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Política

- Publicada em 25 de Junho de 2019 às 21:34

Enterro do presidente, que nunca foi

Num clima de verdadeira comoção popular foi sepultado, em São Borja, o santuário do trabalhismo, o ex-governador Leonel de Moura Brizola. Em 60 anos de vida pública, Brizola nunca escondeu sua maior ambição, que seria chegar à presidência da República. Tentou efetivamente duas vezes e não conseguiu, sendo que em 1989 foi quando esteve mais próximo de realizar seu sonho, que se tornaria inatingível.
Num clima de verdadeira comoção popular foi sepultado, em São Borja, o santuário do trabalhismo, o ex-governador Leonel de Moura Brizola. Em 60 anos de vida pública, Brizola nunca escondeu sua maior ambição, que seria chegar à presidência da República. Tentou efetivamente duas vezes e não conseguiu, sendo que em 1989 foi quando esteve mais próximo de realizar seu sonho, que se tornaria inatingível.
As homenagens que lhe foram prestadas, primeiramente no Rio de Janeiro - onde foi governador em duas oportunidades - e em Porto Alegre - onde foi prefeito, governador e comandou o Movimento da Legalidade - e finalmente em São Borja, ele foi alvo de uma manifestação popular só superada pela morte de Tancredo Neves, que como ele sempre quis ocupar a Presidência da República, e morreu na véspera de sua posse.
Outra manifestação que pode ter superado a que cariocas, gaúchos e são-borjenses lhe prestaram nestes três últimos dias, foi a de Getúlio Vargas em 1954, e a de João Goulart, único presidente brasileiro que morreu no exílio. 
Ortega y Gasset, filósofo espanhol, disse que eu sou eu e mais minhas circunstâncias. São Borja é hoje o  santuário do trabalhismo, porque em 1954 ali foi sepultado o presidente Getúlio Vargas, que implantou no País a legislação trabalhista e o salário-mínimo. Em 1976, ali foi enterrado o ex-presidente João Goulart, o Jango, das reformas de base, que foi derrubado do governo por um golpe militar. E ali, em 1993, foi sepultada dona Neuza Goulart Brizola, esposa e companheira de Brizola em sua carreira política, cheia de vitórias e sofrimentos, como no período do exílio. E quando do sepultamento de dona Neuza, Brizola  manifestou a uma de suas irmãs que seu desejo era ser enterrado no jazigo da família Goulart, junto a sua Neuza.
No seu estilo característico de falar, Brizola foi dizendo: "Olha, eu acho que pode sobrar um canto pra mim neste jazigo pois, o meu desejo é de quando partir para o outro lado ficarmos juntos.
O desejo de Leonel Brizola foi atendido, e depois de ter sua figura política reverenciada no Rio de Janeiro, em Porto Alegre, e São Borja, ele teve uma despedida com todas honras, pois diante do seu esquife passaram o presidente da República, ministros de Estado, governadores, prefeitos, deputados federais e estaduais, vereadores, lideranças empresariais e sindicais.
Mas o mais importante nos atos fúnebres de Leonel Brizola foi a participação do povo, que ele tanto defendeu, e foi o principal estimulador de toda a sua carreira política. Brizola foi sepultado com os gritos da multidão: Brizola, guerreiro do povo brasileiro. Melhor homenagem não poderia ter. 
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