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Política

- Publicada em 02 de Maio de 2019 às 03:00

Delator relata que Lula fez pressão por ex-assessora

O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro disse em seu acordo de delação premiada que foi pressionado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que a construtora baiana contratasse a empresa do marido de Rosemary Noronha, que foi assessora especial do petista e trabalhou com ele durante décadas.
O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro disse em seu acordo de delação premiada que foi pressionado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que a construtora baiana contratasse a empresa do marido de Rosemary Noronha, que foi assessora especial do petista e trabalhou com ele durante décadas.
Rosemary é próxima de Lula desde o fim dos anos 1980. Ela cuidava da conta bancária do petista quando ele era sindicalista e foi chamada por ele para assessorá-lo no PT e no governo federal. Em 2012, ela foi alvo da Operação Porto Seguro, que investigou um esquema de venda de pareceres de órgãos públicos a empresas privadas. Na ocasião, Rosemary era chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo.
Léo Pinheiro afirmou em sua delação que, em 2012, o executivo Ricardo Flores, então presidente da Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil), lhe pediu para que a OAS contratasse a New Talent Construtora, empresa de João Vasconcelos, marido de Rosemary Noronha, para obras da Invepar, empresa controlada pela construtora baiana. A Previ era sócia da OAS na Invepar.
Em 2014, segundo Léo Pinheiro, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, disse para ele que a New Talent havia tido prejuízo no contrato com a OAS e por isso pediu que a construtora desse nova oportunidade para a empresa do marido de Rosemary.
Léo Pinheiro disse, em depoimento, que novamente conversou com o diretor Carlos Henrique Lemos para que a New Talent fosse mais uma vez contratada pela OAS. Mas a contratação demorou. O ex-presidente da OAS disse que em outubro de 2014, num encontro com Lula e Okamoto no Instituto Lula, ele foi pressionado pelo ex-presidente da República, que teria se mostrado profundamente irritado com a demora na contratação e disse para que esquecessem o pleito.
Carlos Henrique Lemos foi cobrado novamente por Léo Pinheiro, segundo a delação. Em 5 de novembro de 2014, o então presidente da OAS reuniu-se com Rosemary e João Vasconcelos e, antes do fim do ano, a New Talent assinou contratos com a companhia baiana para realizar obras num empreendimento de revitalização da favela do Real Parque, na zona sul da capital paulista. A reportagem apurou que a New Talent recebeu da OAS mais de R$ 1,8 milhão pelos contratos.
A defesa de Lula afirmou que não conhece o teor do depoimento e que o petista "não praticou qualquer ato ilícito antes, durante ou após ter deixado o cargo de presidente".
A defesa de Leo Pinheiro não quis comentar o caso; o advogado de Rosemary Noronha afirmou que sua cliente não vai se manifestar; A defesa de Paulo Okamoto disse que as informações da delação "são aleivosias e invenções que não merecem manifestação".
 
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