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Regime militar

- Publicada em 02 de Abril de 2019 às 03:00

Divulgação de vídeo sobre golpe de 1964 foi decisão da presidência, diz Hamilton Mourão

O presidente em exercício, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que o vídeo distribuído na noite de domingo pelo Palácio do Planalto em defesa do golpe de 1964 foi "decisão do presidente" Jair Bolsonaro (PSL). "Foi divulgado pelo Planalto, é decisão dele (do presidente)", disse Mourão a jornalistas ao deixar o Palácio do Planalto. Ele viaja hoje a São Paulo, onde terá encontro com investidores.
O presidente em exercício, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que o vídeo distribuído na noite de domingo pelo Palácio do Planalto em defesa do golpe de 1964 foi "decisão do presidente" Jair Bolsonaro (PSL). "Foi divulgado pelo Planalto, é decisão dele (do presidente)", disse Mourão a jornalistas ao deixar o Palácio do Planalto. Ele viaja hoje a São Paulo, onde terá encontro com investidores.
Ao ser questionado sobre o fato de que a comunicação do palácio não sabe dizer exatamente quem seria responsável pelo conteúdo e envio da mensagem, Mourão desconversou. "Também não sabe? Então... Eu nem vi esse vídeo", respondeu o presidente em exercício.
No material distribuído pelo Planalto no domingo, data em que o golpe de 1964 completou 55 anos, o apresentador diz que o Exército "salvou" o País. "O Exército nos salvou. O Exército nos salvou. Não há como negar. E tudo isso aconteceu num dia comum de hoje, um 31 de março. Não dá para mudar a história", diz o apresentador do vídeo em um trecho do material.
O vídeo tem aproximadamente dois minutos, não traz a indicação de quem seria seu autor e foi distribuído por um número oficial de WhatsApp do Planalto, usado pela Secretaria de Comunicação da Presidência para o envio de mensagens de utilidade pública, notícias e serviços do governo federal. Para receber os conteúdos, os jornalistas precisam ser cadastrados no sistema.
A assessoria de imprensa do Planalto foi procurada e, como resposta, disse que não iria se pronunciar. A equipe também confirmou que o canal usado para disparar o vídeo é mesmo oficial. "Sobre o vídeo a respeito do dia 31 de março, ele foi divulgado por meio de nosso canal oficial do governo federal no WhatsApp. O Palácio do Planalto não irá se pronunciar."
O mesmo vídeo foi compartilhado no Twitter pelo deputado federal e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). "Num dia como o de hoje o Brasil foi liberto. Obrigado militares de 64! Duvida? Pergunte aos seus pais ou avós que viveram aquela época como foi?", escreveu.
O aniversário de 55 anos virou pano de fundo para mais uma polêmica na gestão Jair Bolsonaro, após o presidente recomendar aos quartéis comemorarem a "data histórica". Em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, ele também minimizou o fechamento do Congresso Nacional, ao comparar a edição de decretos-leis e a edição de medidas provisórias pelo governos pós-ditadura. Diante das reações, Bolsonaro mudou o discurso e passou a falar em "rememorar" o golpe.
As discussões em torno da data foram parar na Justiça. No último sábado, uma juíza de plantão no Tribunal Regional Federal da 1ª Região cassou liminar que proibia o governo de promover os eventos alusivos ao golpe. Apesar de "reconhecer a sensibilidade do tema em análise", Maria do Carmo Cardoso decidiu que a recomendação de Bolsonaro para comemorar a data se insere no âmbito do poder administrador.
 

Carta de diplomatas critica falas de Bolsonaro sobre ditadura

Em carta apócrifa divulgada nesta segunda-feira, um grupo de diplomatas de carreira do Itamaraty manifestou repúdio às declarações do presidente Jair Bolsonaro (MDB) e do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre o golpe militar de 1964.
Os diplomatas apontam que ambos "relativizam a natureza ilegal, inconstitucional e criminosa do regime de exceção instaurado no Brasil com o golpe de estado de 1964", diz a carta.
"Declarações e atitudes dessa natureza, cada vez mais desmentidas por novas fontes documentais e sem precedentes na breve história da democracia inaugurada em 1988, violam os mais elementares compromissos que regem hoje a inserção internacional do Brasil e trazem danos graves à imagem do país".
Os 40 diplomatas, de diversas funções e lotados em vários lugares do mundo, têm sido questionados por representantes de outros países sobre os posicionamentos do governo em relação à ditadura, vistos como antidemocráticos. A carta é anônima por medo de retaliações. O Itamaraty tem uma carreira muito hierarquizada e posicionamentos e determinações de superiores não são questionados.