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Política

- Publicada em 16 de Maio de 2019 às 19:16

Partidos do centrão veem pior momento do governo Bolsonaro

Deputados da oposição e até mesmo da base do governo foram contra a proposta

Deputados da oposição e até mesmo da base do governo foram contra a proposta


JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO/JC
No dia seguinte às manifestações contra os cortes na educação e em meio ao avanço das investigações sobre o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), líderes dos principais partidos do Congresso dizem que o governo do presidente Jair Bolsonaro enfrenta seu "pior momento" e preveem uma nova onda de derrotas para o Palácio do Planalto na próxima semana.
No dia seguinte às manifestações contra os cortes na educação e em meio ao avanço das investigações sobre o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), líderes dos principais partidos do Congresso dizem que o governo do presidente Jair Bolsonaro enfrenta seu "pior momento" e preveem uma nova onda de derrotas para o Palácio do Planalto na próxima semana.
Caciques do chamado centrão avaliaram nesta quinta-feira (15) que o desgaste de Bolsonaro com as ruas e a quebra dos sigilos bancário e fiscal sobre as movimentações financeiras de seu filho mais velho dão força à articulação do Congresso para, entre outros movimentos, sacramentar a saída do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) das mãos do ministro da Justiça Sergio Moro.
Após encontros com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), integrantes do centrão dizem que a votação da medida provisória da reestruturação do governo só depende do Planalto. De acordo com eles, os articuladores políticos do Planalto precisam enquadrar os partidos de sua base para que o texto aprovado na semana passada em comissão especial seja apreciado sem alterações no plenário da Câmara. Do contrário, a medida provisória que reestrutura a Esplanada não for aprovada até o dia 3 de junho na Câmara e no Senado, ela perderá validade.
A ala mais inflamada do centrão chegou a dizer que só uma declaração pública do alto escalão do governo a favor da transferência do Coaf para o ministério de Paulo Guedes (Economia) seria capaz de controlar a atuação do PSL contra a medida. Maia sinalizou aos líderes desses partidos que vai atuar para que o Planalto cumpra o acordo e distensione a relação.
Um dos líderes do centrão diz que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, se comprometeu a atuar para que a votação no plenário ocorra sem intercorrências.
O Planalto já teria conseguido convencer uma ala dos partidos contrários à mudança de endereço do Coaf a votar o texto como está, mesmo que seja para perder. Fazem parte desse grupo Podemos, Cidadania e Novo.
A estratégia do centrão e de Onyx, porém, pode esbarrar no líder do governo no Congresso, Major Vitor Hugo (PSL-GO). O parlamentar de primeiro mandato tem se mostrado irredutível a aliados quanto à posição de defender publicamente a manutenção do Coaf na Justiça.
Antes de atuação discreta, ele começou a publicar em suas redes sociais críticas ao centrão, para marcar posição em uma briga interna do PSL. Vitor Hugo, que é próximo de Bolsonaro, tem relação péssima com Onyx e disputa poder com a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).
Depois das derrotas desta semana, atribuídas às declarações dele, os dois iniciaram um novo movimento para apeá-lo do cargo. Uma lista de possíveis substitutos de Vitor Hugo foi desenhada com o aval do ministro.
Os nomes foram pinçados dentre os 82 deputados que votaram contra a convocação de Weintraub. Na relação estão, por exemplo, João Campos (PRB-GO), João Roma (PRB-BA), Claudio Cajado (PP-BA) e Aguinaldo Ribeiro (PP-AL) - todos integrantes de siglas do centrão. Uma das possibilidades discutidas foi até a substituição dele por Joice.
Para uma ala da articulação política do governo, a troca de Vitor Hugo seria uma forma de restabelecer o diálogo com o centrão e evitar novas derrotas na Câmara. Para os auxiliares mais próximos ao presidente, entretanto, a equação não é tão simples. Bolsonaro, dizem eles, confia em Vitor Hugo e, por enquanto, sinaliza que não tem disposição de tirá-lo do posto.
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