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governo federal

- Publicada em 14 de Fevereiro de 2019 às 01:00

Ala militar do governo tenta segurar Bebianno

Gustavo Bebianno liberou dinheiro do PSL para candidata laranja

Gustavo Bebianno liberou dinheiro do PSL para candidata laranja


/JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL/JC
A ala militar do governo Jair Bolsonaro (PSL) foi chamada para tentar apaziguar a crise entre o presidente e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno (PSL). É uma vitória política do grupo, que desconfia da ingerência dos filhos do mandatário nos negócios do governo, mas a visão generalizada é de que será difícil manter o ministro no cargo.
A ala militar do governo Jair Bolsonaro (PSL) foi chamada para tentar apaziguar a crise entre o presidente e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno (PSL). É uma vitória política do grupo, que desconfia da ingerência dos filhos do mandatário nos negócios do governo, mas a visão generalizada é de que será difícil manter o ministro no cargo.
Não foi casual a participação de dois ministros que ostentam quatro estrelas de generais da reserva no ombro nas tratativas para tentar solucionar a crise em Brasília. Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Fernando Azevedo (Defesa) conversaram com o presidente na tarde de quarta-feira, quando a confusão já estava armada devido à acusação pública feita por Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) de que Bebianno havia mentido sobre ter discutido a situação em conversas com seu pai. Chefe da Secretaria de Governo, o general Carlos Alberto Santos Cruz também entrou na "operação abafa".
Carlos é o mais influente filho de Bolsonaro, segundo relato de seus próprios irmãos. Ele comanda, há anos, a estratégia digital do pai, mas, durante a campanha eleitoral, acumulou discussões com Bebianno sobre rumos da comunicação do então candidato. Já na transição, o ministro fritou a indicação de Carlos para a Secretaria de Comunicação Social ao ventilar a possibilidade em entrevista.
Assim, o escândalo dos laranjas do PSL caiu como uma luva como álibi para o clã Bolsonaro voltar à carga. O problema foi a natureza da intervenção: aliados, tanto militares como civis, ficaram mal impressionados com o presidente da República repostando uma acusação grave contra um ministro feita em rede social pelo filho.
O fato de Bebianno não aparecer em uma reunião na qual seria admoestado por Heleno, por Azevedo e pelo chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), foi notado como uma insubordinação, o que cai mal nesse meio específico. A impressão que mais se ouve entre oficiais é de que o Planalto abriga muitos fios desencapados.
Na quarta-feira, dia em que o presidente voltou a Brasília após passar 17 dias internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, Carlos usou as redes sociais para desmentir uma fala de Bebianno. A publicação foi replicada pelo presidente, que, mais tarde, disse, em entrevista à TV Record, que o chefe da Secretaria-Geral havia mentido.
Bebianno resiste em pedir demissão e aguarda uma conversa com Bolsonaro para decidir os próximos passos. Bebianno teve frustrados seus planos de se reunir na quarta-feira com o presidente. Bolsonaro voltou de São Paulo na tarde desta quinta-feira. 
Reportagem da Folha de S.Paulo do último domingo revelou que o grupo do atual presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), criou uma candidata laranja em Pernambuco que recebeu do partido R$ 400 mil de dinheiro público na eleição de 2018. O dinheiro foi liberado por Bebianno.
 

Bancada do PSL cobra explicação, mas poupa Luciano Bivar

Em um discurso quase homogêneo, a bancada do PSL na Câmara passou a cobrar explicações e, eventualmente, a queda do ministro Gustavo Bebianno (PSL) da Secretaria-Geral da Presidência. Poupa, no entanto, o presidente do partido e colega deputado, Luciano Bivar (PE), pivô da crise no governo Jair Bolsonaro (PSL).
A resposta dos deputados foi afinada no momento em que a temperatura esquentou com a acusação do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, que a endossou, de que Bebianno mentiu. "Quem estava na presidência da sigla (no período em que repasses suspeitos foram feitos) é quem tem que responder. Bivar não era presidente", disse o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), resumindo a argumentação da bancada. "Bebianno ou sai, ou explica." O ministro ficou no comando da sigla durante a campanha eleitoral, mas diz ter se ocupado apenas das candidaturas de Bolsonaro e outras pontuais.
Na quarta-feira, Bivar promoveu um jantar entre deputados do partido e azeitou relações, não raro explosivas, na bancada.
Um grupo ligado a Bolsonaro avalia que, se a situação de Bebianno já se tornou insustentável, a de Bivar está longe de ser confortável. Ele sofrerá efeitos politicamente e eventuais processos disciplinares internos ou pedidos de cassação, disseram. Mas a consequência imediata caberá ao ministro da Secretaria-Geral, dado o choque com a família presidencial.
Segundo deputados, Bivar afirma que tem créditos com Bolsonaro por ter arrendado o PSL na campanha. O presidente, por sua vez, sustenta que o partido não tinha expressividade até a onda que o impulsionou - e, junto, 52 deputados (hoje, são 54), ante um eleito em 2014.
Há uma tensão entre esses grupos, mas a bancada tenta se proteger. "Ninguém vai crucificar ninguém", disse o deputado Nelson Barbudo (PSL-MT). "O PSL está coeso, inclusive em relação ao seu presidente Bivar, que trabalhou muito para o governo. Ele tem o respeito de muitos, inclusive o meu." 

