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Política

- Publicada em 05 de Fevereiro de 2019 às 01:00

Promotor se declara suspeito para investigar caso Queiroz

O promotor Claudio Calo decidiu, nesta terça-feira, se julgar suspeito para conduzir a investigação sobre o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Em seu posicionamento, Calo afirma que se reuniu com o senador após sua eleição para discutir propostas de projeto de lei de combate à corrupção.

O promotor Claudio Calo decidiu, nesta terça-feira, se julgar suspeito para conduzir a investigação sobre o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Em seu posicionamento, Calo afirma que se reuniu com o senador após sua eleição para discutir propostas de projeto de lei de combate à corrupção.

De acordo com ele, o encontro ocorreu no dia 30 de novembro, antes da divulgação do relatório do Conselho de Controle da Atividade Financeira (Coaf) que apontou a movimentação atípica na conta de Queiroz.

Em sua conta no Twitter, o promotor compartilhou dois posts de Flávio anunciando entrevistas na TV antes do caso Queiroz. Também replicou mensagem do vereador Carlos Bolsonaro (PSC) em que compara gastos da viagem do presidente Jair Bolsonaro (PSL) a Davos com os feitos por Dilma Rousseff ao mesmo destino.

Ontem, Calo havia dito que ainda não havia decidido se deixaria o caso por conta das publicações. "Não tem nada de concreto. Recebi os 11 procedimentos investigatórios ontem, no final da tarde. Não tive sequer tempo de analisá-los. Tudo que está sendo publicado é, até agora, especulação", disse. Ele também afirmou que suas manifestações no Twitter "são de professor de direito, palestrante e articulista".

Sobre o retuíte de Carlos Bolsonaro, o promotor disse que a sua interpretação sobre a mensagem do vereador não foi a crítica à mídia, mas, "aparentemente, os poucos gastos com a viagem e menos gastos para o erário". "Não rtt (retuíte) a mensagem do Carlos Bolsonaro porque criticou a imprensa, mas porque afirmou que a viagem a Davos foi pouco onerosa para o erário", disse.

Ainda nesta terça, o PSOL chegou a entrar comum requerimento no Ministério Público do Rio Janeiro pedindo a substituição do promotor no caso.

Segundo o partido, Calo "é um apoiador costumaz dos políticos Bolsonaro, do ministro Sergio Moro e de outras figuras da direita brasileira -- e faz questão de mostrar isso nas redes sociais".

A investigação do caso Queiroz foi encaminhado a Calo porque a 24ª Promotoria de Investigação Penal, a qual é vinculado, é a responsável por investigar crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro. Ele seguirá responsável pelos procedimentos de outros dez ex-deputados estaduais.

O Ministério Público investiga desde julho Queiroz, que movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. No período, ele realizou, em média, um saque de altos valores a cada dois dias.

A suspeita da Promotoria é que o PM aposentado fosse o responsável por recolher parte dos salários de funcionários do gabinete de Flávio para finalidade ainda incerta. O senador nega que tenha determinado esse procedimento. Queiroz afirmou em entrevistas que vai explicar a movimentação às autoridades.

A investigação estava a cargo do procurador-geral de Justiça do MP fluminense, Eduardo Gussem.

No ano passado, Calo assinou a denúncia contra os ex-chefes da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e Carlos Leba, acusados de crimes contra a Lei de Licitações. Na ocasião, o MP pediu o afastamento de Barbosa do cargo, o que a Justiça acabou negando.

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