Ao Congresso, Bolsonaro pede 'união' e aprovação de reformas

Em mensagem ao Congresso, na abertura do novo ano legislativo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) pregou, nesta segunda-feira, "união para resgatar o Brasil". Manteve, no entanto, o tom que marcou sua campanha eleitoral, com críticas aos governos anteriores e "ideologias" atribuídas às gestões do PT. O presidente fez também um apelo aos parlamentares pela aprovação da reforma da Previdência. 

"Nosso País, de dimensões continentais e com uma população plural e de espírito livre, rejeitou essa forma de governar. Caiu por terra a mentira. E eis que vimos nascer a verdade e a esperança de quem segue em frente", afirmou o presidente na mensagem ao Congresso, que foi lida pela 1ª Secretária da Mesa Diretora, deputada Soraya Santos (PR-RJ). O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), foi incumbido da missão de levar a mensagem de Bolsonaro ao Congresso. O ministro foi criticado por parlamentares da base e da oposição por tentar influenciar as disputas pelas presidências da Câmara dos Deputados e do Senado.

Apesar de críticas a ideologias, Bolsonaro disse rejeitar a perseguição a oposicionistas, mas acrescentou que pede a eles "apenas: respeito ao País e dignidade no exercício de seu legítimo papel". 

A citação ao resgate da educação sem a chamada "doutrinação ideológica" foi aplaudida por parlamentares. "Nosso governo quer recolocar o aluno no centro do projeto educacional, a partir de professores respeitados e valorizados. É nesse ambiente de liberdade que queremos desenvolver nossas crianças", diz trecho do documento.

Nas 254 páginas da mensagem ao Congresso, Bolsonaro traça um panorama das diversas áreas do governo - infraestrutura, meio ambiente, relações exteriores - e cita suas metas para os 100 primeiros dias de governo.

O presidente ainda incluiu na mensagem referência à tragédia de Brumadinho, em Minas, que deixou centenas de vítimas. Ele disse que empenhará esforços para melhorar a fiscalização de barragens e para colaborar com as investigações. Ao menos 22 propostas apresentadas após o incidente de Mariana, em 2015, foram arquivadas na semana passada. A omissão do Congresso também impediu o aumento do valor das multas aplicadas a mineradoras.