O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) empregou nove parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (PSL), no período em que foi deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A maioria deles vive em Resende, no Sul do estado do Rio de Janeiro e todos tiveram o sigilo fiscal e bancário quebrado por decisão do Tribunal de Justiça do Rio.
Nas últimas semanas, ao menos quatro deles têm dificuldades para comprovar que, de fato, assessoraram Flávio. Em Resende, o vendedor aposentado José Procópio Valle e Maria José de Siqueira e Silva, pai e tia de Ana Cristina, jamais tiveram crachá funcional da Alerj. Ele ficou lotado cinco anos e ela, nove.
Apesar de ter nascido em Resende, a cidade não é reduto eleitoral de Flávio. Ele também não possui escritório político lá.
Já a irmã Andrea Siqueira Valle e o primo Francisco Diniz constaram como funcionários por mais de uma década e só há registro de crachá para o ano de 2017. A professora aposentada Maria José Siqueira e Silva, de 77 anos, também nunca teve crachá funcional da Alerj, apesar de ter sido lotada no gabinete de Flávio de outubro de 2003 até maio de 2012.
O grupo de familiares é alvo da investigação que apura a prática de "rachadinha" no gabinete, devido às movimentações atípicas, em um total de R$ 1,2 milhão, de Fabrício Queiroz, outro ex-assessor.