O ministério das Relações Exteriores concedeu passaportes diplomáticos a Edir Macedo, fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, e à mulher dele, Ester Eunice Rangel Bezerra. A expedição dos documentos foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira. Eles têm a validade de três anos.
De acordo com a publicação, os passaportes diplomáticos foram concedidos porque o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, entende que os titulares poderão, de acordo com a legislação, "desempenhar de maneira mais eficiente suas atividades em prol das comunidades brasileiras no exterior".
Macedo recebeu o documento em 2006, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e obteve renovação em 2011 e 2014, já durante a gestão da petista Dilma Rousseff. O passaporte dele expirou em janeiro de 2017 e não foi renovado. Um decreto presidencial de 2006 estabelece uma lista de autoridades que podem receber o passaporte diplomático, entre elas o presidente da República, governadores, parlamentares, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o procurador-geral da República. O mesmo texto, contudo, estabelece que o ministro das Relações Exteriores pode conceder o documento a pessoas que não estão na lista, se houver interesse ao País.
Em julho de 2016, durante a gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB), o Itamaraty suspendeu a emissão dos documentos de viagem para líderes religiosos, sob o argumento de que o Brasil é um estado laico.
O líder religioso apoiou o presidente Jair Bolsonaro (PSL) publicamente na eleição presidencial de outubro passado.