O Ministério da Justiça disse que não há previsão de o ministro Sérgio Moro ir até Pedra Branca do Amapari (AP) acompanhar os desdobramentos da invasão de garimpeiros em terras indígenas. De acordo com a assessoria da pasta, o ministro não falou com a prefeita da cidade, Beth Pelaes (MDB).
Mais cedo, a prefeita havia dito que Moro confirmara que iria ao local. No início da semana, um cacique da etnia Wajãpi foi encontrado morto com sinais de facada em meio ao conflito. A ministra Damares Alves, da pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos, disse que se colocou à disposição para ir até a área. Damares afirmou que conhece a prefeita e que está em contato com ela e com a Fundação Nacional do Índio (Funai).
O governo enviou uma medida provisória no início do ano que ligava a Funai à pasta de Damares, mas o Congresso devolveu o órgão e a demarcação de terras indígenas ao Ministério da Justiça. Em maio, Damares disse que iria "brigar" para manter a Funai na sua pasta e Moro chegou a dizer que não tinha interesse em ter a fundação ligada a seu ministério.
Neste domingo (28), a Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar a invasão de garimpeiros em uma aldeia indígena da etnia Wajãpi. A PF chegou ao local, neste domingo (28), com equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar e da Funai. A área fica no município de Pedra Branca do Amapari, 189 quilômetros da capital Macapá.
A invasão dos garimpeiros teve início há cerca de cinco dias, mas o acompanhamento in loco das autoridades só começou após lideranças indígenas e moradores pedirem ajuda através de mensagens de celular, que repercutiram entre políticos e artistas nas redes sociais. De acordo com a Funai na região, a invasão começou na terça-feira (23) passada, quando foi confirmada a morte do cacique, e o grupo de cerca de 15 invasores está armado e ocupou as imediações da aldeia.