Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 02 de Julho de 2019 às 09:40

Beto Richa vira réu pela 3ª vez na Lava Jato acusado de fraude em obras de rodovia

Richa responde atualmente a sete processos, envolvendo outras investigações

Richa responde atualmente a sete processos, envolvendo outras investigações


PEDRO RIBAS/GOVERNO DO PARAN/DIVULGAÇÃO/JC
A Justiça Federal do Paraná aceitou nesta segunda-feira (1) denúncia contra o ex-governador do estado Beto Richa (PSDB) e outras seis pessoas sob acusação dos crimes de corrupção ativa e passiva, fraude licitatória e lavagem de dinheiro nas obras de duplicação de uma rodovia estadual, em 2014.
A Justiça Federal do Paraná aceitou nesta segunda-feira (1) denúncia contra o ex-governador do estado Beto Richa (PSDB) e outras seis pessoas sob acusação dos crimes de corrupção ativa e passiva, fraude licitatória e lavagem de dinheiro nas obras de duplicação de uma rodovia estadual, em 2014.
É a terceira vez que o tucano se torna réu no âmbito da operação Lava Jato. No total, porém, Richa responde atualmente a sete processos, envolvendo outras investigações.
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, aliado ao seu ex-assessor, Ezequias Moreira, seu irmão, o ex-secretário José Richa Filho, e a outros dois empresários, Rafael Gluck e José Maria Ribas Muellet, o ex-governador fraudou a licitação para duplicação da PR-323, entre Maringá a Francisco Alves, no noroeste do Paraná. Eles teriam agido em favor do Consórcio Rota das Fronteiras, composto, entre outras, pelas empresas Tucumann Engenharia e Odebrecht.
No acolhimento da denúncia, o juiz Paulo Sergio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, observa que há "supostos fatos criminosos relacionados a complexo esquema criminoso, envolvendo diversas pessoas e mecanismos sofisticados relacionados à execução de atos criminosos".
Para garantir que outras empresas não ameaçassem a licitação, os agentes públicos teriam descumprido algumas formalidades legais e, em troca, teriam recebido cerca de R$ 7,5 milhões. Segundo as investigações, havia contato entre os empresários do consórcio e os agentes públicos antes mesmo da publicação das diretrizes para a licitação.
"Não se tratava de uma licitação qualquer: era, na realidade, a maior licitação da história da pasta. O contrato representava recebimentos totais na órbita de R$ 7,7 bilhões", narra o MPF.
O ex-assessor de Richa, Deonilson Roldo, teria recebido pelo menos R$ 4 milhões da Odebrecht agindo em nome do ex-governador, seu irmão e Ezequias. Uma das provas apresentadas pelo MPF para fundamentar a denúncia é a gravação de uma conversa em que Roldo pede ao executivo de outra empresa que não disputasse a licitação, porque o governo já teria "compromisso" com o consórcio posteriormente vencedor."
Para garantir que o Consórcio Rota das Fronteiras vencesse a licitação para a exploração e duplicação da PR-323, executivos da Odebrecht ofereceram pelo menos R$ 4 milhões a Denilson Roldo, no interesse de Beto Richa, Pepe Richa e Ezequias Moreira", afirma a denúncia.
O contador do tucano, Dirceu Pupo, e Luiz Abi Antoun, primo de Richa, por sua vez, teriam atuado como intermediários da negociação, para dissimular o recebimento dos valores.
Parte do esquema foi descoberto a partir da análise dos sistemas do "setor de propinas" da Odebrecht, que revelaram, no intervalo de dois meses ao longo de 2014, pagamentos superiores a R$ 3,5 milhões para o codinome "Piloto", utilizado para identificar o ex-governador. Outra parte das negociações foi desvendada com a delação premiada assinada pelo ex-diretor do DER do Paraná, Nelson Leal Junior.
Ainda de acordo com a denúncia do MPF, Beto Richa também teria recebido cotas de um imóvel no valor de R$ 3,4 milhões a título de propina. Os executivos da Tucumann, uma das empresas do consórcio, Rafael Gluck e José Maria Ribas Mueller, teriam atuado para subfaturar o imóvel. Eles teriam investido na construção do investimento por seis anos e, segundo estimativa do MPF, o venderam por valor 44% inferior ao preço de mercado.
Outra empresa, a Ocaporã, formalmente gerida pelo contador de Richa, mas, segundo o MPF, estreitamente ligada à família do ex-governador, foi utilizada para dissimular o recebimento dos valores.
A defesa de Luiz Abi Antoun afirmou que ele todas as denúncias são infundadas e que ele vai comprovar sua inocência na Justiça.
A reportagem ainda não conseguiu contato com as defesas dos demais réus.
Folhapress
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO