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Operação Zelotes

- Publicada em 18 de Março de 2019 às 01:00

Lula pediu a Dilma benefício para empresas, diz Palocci

No depoimento à Justiça em que reafirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negociou com um lobista pagamentos a seu filho caçula, Luís Cláudio Lula da Silva, para a aprovação de uma Medida Provisória (MP), o ex-ministro Antônio Palocci citou ter presenciado pedidos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em favor de empresas.
No depoimento à Justiça em que reafirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negociou com um lobista pagamentos a seu filho caçula, Luís Cláudio Lula da Silva, para a aprovação de uma Medida Provisória (MP), o ex-ministro Antônio Palocci citou ter presenciado pedidos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em favor de empresas.
De acordo com Palocci, que liderou as pastas da Fazenda e Casa Civil durante os governos petistas, por "diversas vezes" Lula fez "inúmeros pedidos" à Dilma em relação a interesses de empresas e de parceiros dele (Lula). Na versão dada pelo ex-ministro, Dilma "nem sempre" tinha conhecimento de que os pedidos de Lula envolviam o pagamento de propina.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a petista afirmou que Palocci, que assinou um acordo de colaboração com a Polícia Federal, continua a mentir.
O ex-ministro prestou depoimento na manhã desta segunda-feira, via teleconferência da Justiça Federal em São Paulo. A oitiva se deu no âmbito da ação penal da Operação Zelotes em que o ex-presidente Lula é réu por suposto tráfico de influência na compra dos caças suecos da marca Grippen e na edição da Medida Provisória (MP) 627.
No depoimento, conduzido pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, Palocci disse desconhecer qualquer irregularidade envolvendo Lula no caso dos caças Grippen, mas reafirmou seu conhecimento sobre os repasses do lobista Mauro Marcondes ao filho do ex-presidente, Luís Cláudio Lula da Silva.
"Que tenho mais referência foi uma reunião ocorrida em maio de 2014. Luís Cláudio me procurou na minha consultoria e disse que naquele ano de 2014 ele já estava com o projeto do futebol americano fechado e que faltava cerca de R$ 2,5 milhões. E me perguntou se eu poderia ajudar", disse Palocci.
Após esse encontro, disse o ex-ministro, ele se reuniu com Lula para perguntar se deveria atuar em favor de Luís Cláudio. "(Lula) Me contou que não precisava mais, porque através da MP 627 ele havia negociado os recursos suficientes que o Luís Cláudio precisava", afirmou Palocci.
Questionado pelo advogado Cristiano Zanin, defensor de Lula, Palocci afirmou que as conversas com Lula e Luís Cláudio não tiveram a participação ou foram testemunhadas por outras pessoas.
 

Petista teria acertado propina com Nicolas Sarkozy

Segundo Palocci, reunião entre ex-presidentes ocorreu em 2009

Segundo Palocci, reunião entre ex-presidentes ocorreu em 2009


/ELZA FIÚZA/ABR/JC
O ex-ministro Antônio Palocci, que comandou a Fazenda e a Casa Civil em governos do PT, narrou em depoimento à Justiça Federal, em Brasília, uma reunião entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Nicolas Sarkozy, da França, em que teria sido negociado o pagamento de propina para a compra de helicópteros e a construção de submarinos nucleares pelo Brasil.
A reunião, disse Palocci, foi realizada em 7 de setembro de 2009 e teve como objetivo selar a aquisição dos equipamentos para as Forças Armadas brasileiras. Na versão dada pelo ex-ministro, o acordo também englobaria a compra de caças pelo Brasil, mas nesse caso o acordo não vingou. Anos depois, o governo brasileiro adquiriu os aviões da sueca Saab.
Palocci disse que, em seu acordo de colaboração firmado com a Polícia Federal e Ministério Público, abordou detalhes sobre a compra dos submarinos e helicópteros, mas não tem informações sobre a aquisição dos caças suecos.
Segundo ele, na reunião realizada em 2009 foi feito um "acordo do conjunto da compra" e teriam sido discutidos "ilícitos". Parte do dinheiro relacionado às negociações, explicou Palocci, teria sido destinada ao PT.
A construção dos submarinos já havia sido citada no acordo de colaboração de executivos da Odebrecht, parceira de uma empresa francesa no projeto. Segundo os delatores, parte da propina teria sido paga ao PT e outra teria sido encaminhada a um operador de propina ligado aos franceses. O caso é investigado pela Procuradoria da República do Distrito Federal.
Também ouvido pela Justiça Federal nesta segunda-feira, o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negou que na reunião entre Lula e Sarkozy tenha se discutido o pagamento de propina. Segundo Jobim, presente no encontro, a conversa teve como objetivo tratar do preço das aquisições e contratações.