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Política

- Publicada em 26 de Agosto de 2019 às 03:00

Combate à corrupção está sob ataque dos Três Poderes, avalia Deltan Dallagnol

O procurador Deltan Dellagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba,afirmou que o combate à corrupção no País está sob ataque por parte dos três poderes da República. Em entrevista à Gazeta do Povo na quinta-feira passada, ele disse que a Lava Jato e todos os mecanismos anticorrupção do Brasil estão ameaçados por ações do Congresso, do STF e do governo Bolsonaro.
O procurador Deltan Dellagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba,afirmou que o combate à corrupção no País está sob ataque por parte dos três poderes da República. Em entrevista à Gazeta do Povo na quinta-feira passada, ele disse que a Lava Jato e todos os mecanismos anticorrupção do Brasil estão ameaçados por ações do Congresso, do STF e do governo Bolsonaro.
O procurador acredita que o vazamento de mensagens da força-tarefa faz parte desta estratégia de enfraquecimento e que cabe à sociedade civil se manifestar"para que as mudanças positivas aconteçam e não os retrocessos".
As mensagens obtidas pelo Intercept e divulgadas até este momento pelo site e por outros órgãos de imprensa, como a Folha de S.Paulo, expuseram a proximidade entre Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato e colocaram em dúvida a imparcialidade do juiz e atual ministro da Justiça no julgamento dos processos da operação.
Na entrevista, Dallagnol nega que haja irregularidades na conduta da força-tarefa e do ex-juiz. Ele defendeu a postura e o trabalho de Moro em diversos momentos ao longo da entrevista, embora continue a negar a autenticidade das mensagens.
Para o procurador, estamos vivendo um momento de reação daqueles "contra o combate à corrupção". Ele cita a lei contra o abuso de autoridade, aprovada no Congresso e no aguardo da sanção presidencial,como o mais recente ataque do Legislativo. Ele afirma que a medida intimida agentes da lei e dificulta a atuação contra "pessoas poderosas".
Dallagnol enumerou três decisões do Judiciário que também enxerga como retrocessos. A primeira foi do ministro Dias Toffoli, impedindo que investigações e processos que envolvam informações fiscais, do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e da Receita Federal, ocorram sem autorização judicial.
O segundo equívoco, para o procurador, foi a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que suspendeu investigações e procedimentos fiscais da Receita Federal contra "poderosos", "parlamentares e até pessoas relacionadas a ministros do Supremo". E, por fim, também considera um equívoco a decisão que deixou crimes de corrupção eleitoral sob responsabilidade da Justiça Eleitoral.
Dallagnol acredita que o presidente se apropriou da pauta anticorrupção durante a eleição, mas na prática a coloca em segundo plano. Para ele, a atuação de Bolsonaro é indevida. E ele enxerga relação entre a interferência em órgãos como o Coaf e a Receita e as investigações relativas à família do presidente.
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