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Política

- Publicada em 10 de Julho de 2019 às 23:45

Integrantes da base ecoam críticas do PP a Nelson Marchezan Júnior

Diego Nuñez
A sessão da Câmara de Porto Alegre nesta quarta-feira (10) foi marcada, principalmente nos bastidores, pela repercussão ao anunciado rompimento do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) com a sigla do vice-prefeito Gustavo Paim, o PP, na terça-feira, e a subsequente reunião do diretório da sigla, cujas falas de lideranças foram contrárias à saída do governo. 
A sessão da Câmara de Porto Alegre nesta quarta-feira (10) foi marcada, principalmente nos bastidores, pela repercussão ao anunciado rompimento do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) com a sigla do vice-prefeito Gustavo Paim, o PP, na terça-feira, e a subsequente reunião do diretório da sigla, cujas falas de lideranças foram contrárias à saída do governo. 
Entre vereadores que não quiseram se identificar, o tom ecoava as recentes críticas do PP. "O Marchezan não escuta ninguém. A base não participa do governo"; "Ele não escuta. Decide tudo sozinho"; "Não recebe a gente"; "Ele nunca nos chamou para participar (das decisões da gestão) e nós também não reivindicamos. Não há reuniões com o secretariado nem com a base". Essas quatro declarações foram feitas por quatro integrantes da base do governo de quatro partidos diferentes. 
Já um outro vereador da base, de um partido diferente, disse que é "sempre chamado para opinar. E quando tenho uma discordância vou lá e falo. Não tem que ficar esperando ser chamado". 
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A questão sobre a capacidade de diálogo do prefeito permeia a gestão Marchezan desde pouco após a posse, em 2017. As críticas, que costumeiramente vêm da oposição, foram recentemente verbalizadas por integrantes do PP em declarações à imprensa, pronunciamentos na tribuna da Câmara Municipal e cartas. A última foi enviada pelo presidente municipal do PP, vereador João Carlos Nedel, ao presidente do PSDB, Moisés Barbosa. Foi justamente essa correspondência que resultou no pedido de Marchezan para que o PP desembarque da base de seu governo. 
"Não podemos desembarcar. Fomos eleitos, então somos governo por escolha da maior parte da população" disse Nedel na sessão de ontem, resgatando o que foi conversado na reunião do diretório. Mesmo afirmando que os integrantes do partido "não são bem ouvidos", Nedel fala sobre buscar uma "reabertura de diálogo": "nós queremos participação, não cargos. Esperamos há oito meses uma reunião com o prefeito. Nós somos eleitos, somos governo e não podemos sair".
Em contrapartida, para Mauro Pinheiro (Rede), líder do governo Marchezan na Câmara, "nunca foi fechado o canal de diálogo". Pinheiro afirma "conversar com os vereadores diariamente. O prefeito tem almoçado com vereadores. É um governo que dialoga muito". 
Durante a sessão do Legislativo de ontem, foi aprovada uma Moção de Solidariedade à Escola Liberato Salzano Vieira da Cunha, que poderá ter suas atividades de ensino médio e técnico transferidas da gestão municipal para a estadual. Quem propôs a moção foi o vereador Cláudio Conceição (DEM), que integra a base do governo. Ele avalia que, apesar de ser da base do governo, "não preciso concordar com tudo. A decisão sempre será do prefeito, e a gente respeita. Mas não precisava agora. Legalmente ele está correto, mas poderia ser deixado para um segundo momento". 
O vereador Adeli Sell (PT), que participa do bloco de oposição a Marchezan, acredita que uma briga interna dentro da base do governo pode afetar serviços por desviar o foco de atenção do prefeito: "a cidade tem outras prioridades. Precisa ter os buracos tapados. Os postos de saúde estão abarrotados", manifestou na tribuna.
A sessão foi finalizada pouco antes das 17h. Os vereadores têm mais duas sessões de votações antes do recesso parlamentar de julho.
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