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Lava Jato

- Publicada em 30 de Junho de 2019 às 21:10

Ato pró-Moro reúne manifestantes no Parcão, em Porto Alegre

Sob chuva, porto-alegrenses se vestiram nas cores verde e amarelo e ocuparam avenida Goethe

Sob chuva, porto-alegrenses se vestiram nas cores verde e amarelo e ocuparam avenida Goethe


LUIZA PRADO/JC
Apesar da chuva que caiu sobre Porto Alegre durante toda a tarde deste domingo, centenas de manifestantes se reuniram no Parque Moinhos de Vento, conhecido como Parcão, em apoio ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, e à Operação Lava Jato. O ato - um dos que aconteceram no Brasil - foi uma reação à divulgação das conversas de Moro com procuradores do Ministério Público Federal (MPF) do Paraná, nos quais o ex-juiz responsável pela operação orienta a atuação dos profissionais do MPF.
Apesar da chuva que caiu sobre Porto Alegre durante toda a tarde deste domingo, centenas de manifestantes se reuniram no Parque Moinhos de Vento, conhecido como Parcão, em apoio ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, e à Operação Lava Jato. O ato - um dos que aconteceram no Brasil - foi uma reação à divulgação das conversas de Moro com procuradores do Ministério Público Federal (MPF) do Paraná, nos quais o ex-juiz responsável pela operação orienta a atuação dos profissionais do MPF.
Entre as figuras políticas que estavam na avenida Goethe apoiando o ato organizado pelo movimento Vem Pra Rua, marcaram presença o senador gaúcho Luis Carlos Heinze (PP) e o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, deputado estadual Ruy Irigaray (PSL). Os políticos e outras lideranças discursaram em um carro de som.
Heinze disse que "ao atacarem Moro, querem atingir o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL)". O senador também parabenizou os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), onde são julgados em segunda instância os recursos dos processos da Operação Lava Jato.
Em janeiro de 2018, foi o TRF-4 que confirmou a condenação imputada por Moro ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no processo do triplex. Mais do que isso: aumentou a pena do petista. No segundo semestre, o tribunal deve julgar o recurso do ex-presidente no processo do sítio de Atibaia, no qual também foi condenado. A sentença foi assinada pela então juíza substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, antes de Luiz Antônio Bonat assumir a vaga de Sérgio Moro.
Na quinta-feira da semana passada, Heinze compareceu à sede do TRF-4 para a posse do novo presidente da corte. Moro e o presidente da República em exercício, general Hamilton Mourão (PRTB), também prestigiaram a cerimônia. Aliás, antes da transmissão do cargo, os políticos e os desembargadores ficaram por cerca de 40 minutos em uma sala, a portas fechadas.
"Parabéns ao nosso TRF-4. No segundo semestre, vocês ainda vão ver a segunda condenação (em segunda instância) do Lula (no processo do sítio de Atibaia)", garantiu o senador do PP - arrancando aplausos e gritos efusivos do público presente no ato. Heinze complementou: "Estamos junto com Sérgio Moro nos projetos para manter a Lava Jato e na maioria das coisas".
Ruy Irigaray atacou a imprensa e pediu apoio ao governo de Jair Bolsonaro. Ele destacou o acordo comercial fechado entre o Mercosul e a União Europeia, "um dos maiores acordos da história do Brasil", conforme Irigaray. O secretário de Desenvolvimento Econômico também lembrou as eleições municipais que ocorrem em 2020: "no ano que vem, temos eleições municipais. Temos a responsabilidade de eleger dirigentes que tenham alinhamento político com o presidente Jair Bolsonaro".
A Banda Loka Liberal - que acompanha as manifestações de direita na Capital - usou o clima como argumento de música: "essa chuva de merda não quer passar; é a esquerda que não para de chorar". As canções ajudaram a empolgar os manifestantes, que, sob os guarda-chuvas, usavam as tradicionais camisetas da seleção brasileira, máscaras com o rosto de Moro e bandeiras do Brasil.  Havia muitos cartazes e faixas: "deixem nosso presidente governar e Moro fazer justiça"; "em defesa da reforma da Previdência, do pacote anticrime e da Lava Jato"; "Lava Jato, eu apoio"; entre outros. 

