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Operação Lava Jato

- Publicada em 19 de Fevereiro de 2019 às 01:00

PF mira tucanos em São Paulo e prende Paulo Preto

A Polícia Federal deflagrou ontem a 60ª fase da Operação Lava Jato e prendeu Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor da Dersa (empresa de estradas do Governo de São Paulo), suposto operador do PSDB e suspeito de operar propinas da empreiteira Odebrecht. A Procuradoria acusa Paulo Preto de ter movimentado ao menos R$ 130 milhões em contas na Suíça, de 2007 a 2017.
A Polícia Federal deflagrou ontem a 60ª fase da Operação Lava Jato e prendeu Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor da Dersa (empresa de estradas do Governo de São Paulo), suposto operador do PSDB e suspeito de operar propinas da empreiteira Odebrecht. A Procuradoria acusa Paulo Preto de ter movimentado ao menos R$ 130 milhões em contas na Suíça, de 2007 a 2017.
Batizada de Ad Infinitum, a fase da operação também cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-senador e ex-chanceler Aloysio Nunes (PSDB), que afirmou não saber porque está sendo investigado. Mesmo assim, ontem ele entregou ao governador João Doria (PSDB) carta de demissão do cargo de presidente da Investe SP, agência de estímulo a investimentos no estado.
Paulo Preto é investigado pela Lava Jato em São Paulo, que apura desvios em obras rodoviárias. Segundo os procuradores de Curitiba, a atual investigação é sobre seu papel de operador da Odebrecht.
 

Lava Jato dribla Gilmar Mendes ao levar Paulo Preto para Curitiba

Com a argumentação de que eventuais desvios de dinheiro cometidos por  Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, foram repassados para ex-diretores e ex-gerentes da Petrobras, a Lava Jato conseguiu afastar -ao menos a princípio- o que sempre considerou um entrave para casos relacionados aos governos tucanos em São Paulo: a relatoria do ministro Gilmar Mendes nos recursos feitos ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A conexão com a Petrobras faz com que o caso de movimentação de R$ 130 milhões em contas na Suíça passe de São Paulo, onde a apuração começou mas foi interrompida por determinação de Gilmar Mendes, para Curitiba, que tem relatoria do ministro Edson Fachin, cujas decisões têm sido mais rígidas e em consonância com os pedidos da Procuradoria. O inquérito relatado por Gilmar Mendes foi enviado novamente a São Paulo apenas no início de 2019, mesmo assim apenas para o Tribunal Regional Eleitoral.
À reportagem, o procurador Roberson Pozzobon negou que a operação tenha sido uma manobra. Segundo ele, a investigação não se centra nos crimes de corrupção praticados por Paulo Preto, mas na lavagem e evasão de divisas que ele cometeu em favor da Odebrecht, algo que, no entendimento do STF, é de competência da Justiça Federal do Paraná.
Ex-diretor da Dersa (estatal paulista de rodovias) no governo do tucano José Serra (2007-2010), ele chegou a ser preso preventivamente duas vezes no ano passado, mas em ambas as situações foi solto por habeas corpus concedidos por Gilmar.
Nesses dois casos, se tornou réu, mas deve ser beneficiado com a prescrição do primeiro após uma decisão de Gilmar que tornou mais lenta a tramitação do processo - em 7 de março, Paulo Preto completa 70 anos e o prazo para que acusações contra ele caduquem se reduz à metade.