Gráfica ligada a PSL em Pernambuco recebeu R$ 1,2 milhão do partido

Uma gráfica ligada a um dirigente do PSL no interior de Pernambuco recebeu, do partido, R$ 1,2 milhão durante a campanha eleitoral para prestar serviço a sete candidatos a deputado. O maior gasto foi feito pelo presidente da sigla, o deputado federal Luciano Bivar, que declarou ter pago R$ 848 mil para a impressão de mais de 5 milhões de santinhos e adesivos.
Os outros seis candidatos que utilizaram os serviços da gráfica Vidal não foram eleitos. A empresa fica em Amaraji, município de 22 mil habitantes localizado a cerca de 100 quilômetros de Recife, e pertence a Luís Alfredo Vidal Nunes da Silva, dirigente do partido do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em Pernambuco.
A contratação de empresas de dirigentes não é proibida pela legislação eleitoral. Ainda assim, em 2018, a ministra Rosa Weber, que hoje preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), criticou a prática durante a votação das contas do DEM.
Segundo reportagem publicada nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S.Paulo, a gráfica funciona em um imóvel pequeno, possui uma máquina e ao menos dois funcionários. Ao jornal, o dono da gráfica diz que abriu a empresa em 2013 e que só passou a ter clientes políticos nas últimas eleições. Ele negou irregularidades.

De acordo com O Estado de São Paulo, cerca de um quarto do que Bivar gastou com a gráfica,
R$ 215 mil, foi pago nos últimos quatro dias de campanha oficial, em outubro. O deputado declarou ter feito material gráfico para outros 18 candidatos a deputado estadual.

Investigação de repasses do PSL está sendo cumprida, afirma Sérgio Moro

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, disse que a determinação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de investigar repasses suspeitos de dinheiro público por parte do PSL a possíveis candidatos laranja nas últimas eleições "está sendo cumprida". Questionado sobre o assunto ao fim de um evento com magistrados da Justiça Federal, Moro não deu detalhes se há inquéritos formalmente abertos e nem quais casos serão objeto de apuração, uma vez que há duas situações suspeitas, uma em Minas Gerais e outra em Pernambuco.
"Os fatos vão ser apurados, e eventuais responsabilidades, após as investigações, vão ser definidas", disse o ministro. À noite, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno (PSL), ligou para Moro e se colocou à disposição para prestar esclarecimentos.

Oposição quer explicações de ministro no Senado, diz Randolfe

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que os partidos vão tentar convocar o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno (PSL), para dar explicações no Senado. A razão é que o próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL) chegou a declarar que, se Bebianno estiver envolvido em esquema de desvios de recursos do Fundo Partidário para candidaturas laranjas, terá de "voltar às suas origens".
"O presidente Jair Bolsonaro deveria utilizar as prerrogativas de presidente. O presidente tem uma caneta, que ele a utilize ou num processo de investigação, ou para demitir o ministro. Se tem alguma dúvida sobre o seu ministro, (Bolsonaro) deve tomar providências de demitir ou apurar as graves denúncias que pesam sobre o ministro", afirmou. "Nós, da oposição, iremos chamar o ministro para dar explicações; ao que me parece, ele tem informações gravíssimas", disse.
O líder da oposição ainda recomendou que o governo separe as atividades palacianas das questões familiares, referindo-se aos ataques do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) a Bebianno nas redes sociais, replicadas pelo próprio presidente da República.
O senador da Rede Sustentabilidade afirmou acreditar que não haja mais condições para Bebianno permanecer no cargo e ironizou o episódio todo: "eu acho que é incompatível a coexistência de um ministro que é chamado de mentiroso por seu chefe. É muito ruim ter um ministro em que pese acusações tão graves. Claramente, o filho do presidente chama esse ministro de mentiroso, o presidente reproduz e não toma providência prática", disse. "O próprio governo não está deixando trabalho para nós da oposição", brincou.

