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Política

- Publicada em 04 de Junho de 2019 às 12:41

Lava Jato denuncia Jucá por corrupção na Transpetro e propina de R$ 1 milhão

Denúncia aponta que Machado foi indicado e mantido no cargo por Jucá e integrantes do MDB

Denúncia aponta que Machado foi indicado e mantido no cargo por Jucá e integrantes do MDB


VALTER CAMPANATO/ABR/JC
Agência Estado
A Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná denunciou o ex-senador e atual presidente do MDB, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado pelo envolvimento em esquema de corrupção mantido na subsidiária da Petrobras. Segundo a denúncia, Jucá recebeu pagamentos ilícitos de pelo menos R$ 1 milhão em 2010 em razão de quatro contratos e sete aditivos celebrados entre a Galvão Engenharia e a Transpetro.
A Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná denunciou o ex-senador e atual presidente do MDB, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado pelo envolvimento em esquema de corrupção mantido na subsidiária da Petrobras. Segundo a denúncia, Jucá recebeu pagamentos ilícitos de pelo menos R$ 1 milhão em 2010 em razão de quatro contratos e sete aditivos celebrados entre a Galvão Engenharia e a Transpetro.
Segundo a força-tarefa, a Galvão Engenharia - em razão de contratos e aditivos mantidos na Transpetro e "com o objetivo de continuar recebendo convites para participar das licitações da estatal" - efetuava o pagamento de propinas de 5% do valor de todos os contratos com a subsidiária da Petrobras "a integrantes do MDB que compunham o núcleo de sustentação de Sérgio Machado", então presidente da estatal.
A denúncia aponta que Machado foi indicado e mantido no cargo por Romero Jucá e integrantes do MDB e tinha "a função de arrecadar propinas para seus padrinhos políticos". Segundo o MPF, em contrapartida ao pagamento de propinas pelas empresas, Sérgio Machado, "garantiria às empreiteiras a continuidade dos contratos e a expedição de futuros convites para licitações".
O pagamento da propina pela Galvão Engenharia teria sido disfarçado por meio de doação eleitoral oficial de R$ 1 milhão. Segundo a denúncia, em junho de 2010, a empresa efetuou o repasse "desses subornos" para Romero Jucá ao Diretório Estadual do PMDB no Estado de Roraima. "As propinas, assim, irrigaram a campanha de reeleição de Jucá ao Senado, bem como as campanhas do filho e de ex-esposa para o Legislativo", diz o MPF.
As investigações indicam que a Galvão Engenharia "não tinha qualquer interesse em Roraima que justificasse a realização da doação oficial, a não ser o direcionamento de propinas para Romero Jucá".
A força-tarefa Lava Jato em Curitiba já ofereceu cinco denúncias relativas ao esquema de corrupção na Transpetro. Segundo o Ministério Público Federal, o esquema de corrupção investigado perdurou pelo menos até 2014, favorecendo empresas que pagavam vantagens indevidas ao então presidente da estatal, Sérgio Machado, e políticos responsáveis por sua manutenção no cargo.

Defesa de Juca desqualifica depoimentos de Sergio Machado e critica denuncia

As defesas do ex-senador e atual presidente do MDB, Romero Jucá, e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado de manifestaram sobre a denúncia contra os dois no âmbito da Lava Jato. O Ministério Público Federal (MPF) no Paraná denunciou ambos pelo envolvimento em esquema de corrupção mantido na subsidiária da Petrobras.
"A Defesa do ex-Senador Romero Jucá vem a público consignar a absoluta falta de cuidado técnico por parte do MP na recente Denúncia apresentada. O Ministério Público Federal tem a ousadia de apresentar o Sr. Sérgio Machado como sendo uma pessoa que falava em nome do ex-Senador Jucá. Ora, o Sr. Sérgio Machado já deu provas nos últimos tempos que sua palavra não tem nenhuma credibilidade, sendo que houve até um pedido pela perda dos benefícios de sua delação por entender a autoridade policial que ele não dizia a verdade em seus depoimentos", disse a assessoria do ex-senador em nota.
"Acreditar, a esta altura, que o Sr. Sergio Machado falava em nome do ex-Senador Romero Jucá só pode ser imputado a esta sanha punitiva que tem desmoralizado o trabalho da Operação Lava Jato nos últimos tempos. Ademais afirmar que a contrapartida para a corrupção foi a indicação deste Senhor para o cargo de presidente da Transpetro é, mais uma vez, a clara tentativa de criminalizar a política. Atividade esta que os membros da força tarefa se empenharam com vigor, e que é um dos motivos da canibalização das estruturas políticas que levaram o Brasil a enfrentar esta quadra difícil, deprimente e punitiva".
"Sem deixar de consignar que, mesmo aceitando o raciocínio do MP, que é não verdadeiro, em respeito à decisão recente do Supremo esta Denúncia teria que ter sido oferecida junto à Justiça Eleitoral pois se trata de imputações referentes a questões eleitorais, doações de campanha. A Defesa se reserva o direito de fazer os questionamentos técnicos no processo reiterando a absoluta confiança no Poder Judiciário e lamentando, mais uma vez, a ânsia abusiva de poder por parte do Ministério Público.
"Advogados do ex-presidente da Transpetro também se manifestaram. "A defesa de Sérgio Machado, representada pelo advogado Antonio Sérgio Pitombo, destaca que esta é mais uma ação penal decorrente do processo de colaboração de seu cliente e demonstra mais uma vez a robustez das provas fornecidas pelo acordo de colaboração de Sergio Machado, que continua colaborando de forma efetiva com a PGR e o Ministério Público."Segundo a denúncia, Jucá recebeu pagamentos ilícitos de pelo menos R 1 milhão em 2010 em razão de quatro contratos e sete aditivos celebrados entre a Galvão Engenharia e a Transpetro.
De acordo com a força-tarefa, a Galvão Engenharia - em razão de contratos e aditivos mantidos na Transpetro e "com o objetivo de continuar recebendo convites para participar das licitações da estatal" - efetuava o pagamento de propinas de 5% do valor de todos os contratos com a subsidiária da Petrobras "a integrantes do MDB que compunham o núcleo de sustentação de Sérgio Machado", então presidente da estatal.A reportagem está tentando contato com representantes da Transpetro e da Galvão Engenharia. O espaço está aberto para as manifestações de defesa.
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