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Política

- Publicada em 11 de Fevereiro de 2019 às 12:59

Rachado, encolhido e fragilizado, MDB tenta se renovar para não implodir

Desgastado por escândalos de corrupção, pela prisão de alguns de seus principais líderes, pelo governo impopular do ex-presidente Michel Temer e pela fadiga da imagem de seus mais tradicionais caciques, o MDB encolheu, perdeu prestígio e agora sofre pressão interna para se renovar e não implodir.
Desgastado por escândalos de corrupção, pela prisão de alguns de seus principais líderes, pelo governo impopular do ex-presidente Michel Temer e pela fadiga da imagem de seus mais tradicionais caciques, o MDB encolheu, perdeu prestígio e agora sofre pressão interna para se renovar e não implodir.
"Nossa posição agora é buscar os nossos espaços, mas na conversa, no diálogo, na compreensão", disse Eduardo Braga (AM), líder da legenda no Senado.
Pela primeira vez desde a redemocratização, o MDB está afastado do Palácio do Planalto, com somente um ministro, Osmar Terra (Cidadania).
A sigla tem apenas cargos menos importantes nas Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. Além disso, elegeu somente 3 dos 14 candidatos a governador que lançou em 2018.
Nos últimos anos, o partido viu nomes como Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima irem para atrás das grades, todos envolvidos em esquemas de corrupção.
Além de se tornar o presidente mais impopular da história do Brasil, Temer foi alvo de três denúncias da Procuradoria-Geral da República, que mirou também nos seus principais ministros, Eliseu Padilha e Moreira Franco, ambos emedebistas.
A decadência do MDB começou a se materializar em números nas eleições de 2018.
Não bastasse o fiasco na disputa pelo comando de estados - elegeu apenas os governadores de DF, PA e AL -, o partido que havia eleito 66 deputados federais em 2014 e encerrou 2018 com 51, começou 2019 com apenas 34.
Quinta maior bancada da Câmara, ficou na Mesa Diretora unicamente com uma terceira suplência, ocupada pelo deputado Isnaldo Bulhões Jr (AL).
No Senado, a sigla que começou 2015 com 19 integrantes, tinha 12 no ano passado e hoje tem 13.
Não conseguiu reeleger figuras como Romero Jucá (RR) e Eunício Oliveira (CE), mas ainda é a maior bancada.
No entanto, ela rachou antes mesmo de o ano legislativo começar, dividindo-se entre os grupos de Renan Calheiros (AL), senador no quarto mandato, e Simone Tebet (MS), na metade do primeiro.
Renanvenceu a disputa interna pela presidência da Casa, mas, no plenário, percebeu que seria derrotado, abandonou a eleição e submergiu.
Nem sequer ficou para ver o MDB perder a presidência do Senado para Davi Alcolumbre (DEM-AP), que, com ajuda do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), e do próprio presidente Jair Bolsonaro, conquistou a maioria dos votos.
Bolsonaro disse que não iria interferir na disputa no Legislativo, mas senadores ouvidos pela reportagem disseram que, em encontros com Davi, durante a campanha, houve contatos telefônicos do presidente ou do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho dele.
Nas conversas, os Bolsonaros não pediam votos no candidato do DEM, mas os senadores entendiam que a cena armada servia para mostrar quem era o candidato próximo ao clã.
Após a derrota pelo comando da Casa, ao MDB restou apenas a Segunda Secretaria, ocupada por Eduardo Gomes (TO).
A sigla, liderada no Senado por Eduardo Braga, aliado de Renan, teve que aceitar a imposição do PSDB de indicar Tebet como presidente da CCJ para não perder o comando da Comissão de Constituição e Justiça, na qual se avalia a constitucionalidade de propostas.
A sigla também vai ficar com a presidência da CMO (Comissão Mista de Orçamento), que deve ser comandada pelo senador Marcelo Castro (PI).
O governo sabe que, apesar de estar enfraquecido, o MDB ainda tem a maior bancada e estes votos serão fundamentais na hora de votar matérias consideradas cruciais pelo Planalto, como a reforma da Previdência, que exige 49 votos para ser aprovada.
Por isso, Fernando Bezerra Coelho (PE) deve ser escolhido líder do governo no Senado. Ele terá uma reunião com Lorenzoni nesta segunda-feira (11), mas só deve ser oficializado quando Bolsonaro deixar o hospital.
Presidente nacional do partido, Romero Jucá tem dito a aliados que o momento é de calma e recomposição de laços tanto internamente como com outros partidos.
Ele trabalha para conter o racha entre os grupos de Simone Tebet e Renan Calheiros. Ao mesmo tempo, começa a preparar sua saída do comando da sigla.
O roteiro da sucessão começa a ser desenhado nos próximos dias e, por enquanto, o nome que desponta para comandar o partido é o do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.
Folhapress
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