Acuado, Bebianno recorre a Maia para se proteger

Maia tentará convencer Guedes de que demissão pode afetar reformas

Maia tentará convencer Guedes de que demissão pode afetar reformas


MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL/JC
Em meio à crise das candidaturas laranjas do PSL, o ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, recorreu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para traçar uma estratégia de sobrevivência no governo.
No dia em que foi acusado de ter mentido pelo presidente e pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), Bebianno se aconselhou com Maia em uma conversa que entrou pela madrugada de sexta-feira. Advogado, o chefe da Secretaria-Geral também recorreu a advogados e integrantes do Judiciário para traçar a melhor estratégia para se blindar no caso.
Da série de encontros, que contou com a participação de amigos próximos, ficou definido que a saída se daria por meio da pauta econômica. Aliados do presidente entendem que hoje o principal fiador do governo é o ministro da Economia, Paulo Guedes, com sua agenda de reformas e privatizações. Com isso, qualquer crise do campo político pode ameaçar a votação de projetos importantes, como a reforma da Previdência, e inviabilizar o futuro da gestão Bolsonaro.
Após o encontro, ficou definido que Maia procuraria Guedes para levar a mensagem de que a demissão de Bebianno e o prolongamento da crise podem prejudicar o calendário da reforma, que será apresentada na semana que vem ao Congresso. Maia ligou para Guedes para passar a mensagem e deu declarações públicas em favor de Bebianno.
Guedes e Bebianno são os principais interlocutores do governo com o presidente da Câmara, que não tem uma relação de proximidade com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM). O presidente da Casa chegou a agradecer publicamente o ministro após sua reeleição.
Eles lembram ainda que o governo de Michel Temer (MDB) viu sua proposta de reforma naufragar por duas crises políticas. A primeira delas foi um desentendimento público entre os ministros Geddel Vieira Lima (MDB, Secretaria de Governo) e Marcelo Calero (Cultura, agora no PPS). Em um segundo momento, a reforma foi parada no Congresso com a delação da JBS, na qual o próprio Temer foi alvo de gravações do empresário e delator Joesley Batista.
Os assessores mais próximos de Bolsonaro pretendem conversar com o presidente para alertá-lo de que a proximidade de Carlos pode trazer novas crises para o governo. Na leitura deles, o episódio de quarta foi uma crise gerada espontaneamente pelo vereador num momento em que era esperada uma sinalização positiva para o governo, com o retorno de Bolsonaro a Brasília, após ter sido submetido a uma cirurgia, e de conclusão da reforma da Previdência, prioridade desta gestão no primeiro semestre.

Governo nomeará 2º escalão após volta de Bolsonaro

Pressionado por parlamentares na Câmara dos Deputados para distribuir nomeações de segundo escalão nos estados, o governo estuda como fará o loteamento após a volta do presidente Jair Bolsonaro (PSL) a Brasília sem soar como prática fisiológica.
Para isso, o governo preparou um decreto que estabelece critérios para deputados indicarem aliados para cargos de confiança de segundo escalão da administração federal nos estados.
Entre eles, a obrigatoriedade de ser ficha limpa e cumprir requisitos técnicos para a vaga, como em alguns casos ter curso superior e uma especialização na área.
Tais exigências são vistas como impraticáveis por parlamentares, segundo os quais os salários não atraem quadros tão capacitados.
O texto está praticamente pronto, dizem aliados, à espera do aval de Bolsonaro, que teve alta nesta quarta-feira. A demora do governo em definir como será a distribuição nos estados tem deixado parlamentares inquietos e irritados.
Com a aproximação da data em que deve ser apresentada a proposta da Previdência e uma base ainda fragmentada, com partidos do centrão como PRB, MDB e PSD em posição de "independência", o governo deve publicar o decreto em até dez dias.
Além de estabelecer critérios para as nomeações, o texto tem como objetivo tentar blindar o Planalto de acusações de toma lá dá cá, em que o governo atende pleitos dos políticos em troca de votos no Congresso Nacional.
Deputados afirmaram à reportagem, porém, que a formação de uma base consolidada do governo está ligada à distribuição dos postos.