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Política

- Publicada em 20 de Janeiro de 2019 às 01:00

Novas revelações no caso Queiroz provocam temor no governo

A informação de que Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), movimentou R$ 7 milhões entre 2014 e 2017, revelada ontem pelo colunista Lauro Jardim, ampliou o temor, no Palácio do Planalto, de que o governo não consiga se blindar da repercussão negativa do caso. Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro afirmaram ontem que foram pegos de surpresa e dizem que a extensão do problema ainda é desconhecida.

A informação de que Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), movimentou R$ 7 milhões entre 2014 e 2017, revelada ontem pelo colunista Lauro Jardim, ampliou o temor, no Palácio do Planalto, de que o governo não consiga se blindar da repercussão negativa do caso. Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro afirmaram ontem que foram pegos de surpresa e dizem que a extensão do problema ainda é desconhecida.

Oficialmente, todo o primeiro escalão mantém o discurso de que se trata de uma questão particular de Flávio. Entretanto, reservadamente, admitem que o caso abala os primeiros dias de governo. O presidente faz esta semana sua primeira viagem internacional para participar do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, onde pretende fazer um discurso para se firmar como líder da América Latina.

O receio, contudo, é que essa pauta fique em segundo plano diante das novas revelações envolvendo o ex-assessor de seu filho. Diante da crise, não há previsão que Bolsonaro conceda entrevista coletiva durante a viagem. O presidente optou pela leitura de um comunicado à imprensa.

A movimentação financeira nas contas de Queiroz consta dos arquivos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Ele trabalhou no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) até outubro de 2018. Em dezembro passado, foi revelado que, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, ele movimentou R$ 1,2 milhão. O Coaf registrou que, nos dois anos anteriores, passaram por sua conta R$ 5,8 milhões, totalizando R$ 7 milhões em três anos. Até hoje Queiroz não apresentou explicação ao Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro.

Entre os incomodados com o agravamento da crise está o núcleo militar mais próximo ao presidente. A expectativa é por uma explicação convincente de Flávio. Enquanto as explicações não aparecem, o Planalto estabeleceu uma ordem de silêncio, que se estende ao Ministério da Justiça: Sergio Moro, a quem está subordinado Coaf, submergiu e não comenta as suspeitas.

O general mais próximo a Bolsonaro, o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), não quis comentar o caso. "Isso não é um problema meu. Não vou me meter nesse negócio." Moro também foi procurado pela reportagem, mas limitou a dizer "sem comentários" às perguntas feitas.

O advogado Paulo Klein, que defende Queiroz, disse ontem desconhecer o volume de recursos que passou pela conta de seu cliente entre 2014 e 2017. Desde julho do ano passado, o ex-assessor de Flávio é alvo de um procedimento investigatório criminal instaurado pelo MP pela movimentação financeira incompatível com sua renda. Chamado a dar explicações em quatro ocasiões - 14, 16, 19 e 21 de dezembro - ele não compareceu, alegando impedimento por causa de um câncer.

Segundo Klein, o fato de Queiroz estar se recuperando de uma cirurgia para a retirada de um tumor, realizada em 1 de janeiro, impossibilitou que cliente e advogado se reunissem e, portanto, que a defesa obtivesse os extratos bancários. Segundo o advogado, Queiroz está em São Paulo, no hospital Albert Einstein. O ex-assessor teve alta em 8 de janeiro.

A assessoria de Flávio Bolsonaro informou que o senador eleito não vai se pronunciar. Anteontem o senador eleito se disse "indignado" e prometeu "rebater os pontos um a um".

Integrantes do governo avaliam que houve um erro na estratégia da defesa de Flávio, que recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para paralisar a investigação do MP. Ele argumentou que o foro do caso seria o STF, já que ele assumirá o mandato no Senado em 1 de fevereiro. O pedido foi atendido pelo ministro Luiz Fux, em caráter liminar, mas o relator do caso, Marco Aurélio, já indicou que manterá a investigação na primeira instância.

Um relatório do Coaf identificou depósitos de R$ 96 mil, em dinheiro, no intervalo de um mês, na conta de Flávio. Os repasses foram feitos entre junho e julho de 2017 e aconteceram de forma fracionada: 48 parcelas de R$ 2 mil.

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