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Política

- Publicada em 18 de Fevereiro de 2019 às 01:00

Bolsonaro oficializa demissão de Bebianno

Crise envolvendo Gustavo Bebianno teve participação de Carlos Bolsonaro

Crise envolvendo Gustavo Bebianno teve participação de Carlos Bolsonaro


/VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL/JC
A crise política causada pela revelação de um esquema de candidaturas laranjas do PSL levou à primeira queda de ministro do governo de Jair Bolsonaro (PSL). A exoneração de Gustavo Bebianno do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência foi confirmada, no início da noite desta segunda-feira, pelo porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros. O general da reserva Floriano Peixoto, secretário executivo da pasta, assumirá o posto de forma definitiva.
A crise política causada pela revelação de um esquema de candidaturas laranjas do PSL levou à primeira queda de ministro do governo de Jair Bolsonaro (PSL). A exoneração de Gustavo Bebianno do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência foi confirmada, no início da noite desta segunda-feira, pelo porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros. O general da reserva Floriano Peixoto, secretário executivo da pasta, assumirá o posto de forma definitiva.
Em nota lida pelo porta-voz, Bolsonaro desejou "sucesso na nova caminhada" e agradeceu Bebianno por sua "dedicação à frente da pasta".
Questionado sobre o motivo da demissão, o porta-voz Rêgo Barros afirmou apenas que a exoneração do agora ex-ministro foi "decisão de foro íntimo do presidente". O porta-voz também negou que Bolsonaro tenha deixado a exoneração assinada desde a última sexta-feira. "O presidente assinou o documento nesta segunda-feira", disse.
Ainda sobre a demora da demissão em ser oficializada - ela já era dada como certa desde sexta-feira -, Rêgo Barros afirmou que o presidente "demandou o tempo necessário para tomar sua decisão considerando vários atores".
O próprio ministro também já havia dito que tinha recebido sinalizações de que sua dispensa sairia no Diário Oficial desta segunda-feira, mas isso não aconteceu. Ontem, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse que a situação seria resolvida ainda ontem.
Bebianno se tornou o centro de uma crise instalada no Palácio do Planalto depois da revelação da existência de um esquema de candidaturas laranjas do PSL para desviar verba pública eleitoral. O partido foi presidido por ele durante as eleições de 2018, em campanha de Bolsonaro marcada por um discurso de ética e de combate à corrupção.
Como presidente do PSL nas eleições, Bebianno foi o homem forte da campanha vitoriosa de Bolsonaro e responsável formal pela liberação de verba pública para todos os candidatos do partido. Sua ligação próxima com o presidente o alçou a um ministério instalado dentro do Palácio do Planalto.
A queda do ministro decorre da maior turbulência política enfrentada pelo governo Bolsonaro, que completou 49 dias de existência nesta segunda-feira. A saída precoce de Bebianno do Planalto preocupa aliados do presidente pelo potencial explosivo de supostas ameaças que o agora ex-ministro estaria fazendo nos bastidores.
Neste domingo, Bebianno disse que, fora do governo, não pretende atacar Bolsonaro, embora haja certa expectativa de que ele mire no vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, que alavancou a crise ao chamar o agora ex-ministro de mentiroso.
Na última quarta-feira, Carlos, que cuida da estratégia digital do presidente, postou no Twitter que o então ministro havia mentido ao jornal O Globo ao dizer que conversara com Bolsonaro três vezes na véspera, negando a turbulência política causada pelas denúncias das candidaturas laranjas. Bolsonaro endossou nas redes sociais os ataques do filho, inclusive de que Bebianno mentiu, e ainda afirmou, em entrevista à TV Record, que seu ministro poderia "voltar às suas origens" se fosse responsabilizado pelo caso dos laranjas. Na mesma entrevista, Bolsonaro anunciou que havia determinado a investigação pela Polícia Federal.
Além das críticas, Carlos Bolsonaro elevou a temperatura da crise ao divulgar um áudio no qual o presidente da República se recusa a conversar com Bebianno. A interferência de Carlos foi alvo de críticas de aliados e da ala militar do governo Bolsonaro, que agiu para tentar segurar Bebianno, mas, agora, tenta se consolidar no núcleo da gestão federal ocupando a vaga do ministro.
A gota-d'água para a demissão, segundo integrantes do Planalto, foi o vazamento de diálogos privados entre Bolsonaro e Bebianno, exclusivos da Presidência, ao site O Antagonista e à revista Veja. Ambos tiveram um encontro ríspido na sexta-feira sobre o tema.
Em 10 de fevereiro, reportagem do jornal Folha de S.Paulo revelou que o PSL criou uma candidata laranja em Pernambuco que recebeu do partido R$ 400 mil de dinheiro público na eleição de 2018. Ela teve 274 votos e gastou R$ 380 mil em uma gráfica com endereço de fachada. O dinheiro foi liberado por Bebianno, que presidia o partido na ocasião. 
Antes, em 4 de fevereiro, veio a público que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio (PSL), patrocinou um esquema de candidaturas de fachada em Minas. Após indicação do PSL de Minas, presidido à época pelo próprio Álvaro Antônio, o comando nacional do partido repassou R$ 279 mil a quatro candidatas. Parte do gasto que elas declararam foram para empresas com ligação com o gabinete de Álvaro Antônio na Câmara. O ministro nega irregularidades. A Procuradoria de Minas abriu investigação sobre o caso.
No sábado, Bebianno se disse perplexo com a diferença do tratamento que vinha recebendo de Bolsonaro em comparação ao do colega de Esplanada.
 
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