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Relações exteriores

- Publicada em 25 de Setembro de 2019 às 03:00

Macron nega lobby e diz que quer ajudar Amazônia

Emmanuel Macron propôs 'agenda de reconciliação' entre países

Emmanuel Macron propôs 'agenda de reconciliação' entre países


/JOHANNES EISELE/AFP/JC
O presidente da França, Emmanuel Macron, não assistiu ao discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na Assembleia-Geral das Nações Unidas, mas rebateu um dos argumentos do brasileiro. Cerca de 30 minutos após o discurso, Macron disse que não se trata de interesse econômico na floresta, mas de pensar no futuro da região que é "um bem comum".
O presidente da França, Emmanuel Macron, não assistiu ao discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na Assembleia-Geral das Nações Unidas, mas rebateu um dos argumentos do brasileiro. Cerca de 30 minutos após o discurso, Macron disse que não se trata de interesse econômico na floresta, mas de pensar no futuro da região que é "um bem comum".
"Eu estava em uma correria e não vi o discurso", disse Macron nesta terça-feira (24). Diante da informação de que Bolsonaro afirmou que há interesse colonialista e de exploração da riqueza da região por parte dos que criticam o governo brasileiro, o francês respondeu.
"Eu acho que todos nós só queremos ajudar as pessoas da Amazônia. Temos muitas pessoas envolvidas no (debate sobre) futuro da Amazônia e acho que o que queremos fazer é ajudar as pessoas, com completo respeito pela soberania, ajudando o povo. Não é questão de lobby ou interesse, os lobbies são para destruir a floresta para seus próprios interesses. O que nós queremos fazer é ajudar pessoas para elas mesmas e para o futuro da Amazônia, porque é um bem comum", afirmou.
Já em seu discurso na Assembleia, Macron afirmou que o mundo deve pensar em formas de preservar a Amazônia. Em uma fala de tom pacífico, Macron pediu que os líderes mundiais construam uma "agenda de reconciliação" para combater desigualdades sociais e de gênero, bem como a devastação do meio ambiente. "Países desenvolvidos devem parar de financiar iniciativas poluentes", declarou.
Macron defendeu que Estados Unidos e Irã retomem suas negociações e disse que a França poderia continuar mediando a relação entre os dois países. Para ele, qualquer decisão que tenha impacto internacional "deve ser tomada por meio do diálogo".
 

Fala soou 'inadequada e sem bom senso', comenta João Doria

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou o discurso de Jair Bolsonaro (PSL) na Assembleia Geral das Nações Unidas, na manhã desta terça-feira. Para o tucano, a fala foi "inadequada e inoportuna" tendo faltado "bom senso" ao presidente.
"(O discurso) não teve referências que pudessem trazer respeitabilidade e confiança no Brasil no plano ambiental, econômico ou político", disse o governador após um evento em São Paulo. Doria disse também que já havia notado a "péssima repercussão" mundial da fala. Para ele, faltaram "bom senso e humildade" a Bolsonaro, que criticou duramente os países que questionaram sua gestão da crise dos incêndios na região amazônica. 
A farpa de Doriafaz parte de uma política estabelecida pelo governador para afastar-se de Bolsonaro. Ambos são presidenciáveis para a disputa de 2022, mas o tucano aproveitou-se da promoção do chamado voto BolsoDoria no segundo turno de 2018 para se eleger, por transitar em faixa semelhante do eleitorado de centro-direita.

Pronunciamento foi 'patriótico' e 'altivo', opina Hamilton Mourão

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o discurso do presidente Jair Bolsonaro foi patriótico e altivo. Durante palestra no Clube Militar do Rio, o vice-presidente considerou o posicionamento de Bolsonaro "extraordinário".
"Ele bateu em soberania, na questão indigena, colocou a questão do meio ambiente e o posicionamento do Brasil sobre ditaduras ao redor do mundo", afirmou.

