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Política

- Publicada em 03 de Março de 2019 às 01:00

Militarização do governo atinge 2º e 3º escalões

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) vai ampliar a militarização na máquina pública federal com a entrega, para a Marinha, de postos de comando nas superintendências de portos, no Ibama e no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio). Após a nomeação para ministérios importantes, os militares, agora, são chamados a ocupar também cargos no segundo e terceiro escalões.
O governo de Jair Bolsonaro (PSL) vai ampliar a militarização na máquina pública federal com a entrega, para a Marinha, de postos de comando nas superintendências de portos, no Ibama e no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio). Após a nomeação para ministérios importantes, os militares, agora, são chamados a ocupar também cargos no segundo e terceiro escalões.
Trata-se de uma nova fase do movimento crescente de escolha de oficiais da reserva das Forças Armadas para posições estratégicas e setores historicamente envolvidos em denúncias de corrupção. Um levantamento contabiliza pelo menos 103 militares na lista dos cargos comissionados de ministérios, bancos federais, autarquias, institutos e estatais, entre elas, a Petrobras.
Segundo analistas, fatores como o desgaste da classe política e uma estrutura partidária ainda frágil do presidente Jair Bolsonaro permitem o avanço dos militares na burocracia federal.
Na última semana, foram escolhidos os almirantes da reserva da Marinha Francisco Antônio Laranjeiras e Elis Triedler Öberg para comandarem os portos do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte, respectivamente. Para o cargo de diretor-presidente da Companhia Docas de São Paulo, que controla o porto de Santos, o governo nomeou o engenheiro naval civil Casemiro Tércio Carvalho. Ele, no entanto, terá a seu lado um militar da Marinha para "sanear" o órgão e acabar com "entraves" burocráticos.
Em defesa desse movimento do governo, um oficial do Alto Comando das Forças Armadas disse que a escolha de militares para cargos de confiança tem por objetivo conferir credibilidade aos postos com base em "um modo eficiente de administrar", com "zelo pelo dinheiro público". Deputados que procuram o governo para pedir cargos nos estados relatam que recebem de ministros um pedido: "Você tem um militar para indicar?".
Estudioso da relação entre as Forças Armadas e a sociedade brasileira, o cientista político Eliézer Rizzo de Oliveira afirmou que a participação de dezenas de militares em um governo eleito democraticamente é uma situação inédita no Brasil. E é resultado, segundo ele, da combinação entre a descrença que abateu a classe política e a inexperiência administrativa do novo presidente.
Ainda assim, para Oliveira, o movimento atual não pode ser comparado a um aparelhamento da máquina pública, a exemplo do que ocorreu nos governos do PT. Segundo ele, a intenção, agora, não seria a preservação do poder sindical ou partidário, mas a gestão do governo. "O risco, neste caso, é o desprestígio das Forças Armadas em caso de insucesso."
 
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