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Política

- Publicada em 24 de Junho de 2019 às 03:00

Novos diálogos provocam reações entre políticos

Sem referir diretamente vazamentos, ministro minimiza episódios

Sem referir diretamente vazamentos, ministro minimiza episódios


/PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO/JC
As novas mensagens envolvendo Sergio Moro, ministro da Justiça, e procuradores da Lava Jato em Curitiba provocaram reações de políticos e nomes ligados à força-tarefa. Os diálogos foram divulgados neste domingo pela Folha de S.Paulo, em reportagem com o site The Intercept Brasil. Mostram como os procuradores se articularam para proteger o então juiz e evitar que tensões entre ele e o Supremo Tribunal Federal (STF) paralisassem as investigações em março de 2016.
As novas mensagens envolvendo Sergio Moro, ministro da Justiça, e procuradores da Lava Jato em Curitiba provocaram reações de políticos e nomes ligados à força-tarefa. Os diálogos foram divulgados neste domingo pela Folha de S.Paulo, em reportagem com o site The Intercept Brasil. Mostram como os procuradores se articularam para proteger o então juiz e evitar que tensões entre ele e o Supremo Tribunal Federal (STF) paralisassem as investigações em março de 2016.
Ex-juiz responsável pela operação e hoje membro do governo Jair Bolsonaro (PSL), Moro não falou sobre o assunto. No Twitter, publicou, em latim, citação do filósofo romano Horácio: "Parturiunt montes, nascetur ridiculus mus (As montanhas partejam, nascerá um ridículo rato)". Em resposta à declaração, o ex-presidenciável do PT Fernando Haddad publicou em rede social: "Moro pariu um golpe". 
Também por rede social, a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, chamou Moro de mentiroso e disse que ele foi desmascarado em uma intenção de evitar que o STF soubesse de apurações relacionadas a autoridades com foro especial, conduzidas por Curitiba. O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) disse que os diálogos mostram que o ex-juiz tinha ascendência sobre os integrantes da Lava Jato. "A submissão dos procuradores a Moro é escandalosa".
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, ex-membro da força-tarefa em Curitiba citado nas conversas, afirmou no Facebook que a Folha errou ao publicar "material apócrifo e de origem criminosa". Procurado, o Ministério Público Federal em Curitiba afirmou em nota que a força-tarefa não teve acesso aos materiais citados pelo jornal e, por isso, tem prejudicada sua possibilidade de avaliar a veracidade dos diálogos. Disse ainda que os procuradores "pautam suas ações pessoais e profissionais pela ética e pela legalidade".
O presidente Bolsonaro não se manifestou sobre o caso. O Movimento Brasil Livre (MBL) - cujos integrantes foram chamados por Moro de "tontos" por protestarem em frente ao apartamento do ex-ministro do STF Teori Zavascki (morto em 2017) - minimizou a crítica do ex-juiz e elogiou a Lava Jato.
"O trecho divulgado hoje (ontem) quebra mais uma narrativa mentirosa dos aliados dos criminosos condenados na operação, demonstrando que o MBL sempre atuou de forma independente do Judiciário e dos procuradores, determinando seu próprio rumo e suas próprias ações, através de atos e manifestações sempre pacíficos".
Os diálogos indicam que os procuradores e o então juiz temiam que o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, desmembrasse inquéritos que estavam sob controle de Moro em Curitiba após a divulgação de uma lista de políticos associados à Odebrecht, que tinham direito a foro especial - e que só podiam ser investigados com autorização da corte.
Moro escreveu ao procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, para reclamar da Polícia Federal, que havia tornado a pública a lista de políticos ao anexar aos autos de um inquérito papéis encontrados na casa de um executivo da Odebrecht, e discutiu com ele a melhor forma de encaminhar os processos ao STF.
Ao examinar o material, a reportagem da Folha informou não ter detectado nenhum indício de que ele possa ter sido adulterado. 
 
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