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Governo federal

- Publicada em 04 de Abril de 2019 às 03:00

Onyx defende abrir porta para dirigentes partidários

Para o ministro-chefe da Casa Civil, a 'disputa política ficou para trás'

Para o ministro-chefe da Casa Civil, a 'disputa política ficou para trás'


/JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL/JC
Há três meses sem conseguir formar uma base aliada, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) decidiu se envolver pessoalmente na articulação política para compor uma coalizão partidária que permita a aprovação da reforma previdenciária.
Há três meses sem conseguir formar uma base aliada, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) decidiu se envolver pessoalmente na articulação política para compor uma coalizão partidária que permita a aprovação da reforma previdenciária.
Criticado por uma articulação política frágil com o Poder Legislativo, ele abrirá o gabinete presidencial para audiências com onze partidos. Segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), agora é o momento de "abrir a porta". "Para que tenhamos uma base constituída, precisamos dialogar, convidar e abrir a porta. É o que estamos fazendo", disse.
Bolsonaro dedicará o dia de hoje, após retorno de sua viagem oficial a Israel, para encontros separados com os presidentes do PSDB, MDB, DEM, PP, PSD e PRB. A ideia é que a série de reuniões tenha continuidade na terça-feira e na quarta-feira da próxima semana, quando receberá os dirigentes do PSL, PR, PROS, Podemos e Solidariedade.
Até a semana passada, o presidente vinha resistindo a participar da articulação política, em nome da chamada "nova política". Porém, após protagonizar desentendimento com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi cobrado pelo núcleo militar e pelo setor empresarial a ter uma presença mais ativa nas negociações. "A disputa política ficou para trás. Agora, precisamos fazer a boa política, que é muito diálogo, compressão de parte a parte e unir todos os brasileiros", disse Onyx.
As audiências de Bolsonaro com dirigentes de siglas marcam uma mudança no discurso do presidente, que inicialmente havia determinado que o Palácio do Planalto só negociaria com frentes parlamentares, não com bancadas partidárias. A falta de uma coalizão parlamentar levou o governo a sofrer derrotas legislativas. Com o fracasso da estratégia, a Casa Civil iniciou uma aproximação com bancadas partidárias, o que inclui indicações para cargos de segundo e terceiro escalões e liberação de emendas parlamentares.

Mourão diz que presidente pode oferecer cargos a aliados

Pouco depois de o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), anunciar que o presidente Jair Bolsonaro vai convidar partidos a participarem oficialmente da base aliada do governo, o presidente em exercício Hamilton Mourão (PRTB) disse nesta quarta-feira que, caso as legendas concordem com as propostas do Palácio do Planalto, poderão ganhar cargos no Executivo.
"A partir do momento que esses partidos estejam concordando com o que o governo pretende fazer, é óbvio que eles vão ter algum tipo de participação, seja em cargos nos Estados, algum ministério ou algo do gênero. Isso é decisão do presidente, né?", declarou a jornalistas, na saída do seu gabinete na Vice-Presidência, em um anexo do Palácio do Planalto.
Para Mourão, o governo tem que, em primeiro lugar, apresentar as suas propostas com clareza para atrair e reunir os partidos em torno delas. Ele disse achar que "esse é o ponto focal". 
"O que eu vejo, de maneira geral é isso aí. Número um: ter clareza e mostrar aos partidos 'olha, os nossos objetivos são esses. Se vocês concordam, nós gostaríamos que vocês estivessem junto com a gente nas votações referentes a isso'. E, no segundo passo, o presidente pode decidir por oferecer algum tipo de cargo nos Estados ou até aqui na área central do governo", declarou Mourão.
Na manhã desta quarta-feira, Hamilton Mourão se reuniu com líderes do PRB na Câmara dos Deputados, Jhonatan de Jesus (RR), e no Senado, Mecias de Jesus (RR), e também com o deputado federal Vinicius Carvalho (PRB-SP). Na conversa, a qual chamou de "visita de cortesia", o presidente em exercício disse que eles tocaram "exatamente nesse assunto", o da entrada de partidos da base.
Ao ser indagado se começou a participar da articulação política do Planalto e lembrado que tem se encontrado frequentemente com parlamentares, o vice-presidente, que assumiu a Presidência interinamente no último sábado por conta da viagem de Bolsonaro a Israel, disse que obviamente toca nesses temas, mas não tem "nenhuma autorização nem delegação do presidente para realizar esse tipo de atividade".
"O que eu vejo é que o presidente escalou o ministro Onyx e o ministro Santos Cruz (da Secretaria de Governo) para essa tarefa. Então eu acho que, se em algum momento ele julgar necessário que eu participe disso, ele vai dizer", respondeu, a ser questionado por que acha que o pedido ainda não aconteceu.
Instado novamente a falar sobre as negociações para viabilizar as "indicações políticas" do governo ao fim da entrevista coletiva, Mourão disse que não poderia responder porque esse assunto não tem passado por ele, mas por Bolsonaro, Lorenzoni e Santos Cruz.