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Política

- Publicada em 05 de Fevereiro de 2019 às 01:00

Poucas siglas integram 1º escalão de Bolsonaro

A composição da Esplanada dos Ministérios, em comparação com os últimos seis governos eleitos, é a que menos tem relação com o tamanho dos partidos na Câmara dos Deputados. As legendas representadas no primeiro escalão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) têm apenas 24% das vagas de deputados.
A composição da Esplanada dos Ministérios, em comparação com os últimos seis governos eleitos, é a que menos tem relação com o tamanho dos partidos na Câmara dos Deputados. As legendas representadas no primeiro escalão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) têm apenas 24% das vagas de deputados.
Ao tomar posse, em 1995, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) contemplou com cargos em seu ministério partidos que dominavam 57% da Câmara, um pouco menos do mínimo necessário para aprovar mudanças constitucionais (60%). No segundo mandato de FHC, a base de deputados com correligionários em cargos-chave ficou ainda mais ampla: 80%.
Na era petista, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou a governar com uma taxa de 42%, e, ao ser reeleito, a ampliou para 66%. Sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), manteve margens semelhantes - 63% e 64% no início do primeiro e do segundo mandatos, respectivamente.
Tanto Fernando Henrique como os presidentes petistas, que tinham uma agenda de reformas dependente do aval do Congresso, distribuíram ministérios como forma de cooptar aliados e garantir deles fidelidade. Ainda que essa fidelidade nunca tenha sido absoluta, a história recente ensina que a participação no Executivo influencia o comportamento das bancadas em votações no Legislativo.
O presidencialismo de coalizão - sistema que marcou a política brasileira no último quarto de século - é rejeitado por Bolsonaro. Seu desafio será garantir apoio no Congresso Nacional mesmo sem compartilhar o poder.
Bolsonaro, no entanto, tem a seu favor a afinidade ideológica com a maioria da Câmara. As chamadas bancadas da Bíblia, do boi e da bala (religiosos, representantes do agronegócio e defensores da liberação das armas) estão alinhadas com o discurso e algumas metas do Executivo. Essas bancadas temáticas, porém, se dividem quando o tema em votação escapa de suas esferas imediatas de atuação. Nos partidos, onde existe orientação do líder em cada voto, costuma haver mais unidade.
A reforma da Previdência, prioridade da nova administração, deve mostrar até que ponto é para valer a ruptura com o modelo de cooptação de partidos por meio da distribuição de cargos.
 
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