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Política

- Publicada em 15 de Maio de 2019 às 13:54

Tempo de construção de autódromos desafia previsão de Bolsonaro sobre Fórmula 1

Estimativa de conclusão da obra de Bolsonaro e organizadores do projeto são divergentes

Estimativa de conclusão da obra de Bolsonaro e organizadores do projeto são divergentes


EVARISTO SA/AFP/JC
Agência Estado
Apesar da declaração do presidente Jair Bolsonaro de que o futuro autódromo do Rio de Janeiro levaria no máximo sete meses para ficar pronto e em condições para receber a Fórmula 1, a realidade das obras recentes feitas para receber a categoria pelo mundo mostra um caminho oposto. O Estado pesquisou o tempo de construção de 12 circuitos inaugurados para a competição nos últimos 20 anos e encontrou que em média a obra de uma pista leva no mínimo um ano para ficar pronta.
Apesar da declaração do presidente Jair Bolsonaro de que o futuro autódromo do Rio de Janeiro levaria no máximo sete meses para ficar pronto e em condições para receber a Fórmula 1, a realidade das obras recentes feitas para receber a categoria pelo mundo mostra um caminho oposto. O Estado pesquisou o tempo de construção de 12 circuitos inaugurados para a competição nos últimos 20 anos e encontrou que em média a obra de uma pista leva no mínimo um ano para ficar pronta.
A maior parte destes traçados levou perto de dois anos para ser construído, caso de Sakhir, no Bahrein; Buddh, na Índia; e Istambul, na Turquia. O circuito que menos tempo levou para ser erguido foi o de Yeongnam, na Coreia do Sul. A um custo de R$ 1 bilhão, o traçado foi entregue em apenas um ano e um mês.
O mais lento dentre destes analisados pela reportagem é o de Sochi. O circuito russo exigiu três anos e dois meses de construção até estrear na F-1, em 2014. Erguido no Parque Olímpico que recebeu os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, a pista russa contou com apoio maciço do presidente Vladimir Putin para ser viabilizada.
O Rio, por sua vez, conta com projeto de novo autódromo em Deodoro para voltar a receber a Fórmula 1, no lugar de São Paulo. Os idealizadores têm em mãos um projeto avaliado em R$ 700 milhões de uma pista com mais de 5 mil metros de extensão, com capacidade para receber mais de 130 mil pessoas e ainda a construção no mesmo espaço de uma arena multiuso para shows e eventos.
Na semana passada, Bolsonaro anunciou em evento no Rio que assinou o termo de compromisso para construção ao autódromo para realizar a prova já em 2020. Porém, tanto os organizadores da prova em Interlagos quanto o governador de São Paulo, João Doria, e o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, contestaram a informação, ao garantir que a capital paulista tem contrato com a categoria para receber o evento pelo menos até 2020.
Além de citar a data para realização da prova no Rio, Bolsonaro disse que a pista ficaria pronta entre seis e sete meses. Por outro lado, mesmo os organizadores do projeto têm outra estimativa. JR Pereira, diretor executivo do consórcio Rio Motorsports, responsável pelo projeto do autódromo, disse ao Estado que a construção da nova pista levaria no melhor cenário 14 meses.
O projeto do autódromo carioca tem a assinatura do arquiteto alemão Hermann Tilke, que também foi o autor dos desenhos de várias pistas do calendário da Fórmula 1. O Estado realizou uma pesquisa para levantar informações sobre quanto tempo cada um dos recentes autódromos levou para ficar pronto e em condições de receber uma prova da categoria.
Confira abaixo a lista dos autódromos:
  • Sepang, na Malásia
A primeira parceria entre Tilke e a Fórmula 1, a pista na Malásia integrou o calendário da categoria de 1999 até 2018. A obra levou ao todo 16 meses para ser concluída.
  • Sakhir, no Bahrein
O autódromo barenita foi construído no deserto, com investimento pesado do rico governo local. A inauguração foi em 2004, depois de cerca de dois anos de obras.
  • Xangai, na China
A Fórmula 1 desembarcou no país asiático pela primeira vez em 2004, depois do projeto elaborado pelo arquiteto alemão levar cerca de um ano e meio para ser entregue. As obras foram tocadas em ritmo acelerado, com até 3 mil funcionários envolvidos diariamente na construção.
  • Buddh, na Índia
O autódromo erguido nos arredores de Nova Délhi só recebeu a Fórmula 1 em três ocasiões, a primeira delas em 2011. O tempo de obra foi de um ano e 11 meses.
  • Yeongnam, na Coreia do Sul
Esteve outro projeto de Tilke custou cerca de R$ 1 bilhão e foi entregue em apenas um ano e um mês. A corrida esteve no calendário de 2010 a 2013 e esbarrou em problemas como a falta de hotéis nas cidades próximas para receber turistas e funcionários da categoria.
  • Istambul, na Turquia
Uma das pistas favoritas de Felipe Massa, o autódromo turco passou a fazer parte do calendário em 2005, após passar um ano e 11 meses em construção.
  • Sochi, na Rússia
Erguido no Parque Olímpico que recebeu os Jogos de Inverno de 2014, a pista russa contou com apoio maciço do presidente Vladimir Putin para ser viabilizada. Foram três anos e dois meses de construção até a estreia do circuito no calendário, em 2014.
  • Yas Marina, em Abu Dabi
A pista que encerra o calendário da Fórmula 1 está situada em uma ilha artificial cerca de hotéis de luxo e atrações turísticas. O local passou por dois anos e cinco meses de obra até ficar pronto.
  • Marina Bay, em Cingapura
Primeira etapa noturna da Fórmula 1, a corrida está no calendário desde 2008. O circuito passou por obras durante um ano, porém demandou um tempo menor por ser um traçado de rua, com parte da estrutura já existente antes do início do projeto.
  • Valência, na Espanha
Estreante na Fórmula 1 em 2008, a pista espanhola levou um ano e um mês para ficar pronta. O traçado é de rua.
  • Circuito das Américas, nos Estados Unidos
O moderno autódromo americano, outra criação de Tilke, recebe pela primeira vez a Fórmula 1 em 2012. As obras foram realizadas em um ano e dez meses.
  • Hanói, no Vietnã
O novo circuito da Fórmula 1 vai entrar na categoria no ano que vem. O traçado será de rua e vai utilizar parte da malha urbana da capital vietnamita. As adequações para a Fórmula 1 vão levar um ano e um mês.
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