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Investigação

- Publicada em 21 de Janeiro de 2019 às 01:00

Comprador afirma ter pago parte de imóvel em dinheiro

O ex-jogador de vôlei de praia Fábio Guerra afirmou ontem que pagou cerca de R$ 100 mil em dinheiro ao senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) pela compra de um apartamento na Zona Sul do Rio de Janeiro, em 2017.
O ex-jogador de vôlei de praia Fábio Guerra afirmou ontem que pagou cerca de R$ 100 mil em dinheiro ao senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) pela compra de um apartamento na Zona Sul do Rio de Janeiro, em 2017.
A declaração de Guerra corrobora a versão dada por Flávio Bolsonaro neste domingo para os 48 depósitos de R$ 2 mil feitos em sua própria conta entre junho e julho de 2017 em um caixa eletrônico da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
A movimentação foi considerada atípica pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), cujo relatório foi anexado ao inquérito que investiga suspeita de prática de lavagem de dinheiro ou "ocultação de bens, direitos e valores" no gabinete do deputado estadual Flávio Bolsonaro na Alerj.
Em entrevista às emissoras de TV Record e Rede TV, Flávio afirmou que recebeu "em cash" os R$ 96 mil que ele mesmo depositou em sua conta como parte do pagamento de um imóvel que vendeu por R$ 2,4 milhões na capital fluminense.
Segundo Flávio Bolsonaro, ele havia comprado o mesmo imóvel da construtora PDG ainda na planta por um valor um pouco superior a R$ 1 milhão. A quantia, de acordo com ele, foi financiada pela Caixa Econômica Federal.
Reportagem da TV Globo mostrou que um outro trecho do relatório do Coaf destacou como movimentação atípica na conta de Flávio Bolsonaro a compra de um título da Caixa no valor de R$ 1.016.839.
O senador eleito afirmou que decidiu vender o imóvel porque a entrega dele atrasou. Ele enfatizou que a compra ocorreu com recursos lícitos obtidos com a sua atuação empresarial - ele é sócio de uma loja de chocolate em um shopping na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e tem salas comerciais alugadas na capital.
À reportagem, o comprador do imóvel de Flávio Bolsonaro confirmou ter pago cerca de R$ 100 mil em dinheiro pelo apartamento, mas não deu mais detalhes da transação.
Ele disse ter ido ao banco nesta segunda-feira para obter os extratos da compra do imóvel. O advogado do ex-jogador de vôlei de praia deve emitir uma nota à imprensa com mais informações sobre o caso.
Os dados do Coaf integram uma investigação do Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro sobre a suspeita de prática de lavagem de dinheiro ou "ocultação de bens, direitos e valores" no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, iniciada há seis meses. Entre os alvos está o ex-assessor Fabrício Queiroz, que movimentou R$ 1,2 milhão em transações suspeitas entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
Neste domingo, o jornal O Globo mostrou que um relatório do Coaf apontou que as movimentações financeiras nas contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj, atingiram R$ 7 milhões entre os anos de 2014 e 2017.
À TV Record, Flávio disse que Queiroz apresentou uma "explicação plausível" logo após a divulgação dos dados e que espera que seu ex-assessor esclareça logo o assunto às autoridades.
Flávio Bolsonaro pediu a suspensão da investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que o MP do Rio não tinha competência para investigá-lo porque ele já tinha prerrogativa de foro com a diplomação como senador. O pedido foi atendido pelo ministro Luiz Fux. Agora, cabe ao ministro Marco Aurélio Mello, relator do processo no Supremo, analisar o caso depois que o tribunal retomar as suas atividades, em 1 de fevereiro.
Na entrevista exibida neste domingo, Flávio Bolsonaro disse que não acionou o STF querendo foro privilegiado, mas apenas saber de quem é a competência para investigar o caso.

Queiroz devolveu R$ 16 mil à Alerj por auxílio irregular

O ex-policial militar Fabrício Queiroz recebeu irregularmente R$ 16,8 mil como auxílio-educação para uma das filhas entre 2007 e 2011, quando trabalhava como assessor do então deputado estadual do Rio, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL). 
O montante foi recebido como auxílio-educação para a personal trainer Nathália de Melo Queiroz. A filha do ex-assessor não tinha direito ao benefício porque, na época, trabalhava na própria Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). De acordo com as regras, a verba só pode ser concedida para dependentes que não estejam empregados. Assim como Fabrício, Nathália trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro.
A Alerj confirmou que Fabrício Queiroz recebeu os valores irregulares em três períodos: de 20 de setembro de 2007 a 4 de março de 2008; de 11 de março de 2008 a 1 de fevereiro de 2011; e de 1 de abril de 2011 a 1 de agosto de 2011.
De acordo com a Assembleia, o ex-assessor devolveu os valores em 36 parcelas. O auxílio teria sido renovado depois do caso conhecido como "bolsa fraude", em 2008. Na ocasião, todas as bolsas foram cortadas e, para conseguir uma renovação, os funcionários precisavam assinar uma declaração que estavam cientes das regras para concessão. Queiroz assinou o documento.
Segundo o G1, a situação teria sido descoberta em 2011 quando, ao tentar renovar o benefício, Queiroz forneceu o número de matrícula da filha. Por causa disso, o departamento pessoal teria percebido que Nathália era nomeada na Casa e, como tal, não teria direito ao auxílio.
A Comissão Permanente de Processo Administrativo da Assembleia analisou o caso e recomendou a devolução dos valores. A sugestão foi acatada pelo então primeiro-secretário da Casa, deputado Wagner Montes (PRB-RJ). 
Em sua defesa no processo administrativo, Queiroz declarou que "não prestou atenção no documento que assinou".