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Assembleia Legislativa

- Publicada em 05 de Junho de 2019 às 21:17

Deputados visitam extração de carvão em mina de Butiá

Gerentes da Copelmi guinaram grupo da Comissão de Meio Ambiente

Gerentes da Copelmi guinaram grupo da Comissão de Meio Ambiente


MARCELO G. RIBEIRO/JC
No Dia Internacional do Meio Ambiente, os deputados da Comissão de Saúde e Meio Ambiente foram visitar a mina de carvão administrada pela Copelmi Mineração, no município de Butiá. A empresa é responsável pelo projeto da Mina Guaíba, cuja implementação pode ocorrer entre Eldorado do Sul e Charqueadas, a 16 quilômetros de Porto Alegre. Aliás, esse era um dos principais objetivos da visita: averiguar o impacto ambiental da extração de carvão em Butiá e projetar os possíveis danos na Mina Guaíba.
No Dia Internacional do Meio Ambiente, os deputados da Comissão de Saúde e Meio Ambiente foram visitar a mina de carvão administrada pela Copelmi Mineração, no município de Butiá. A empresa é responsável pelo projeto da Mina Guaíba, cuja implementação pode ocorrer entre Eldorado do Sul e Charqueadas, a 16 quilômetros de Porto Alegre. Aliás, esse era um dos principais objetivos da visita: averiguar o impacto ambiental da extração de carvão em Butiá e projetar os possíveis danos na Mina Guaíba.
A visita foi guiada pelos gerentes da Copelmi, ao longo de toda a manhã. Um ônibus lotado com parlamentares, assessores, jornalistas e funcionários da mineradora saiu da Assembleia Legislativa às 8h30min e regressou à Capital às 15h. Alguns parlamentares já se manifestavam a favor da implementação da Mina Guaíba no início da viagem; outros foram convencidos após as explicações da Copelmi; e outros ainda permaneceram em dúvida.
Assim que o ônibus começou a rodar, o deputado Gabriel Souza (MDB) - proponente da visita - pegou o microfone instalado no veículo e iniciou uma sessão da comissão. "Essa é a primeira audiência pública móvel", brincou. Em seguida, passou a palavra para os demais deputados da comissão e membros da Copelmi.
De um modo geral, os parlamentares pareciam já estarem convencidos da instalação da mina próximo à Capital. "Em 1980, vivi a mineração no sul de Santa Catarina. Era um crime ambiental. Não dava para respirar o ar. Mas isso é inexistente nas minas da Copelmi, que já tive a oportunidade de visitar", relatou Vilmar Lourenço (PSL).
Quando o ônibus chegou à mina de Butiá, os técnicos da empresa deram algumas explicações sobre como funcionava a extração à beira da cava de mais de 50 metros de profundidade. Enquanto o gerente de sustentabilidade falava, assessores e parlamentares aproveitaram para fazer selfies.
O parlamentar que mais questionou os funcionários da mineradora foi Sebastião Melo (MDB). Entre as preocupações, estava a contaminação da água do Rio Jacuí, que desemboca no Guaíba. Apesar de o gerente de Sustentabilidade da Copelmi, Cristiano Weber, garantir que não vai haver poluição no único manancial que abastece a Região Metropolitana, Melo foi cauteloso. "Não vou formar minha opinião hoje. Porque quero ouvir os contrapontos. Marquei reunião com uma equipe técnica do Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgoto). Hoje, o departamento capta água em seis lugares, mas a qualidade é muito ruim. Existe um projeto para mudar alguns pontos de captação para perto do Delta do Jacuí (próximo ao local previsto para a Mina Guaíba). Quero saber dos técnicos do Dmae se a mina pode prejudicar a qualidade da água na Capital." E complementou: "Além disso, a Mina Guaíba vai ser muito maior que a de Butiá. As diferenças devem ser levadas em conta".
Gabriel Souza, por outro lado, ficou convencido da viabilidade do empreendimento: "Mudei minha concepção sobre a mineração". "Diziam que a Mina Guaíba vai ser uma Brumadinho de Porto Alegre, mas os técnicos explicaram que não vai ter barragem de rejeitos. Constatamos que não tem poeira, porque eles molham o solo. E, como os técnicos explicaram, não vai contaminar o lençol freático. É um investimento vultuoso, de bilhões de dólares", justificou Souza, referindo-se ao Polo Carboquímico.

Mineradora diz que área degradada pode ser recuperada

Ao longo da visita à mina de Butiá, o gerente de Sustentabilidade da Copelmi, Cristiano Weber, explicou que a diminuição do impacto ambiental nas novas minas se deve ao método de extração adotado. Na cava (que nada mais é do que um buraco gigante) apresentada aos parlamentares, a empresa usa a técnica da "lavras em tiras", que consiste em escavar uma vala de um lado onde vai ser extraído o carvão, ao mesmo tempo que se tapa o lado oposto, onde o carvão já foi retirado. Com isso, a cava permanece do mesmo tamanho, ao invés de aumentar constantemente.
Além disso, ao desfazer a cava, a técnica busca a recuperação da área degradada. "Fazemos a reposição dos materiais que estavam sobre o carvão, na mesma ordem de empilhamento que tinham na natureza. Os siltitos embaixo, em cima as argilas, depois o solo e, enfim, a cobertura vegetal. Logo que se começa a escavar, se retira o solo, e deixamos ele separado para, posteriormente, ser colocado de volta. Então, esse solo não entra em contato com nenhum material contaminante", sustentou Weber.
Para demonstrar a recuperação da área degradada, a empresa levou os parlamentares à Fazenda Butiá, situada sobre um local onde foi extraído carvão, entre 1987 e 2009. Conforme os funcionários da Copelmi, o local é de propriedade de um parceiro da empresa, que presta serviços de transporte. Por fim, a comitiva visitou o aterro sanitário dirigido pela CRVR, instalado sobre uma antiga cava da Copelmi. A CRVR produz biogás ali.