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Câmara de Porto Alegre

- Publicada em 30 de Janeiro de 2019 às 01:00

Vereadores aprovam mais de 80% dos projetos do governo

Dos 36 vereadores presentes na casa, 14 jamais votaram contra Marchezan

Dos 36 vereadores presentes na casa, 14 jamais votaram contra Marchezan


MARCO QUINTANA/JC
O Jornal do Comércio elencou 25 projetos encaminhados, em 2018, pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) à Câmara Municipal cujas votações foram nominais e analisou como se comportou cada vereador. Assim, surgiu o "Marchezômetro", uma espécie de termômetro que mede o quanto cada parlamentar está distante ou próximo politicamente do Paço Municipal.
O Jornal do Comércio elencou 25 projetos encaminhados, em 2018, pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) à Câmara Municipal cujas votações foram nominais e analisou como se comportou cada vereador. Assim, surgiu o "Marchezômetro", uma espécie de termômetro que mede o quanto cada parlamentar está distante ou próximo politicamente do Paço Municipal.
O levantamento revelou que o Legislativo da Capital votou a favor do governo municipal em 83,88% das votações. Dos 36 vereadores presentes na casa, 14 jamais votaram contra Marchezan - o que representa quase 39% dos parlamentares. Outros cinco vereadores contrariaram o prefeito apenas uma vez em plenário - somados, garantiram a maioria absoluta, necessária para aprovar projetos de leis complementares, que precisam do aval de 19 vereadores, primeiro número acima da metade.
Dos que apoiaram os projetos do tucano em 100% das apreciações, seis não faziam parte da base do governo (pelo menos até dezembro, quando o MDB ingressou oficialmente na gestão Marchezan). São eles: Reginaldo Pujol (DEM), 23 votos "sim"; Comandante Nádia (MDB), hoje Secretária Municipal do Desenvolvimento Social e Esporte, 22 votos; Mendes Ribeiro (MDB), 22 votos; Cláudio Conceição (DEM), 15 votos; Idenir Cecchim (MDB), 13 votos; e Valter Nagelstein (MDB), 11 votos "sim" (como presidente do Parlamento no exercício de 2018, Nagelstein tinha a prerrogativa de não votar, mas optou por fazê-lo em algumas matérias).
MDB e DEM se declaravam independentes no discurso de seus parlamentares, mas demonstravam afinidade com o governo nos momentos decisórios. Respectivamente, acompanharam as pautas do prefeito em 96,73% e 92,45% dos casos. Em cada sigla, apenas um vereador votou contra Marchezan em alguma oportunidade.
Do lado emedebista, André Carús escolheu o "não" três vezes no painel, sendo o 20º vereador mais governista, com 87,5% de afinidade. No DEM, Thiago Duarte destoou de seus companheiros de bancada, tendo contrariado Marchezan quatro vezes em votações diretas. É o 9° vereador com menos alinhamento com o prefeito, acompanhando-o em 78,94% das apreciações.
Outro personagem do Legislativo que se destacou em meio a sua bancada foi o vereador Márcio Bins Ely. Eleito pelo PDT, sigla de Ciro Gomes a nível nacional e mais identificada com a centro-esquerda, acompanhou a base governista em 93,75% das votações, tendo se manifestado contrariamente somente a um projeto do tucano. Bins Ely é o 17º vereador que mais votou com Marchezan, ficando à frente de parlamentares da base do governo, como Cassiá Carpes (PP), que tem 91,66% de afinidade, e Rodrigo Maroni (Pode), 90,9%.
Somados, os três pedetistas da casa votaram com o governo em 86,95% dos projetos. Bins Ely votou 15 vezes favoravelmente e uma vez contrário. João Bosco Vaz contabilizou 20 "sim" e quatro "não", enquanto Mauro Zacher, que esteve presente em apenas seis apreciações de projetos do Executivo, votou cinco vezes com o governo.
Se a centro-esquerda pedetista não passou longe da base de Marchezan, os partidos ideologicamente mais ligados à esquerda não fizeram jus a uma das principais críticas recebidas em 2018. Durante o ano, não foram poucas as vezes em que a dobradinha PT-PSOL foi acusada pelas lideranças governistas de "fazer oposição por oposição" e se posicionar contrariamente por motivações eleitorais.
No entanto, o bloco de oposição votou favorável a projetos de Marchezan em 50,6% das apreciações. Mesmo assim, as duas siglas foram as responsáveis por fazer o mais forte enfrentamento às pautas governistas. Destaca-se o parlamentar Alex Fraga (PSOL), que percentualmente foi o principal opositor do prefeito na Câmara, tendo acompanhado o Executivo em 43,47% das votações. Fraga apertou 13 vezes no botão "não" ao analisar as propostas tucanas.
Ao todo em 2018, o governo enviou 34 projetos à Camara,tendo 32 aprovados - êxito de 94%. No levantamento feito pelo JC, foram consideradas apenas as 25 matérias que tiveram votação nominal.
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Mesmo com vitórias, faltou apoio a propostas prioritárias

Mesmo com o alto índice de aprovação aos projetos, o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) conseguiu sucesso em apenas uma das três matérias que havia apontado como prioritários no início do ano: a Previdência Complementar.
A POA/Prev - reforma da Previdência - passa a aposentadoria do regime de repartição simples, no qual os servidores ativos financiam a aposentadoria dos inativos, para o regime de capitalização, em que cada municipário, ao longo dos anos, financia sua aposentadoria.
Quanto à revisão da planta de valores do IPTU, proposta de maior impacto da atual gestão, a base aliada percebeu que não teria votos suficientes e a retirou da pauta prestes a ser votada. Já o Projeto de Lei Complementar do Executivo (PLCE) 8/18, que alterava a carreira dos servidores, foi derrotado por 22 votos a seis.
Se esses eram dois dos principais projetos em 2018, a previsão é de que continuem sendo prioritários neste ano. O governo, que se encerra em 2020, já avisou que não desistirá do novo IPTU e reenviará outras propostas de alterações na carreira dos servidores públicos.