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Política

- Publicada em 10 de Junho de 2019 às 13:30

Filhos de Bolsonaro saem em defesa de Moro e criticam vazamento de mensagens

Site divulgou mensagens atribuídas a Sergio Moro, e ao procurador Deltan Dallagnol, do MPF

Site divulgou mensagens atribuídas a Sergio Moro, e ao procurador Deltan Dallagnol, do MPF


VALTER CAMPANATO/ABR /JC
Os filhos políticos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) saíram em defesa do ministro Sergio Moro (Justiça) e criticaram a imprensa após a divulgação pelo site Intercept Brasil de mensagens atribuídas ao ex-juiz e ao procurador Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal (MPF).
Os filhos políticos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) saíram em defesa do ministro Sergio Moro (Justiça) e criticaram a imprensa após a divulgação pelo site Intercept Brasil de mensagens atribuídas ao ex-juiz e ao procurador Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal (MPF).
O conteúdo divulgado pelo site mostra que os dois trocavam colaborações quando integravam a força-tarefa da Operação Lava Jato. Moro, que hoje é ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PSL), foi o juiz responsável pela operação em Curitiba. Ele deixou a função ao aceitar o convite do presidente, em novembro, após a eleição.
O site informou que obteve o material de uma fonte anônima, que pediu sigilo. O pacote inclui mensagens privadas e de grupos da força-tarefa no aplicativo Telegram, de 2015 a 2018.
"É impressão minha, ou só no Brasil, uma imprensa utiliza uma invasão ilegal de algo privado, ignorando a invalidade judicial e ilegalidade, mas não se importa em divulgar, com o único intuito de queimar o governo Bolsonaro e favorecer o sistema? Acho que já vi isso antes", escreveu o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).
O vereador ainda replicou uma mensagem postada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-RS) que fala em "ataque orquestrado à Lava Jato".
"Está acontecendo um ataque orquestrado contra a operação Lava Jato. O objetivo claro é tumultuar processos e investigações, barrando o combate à corrupção no Brasil. A utilização organizada e criminosa de táticas hackers é mais uma etapa dessa guerra", escreveu o senador.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) fez uma série de publicações nesta segunda-feira (10) em suas contas das redes sociais. Em algumas delas usou a hashtag "Eu apoio a Lava Jato".
Eduardo também fez críticas ao jornalista Glenn Greenwald, fundador e editor do Intercept Brasil. "Glenn Greenwald, ex-CNN, foi o porta voz do Snowden para vazar tudo que ele sabia sobre dados confidenciais dos EUA no caso conhecido como WikiLeaks. Além disso, Glenn vendeu no exterior a tese que o impeachment da Dilma foi golpe", escreveu o deputado.
O jornalista, porém, não trabalhou na CNN e tampouco tem ligação com o WikiLeaks. Seu trabalho mais famoso foi divulgar em 2013, pelo jornal britânico The Guardian, detalhes do programa de espionagem da NSA, a agência de segurança nacional dos Estados Unidos. Com essa reportagem ele venceu o Pullitzer, principal prêmio jornalístico americano, no ano seguinte.
Filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) divulgou em sua conta do Twitter a nota publicada no domingo por Moro e chamou o vazamento de "criminoso".
O site Intercept Brasil divulgou no domingo (9) uma troca de mensagens atribuídas a Moro e a Dallagnol em que eles aparecem compartilhando colaborações quando integravam a força-tarefa da Operação Lava Jato.
Após a publicação das reportagens, a equipe de procuradores da operação divulgou nota chamando a revelação de mensagens de "ataque criminoso à Lava Jato" e disse que o caso põe em risco a segurança de seus integrantes. Também em nota, Moro negou que haja no material revelado "qualquer anormalidade ou direcionamento" da sua atuação como juiz.
Para o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, a troca de colaborações entre Moro e Dallagnol põe em xeque a equidistância da Justiça. "Apenas coloca em dúvida, principalmente ao olhar do leigo, a equidistância do órgão julgador, que tem ser absoluta. Agora, as consequências, eu não sei. Temos que aguardar", afirmou o magistrado.
Nas conversas privadas, membros da força-tarefa fazem referências a casos como o processo que culminou com a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por causa do tríplex de Guarujá, no qual o petista é acusado de receber R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira OAS em decorrência de contratos da empresa com a Petrobras.
O valor, apontou a acusação, se referia à cessão pela OAS do apartamento tríplex ao ex-presidente, a reformas feitas pela construtora nesse imóvel e ao transporte e armazenamento de seu acervo presidencial. Ele foi condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Preso em decorrência da sentença de Moro, Lula foi impedido de concorrer à Presidência na eleição do ano passado. A sentença de Moro foi confirmada em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e depois chancelada também pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), que reduziu a pena para oito anos, 10 meses e 20 dias de prisão.
Segundo a reportagem do Intercept Brasil, Moro sugeriu ao MPF (Ministério Público Federal) trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou a realização de novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão judicial. Especialistas em direito disseram à reportagem que não haveria, a princípio, nenhuma ilegalidade, mas pode ter havido desvio ético.
Folhapress
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