O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Novo), disse, ontem, que há um consenso no governo para que o Brasil permaneça no Acordo de Paris, que estabelece metas entre os signatários para redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. Durante a campanha e depois de eleito, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) criticou por diversas vezes o acordo e sinalizou que o Brasil poderia abandoná-lo.
Segundo Salles, "por ora", o Brasil permanece comprometido com a agenda. Entretanto, segundo o ministro, a implementação ocorrerá de forma a evitar prejuízos aos empresários brasileiros. "Há pontos importantes no acordo que a gente quer valorizar, como aqueles que podem trazer recursos financeiros para o País", afirmou, após participar de um almoço promovido pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).
Segundo o ministro, há pontos mais sensíveis que dizem respeito à transformação de princípios, valores ou ideias na legislação nacional. "Restrição a gerenciamento do território, políticas públicas, nós vamos olhar com muito cuidado, porque o Brasil tem autonomia, como todo país, e deve conseguir tomar conta do território de acordo com seus interesses e prioridades", disse.
Salles confirmou, ainda, que pretende acelerar a concessão dos parques nacionais para a iniciativa privada. Mas, segundo o ministro, até o momento, não foi estabelecido um cronograma de trabalho para fazer as concessões. Salles disse, no entanto, que tem como modelo o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná.