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Política

- Publicada em 31 de Julho de 2019 às 03:00

Ligações para Sérgio Moro deram caminho até hackers

Ministro da Justiça recebeu uma chamada de seu próprio número

Ministro da Justiça recebeu uma chamada de seu próprio número


/PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO/JC
As ligações telefônicas para o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o bloqueio de um número de telefone usado por hackers foram fundamentais para a deflagração da Operação Spoofing, segundo relatório da Polícia Federal (PF) e investigadores.
As ligações telefônicas para o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o bloqueio de um número de telefone usado por hackers foram fundamentais para a deflagração da Operação Spoofing, segundo relatório da Polícia Federal (PF) e investigadores.
Em cerca de 10 dias, o caso estava praticamente solucionado do ponto de vista técnico. Nesse período foi entendido como o ataque a autoridades da Lava Jato havia sido feito. Menos de dois meses depois de Moro ter sido vítima da invasão, a polícia prendeu quatro pessoas suspeitas de terem participado do ataque a contas do aplicativo Telegram de figuras públicas. Walter Delgatti Neto, Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Oliveira e Danilo Marques foram presos na última terça-feira. Segundo a Justiça, estima-se que cerca de mil números tenham sido alvo do grupo.
Delgatti disse em depoimento ter sido o autor dos ataques. Ele afirmou ter repassado de forma anônima, voluntária e sem custos parte do conteúdo copiado para o jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil.
Quando começou a investigação sobre o ataque hacker, em 5 de junho, a Polícia Federal tinha basicamente uma informação: Moro havia recebido ligação de seu próprio número de telefone minutos antes de saber que tivera seu Telegram invadido. 
A polícia também identificou uma série de chamadas ao ministro que foram feitas no mesmo instante da ligação do Telegram. Com essas informações, chegou à primeira conclusão: as ligações simultâneas eram a estratégia usada pelos hackers para que a chamada do Telegram caísse na caixa-postal. Com isso, a mensagem com o código de acesso ao aplicativo ficaria registrada no correio de voz.
A polícia conseguiu identificar que as chamadas feitas para o celular do ministro tinham sido feitas por um ID, registrado em nome de Anderson José da Silva. Partiram do mesmo ID, segundo a investigação, ligações destinadas para outras autoridades que tiveram contas atacadas. Após um deslize dos hackers, a PF conseguiu relacionar esse ID do suposto Anderson com um outro ID, registrado em nome de Marcelo Alexandre Thomaz.
A PF percebeu que os dados dos clientes vinculados aos IDs não eram verdadeiros e que os nomes registrados não eram os das pessoas que de fato estavam utilizando o serviço. Para saber quem eram os reais usuários, a política teve que ir atrás dos endereços de IP. Três novos endereços de residências vinculados a três nomes apareceram: Danilo Marques, Marta Elias e Suelen de Oliveira. Delgatti, Suelen, Danilo e Gustavo estão presos desde a semana passada.
 
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