Trump elogia presidente do Brasil em breve encontro na Assembleia

Os presidentes Jair Bolsonaro (PSL) e Donald Trump se encontraram rapidamente, nesta terça-feira (24), depois dos discursos que fizeram na Assembleia Geral da ONU. "Foram três minutos", disse um auxiliar de Bolsonaro. "Não deu nem tempo para levantar nenhum assunto. Eles só se cumprimentaram e falaram um pouquinho." Em um vídeo postado no Twitter, Bolsonaro agradeceu a consideração de Trump, que aparece elogiando seu discurso nas imagens: "Bom discurso", diz o americano. Bolsonaro celebrou o rápido encontro. "Obrigado pela consideração, Presidente @realDonaldTrump!", escreveu.
 

Assunto é o mais comentado do mundo no Twitter

A hashtag #BolsonaronaONU atingiu o primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no mundo após o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL). No Brasil, o assunto também foi o primeiro lugar entre os Trending Topics, enquanto UNGA (Assembleia Geral da ONU, em inglês) ocupou a segunda posição e "foro de São Paulo", organização mencionada por Bolsonaro em seu discurso, ocupou o oitavo lugar.
Importantes personagens do mundo político se pronunciaram sobre o assunto como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que foi mencionado por Bolsonaro como símbolo do combate à corrupção. "Discurso assertivo na ONU, pontos essenciais, soberania, liberdade, democracia, abertura econômica, preservação da Amazônia, oportunidades e desenvolvimento para a população brasileira", tuitou o ministro.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), afirmou que o presidente Bolsonaro fez discurso "altivo, corajoso, verdadeiro e soberano, reafirmou seu compromisso com valores e princípios, tais como a liberdade, democracia, família e liberdade religiosa. Honrou a tradição brasileira na ONU", comentou.

Premiê da Noruega discorda das opiniões de Jair Bolsonaro

A primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, discordou das afirmações do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU. Ela frisou que respeita a soberania do Brasil e afirmou que a preservação da floresta também leva ao desenvolvimento econômico. "Eu não concordaria totalmente com muitas coisas que ele falou", afirmou Solberg. "Estamos preocupados é com a parceria que tínhamos com o Brasil em torno da Amazônia."

Coordenador do Greenpeace classifica afirmações de 'farsa'

Diversas ONGs que lutam pela defesa do meio ambiente reagiram ao discurso agressivo do presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (24), na 74ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. "A fala do presidente sobre meio ambiente foi uma farsa. Bolsonaro tentou convencer o mundo de que protege a Amazônia, quando, na verdade, promove o desmonte da área socioambiental, negocia terras indígenas com mineradoras estrangeiras e enfraquece o combate ao crime florestal", disse Marcio Astrini, coordenador de políticas públicas do Greenpeace.
 

Imprensa estrangeira repercute declarações de brasileiro

A imprensa internacional reagiu de forma mista ao discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (24), destacando a defesa que ele fez da soberania na Amazônia e os ataques à esquerda e ao socialismo no passado e no presente do planeta.
Em seu site, a rede britânica BBC deu uma manchete em separado para Bolsonaro e sua afirmação de que a Amazônia pertence ao Brasil. Segundo a BBC, o presidente brasileiro assumiu um tom "desafiador" ao abordar a questão, criticando o sensacionalismo da mídia. A rede acrescenta no mesmo link reportagem de seu correspondente na América Latina, Will Grant, no Pará, em que o repórter relata a destruição da floresta do "epicentro da crise".
O ataque de Bolsonaro ao socialismo também ganhou destaque na Bloomberg. Segundo a agência, a fala do presidente "cimentou a ruptura da tradição de multilateralismo do país" com sua agressiva defesa da soberania na Amazônia. Focada em economia, a agência também lembrou o esforço mencionado pelo presidente para a abertura do país antes de voltar a atacar a "ideologia de esquerda" por trás da facada que sofreu durante a campanha no ano passado.
A versão brasileira do site do espanhol El Pais diz em sua manchete que no discurso na ONU Bolsonaro escancarou seu "programa de ultradireita e anti-indígena".