procurador Almir Sanches, da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, afirmou esperar, após a prisão do auditor fiscal Marco Aurelio da Silva Canal, uma retratação do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O auditor foi preso nesta quarta-feira (2) sob suspeita de cobrar propina de investigados na Lava Jato para anular multas da Receita Federal decorrentes dos crimes apurados.
Supervisor nacional da Equipe Especial de Programação da Lava Jato, Canal foi citado por Gilmar como o responsável pela produção de dossiês contra o ministro, sua esposa e outras 133 autoridades. Gilmar atribuiu a movimentação do auditor fiscal à força-tarefa fluminense. Em entrevista à revista Época publicada em fevereiro, o ministro - alvo de apuração interna na Receita- acusou investigadores da Lava Jato de quererem incriminá-lo em razão de suas decisões que levaram à soltura de investigados.
 
O setor de Canal tem como o objetivo aplicar multas aos acusados por sonegação fiscal. Ele não atuava nas investigações, mas nas autuações contra os alvos após as operações.
 
"Houve um certo alarde e diversas insinuações que foram feitas e por isso fazemos questão de fazer esse esclarecimento. As autoridades que fizeram essas ilações que nós julgamos bastante descabidas não tinham como saber que a investigação estava em curso. Mas também não tinham porque supor que membros do Ministério Público, do Judiciário ou da polícia estavam envolvidos com isso. Agora há um novo fato. Espera-se alguma retratação de acusações graves que foram feitas", disse Sanches, da força-tarefa.
 
A investigação contra Canal começou em dezembro de 2018, antes da divulgação do caso dos dossiês contra autoridades, que ocorreu em fevereiro de 2019. O auditor teve sigilos telemáticos, bancários e fiscal quebrados, mas Sanches afirma que a apuração não identificou a movimentação do servidor na produção dos dossiês. "Esse fato é estranho à nossa investigação", disse o procurador.
 
As críticas de Gilmar foram feitas após a revelação de que a Receita havia aberto um procedimento para identificar supostos "focos de corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência" do magistrado e de sua mulher, Guiomar Mendes.
 
O ministro enviou ofício ao presidente do STF, Dias Toffoli, pedindo medidas urgentes para a apuração da iniciativa dos auditores. A Receita abriu investigação interna sobre o caso. Dias depois, o órgão afirmou que Gilmar não era fiscalizado e desautorizou os termos usados pelos auditores nas análises feitas sobre ele. Segundo a Receita, as informações constavam de um relatório preliminar interno do órgão que vazou para a imprensa por um equívoco de seu autor. O órgão afirma ainda que Gilmar não é investigado formalmente.
Folhapress
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