Pelo menos 70 cidades realizaram mobilizações em apoio ao ex-juiz

Atos a favor da Operação Lava Jato, do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), do pacote anticrime apresentado pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, e em defesa da reforma da Previdência ocorreram neste domingo em pelo menos 24 estados e no Distrito Federal. Até o fim da tarde, ao menos 70 cidades tinham registrado mobilizações.
Desde o início da manhã, protestos já eram registrados nas capitais e principais cidades do País, que invariavelmente contaram com o hino nacional e, em alguns casos, com orações antes ou após as manifestações. Com roupas principalmente nas cores verde e amarela, os manifestantes portavam cartazes e faixas de apoio ao governo e ao combate à corrupção, mas também defendiam outras bandeiras.
Em Salvador, por exemplo, cartazes expostos no Farol da Barra criticavam o Movimento Brasil Livre (MBL) e propostas como a liberação do aborto. Outro alvo presente nas manifestações foi o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, que vem publicando desde o dia 9 de junho mensagens trocadas pelos procuradores da força-tarefa da Lava Jato nos últimos anos.
Além dos grandes atos de São Paulo, na avenida Paulista, e do Rio de Janeiro, em Copacabana, no Sudeste as manifestações ocorreram em Minas Gerais e no Espírito Santo. Em Belo Horizonte, a praça da Liberdade, tradicional reduto de manifestações, teve ato durante a manhã, assim como outras cidades do estado - Uberlândia, Uberaba e Juiz de Fora entre elas. Já no Espírito Santo, a manifestação de mais de duas horas em Vitória contou com passeata e participação de caminhoneiros numa carreata.
Em Curitiba (PR), cidade-sede da Lava Jato e onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpre pena na Polícia Federal (PF), a manifestação teve início na Boca Maldita na tarde deste domingo. Além da defesa de Moro, sobraram críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante o ato. Também no Sul, cidades de Santa Catarina registraram manifestações, assim como Porto Alegre, que teve ato na avenida Goethe.
Já no Nordeste, uma carreata em São Luís (MA) ocorreu em entre a praça do Pescador e o palácio do governo estadual. Em Alagoas, a manifestação em Maceió teve início de manhã e durou cerca de cinco horas, de acordo com os manifestantes e a polícia. O ato em Natal (RN) durou três horas, só terminando às 18h, e contou com a interdição no trânsito numa avenida.
Já em Pernambuco, a avenida Boa Viagem abrigou manifestantes que se reuniram a partir das 14h e iniciaram uma passeata, que durou cerca de três horas. Na capital de Sergipe, Aracaju, a manifestação, pequena, ocorreu na zona sul da cidade. Teresina foi outra capital nordestina a registrar atos. Em Fortaleza, um ato organizado por ao vários grupos reuniu manifestantes na praça Portugal, no entorno de um trio elétrico. 
Na região Norte do Brasil, ocorreram manifestações em todos os estados. No Pará, faixas e bandeiras foram carregadas pelos participantes do ato que percorreu cerca de 1,5 quilômetro no bairro Umarizal, na capital, Belém. No Centro-Oeste, houve manifestações em Cuiabá e em Goiânia.

Na Paulista, participaram o cantor Latino e a atriz Regina Duarte

Neste domingo, os paulistanos saíram em defesa do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Há um mês o ex-juiz da Lava Jato é alvo de dúvidas sobre sua imparcialidade desde que o site The Intercept Brasil divulgou suposta troca de mensagens entre ele e procuradores da República. Moro aparece nos diálogos orientando procuradores em processos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Um boneco inflável com a imagem de Moro foi instalado junto a um caminhão de som. Faixas e camisetas estampavam a fase "In Moro we trust", na tradução do inglês "em Moro nós acreditamos".
Assim como nos protestos do mês passado, a maior aglomeração aconteceu na avenida Paulista, nos arredores do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A maior concentração aconteceu no caminhão do movimento Nas Ruas. Nele, personalidades como a atriz Regina Duarte e o cantor Latino discursaram.
Latino disse que "o Brasil está de saco cheio de bundalelê", em referência a um de seus principais hits, Festa no Apê. Regina Duarte pediu união. "A eleição passou. Quem perdeu, perdeu, quem ganhou, ganhou. Somos um povo só."