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Política

- Publicada em 24 de Janeiro de 2019 às 01:00

Políticos e ativistas reagem ao anúncio do parlamentar

Após morte de Marielle, político passou a andar com escolta policial

Após morte de Marielle, político passou a andar com escolta policial


/ALEX FERREIRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS/JC
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) anunciou, nesta quinta-feira, que não assumirá o novo mandato para o qual foi eleito e que está fora do país, em local não revelado, com medo de ameaças à própria vida que diz ter recebido nos últimos meses.

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) anunciou, nesta quinta-feira, que não assumirá o novo mandato para o qual foi eleito e que está fora do país, em local não revelado, com medo de ameaças à própria vida que diz ter recebido nos últimos meses.

Jean estava na Câmara desde 2010 e foi reeleito para o terceiro mandato em outubro do ano passado. Desde o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), de quem era colega de partido, ele só andava com carro blindado e estava sob escolta policial.

"Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé!", escreveu o parlamentar nas redes socias.

Em entrevista em novembro, o deputado contou que passou a utilizar escolta policial para andar nas ruas por causa das ameaças que recebeu de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL). No Congresso, Jean fez oposição intensa ao então também deputado e chegou a cuspir nele, em 2016, após discussão durante a votação do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara.

Jean afirmou que não pretende informar em qual país irá viver a partir de agora e destacou que a violência contra ele teria sido banalizada nos últimos meses. Parte deste processo é atribuída por Jean à divulgação de notícias falsas, como a de que ele seria o responsável pelo projeto apelidado de "kit gay" ou de que ele teria a intenção de "homossexualizar crianças".

Nas redes sociais, o deputado disse que a decisão foi baseada em uma questão estratégica e deu a entender que pretende seguir atuando a favor das causas que já defende (ele é homossexual assumido e costuma lutar pelos direitos da população LGBT). Pouco após o anúncio, ele apagou a página oficial que mantinha no Facebook, com 1,2 milhão de seguidores.

Quem vai assumir a cadeira vaga no Congresso é o suplente, David Miranda (PSOL), que é vereador do Rio de Janeiro desde 2017. Miranda disse que se surpreendeu com a notícia. Ele não foi comunicado antecipadamente e soube do anúncio da renúncia através da imprensa.

Miranda disse ainda que considera simbólico o fato de que, a partir de fevereiro, ocupará a vaga de um homossexual assumido. Esse também é o caso dele, que é casado com outro homem há 11 anos e pai de duas crianças que foram adotadas pelo casal. "Se acham que vão acabar com um LGBT, outro de nós vai assumir", diz.

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