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Política

- Publicada em 19 de Dezembro de 2018 às 09:55

Em nota, Kassab diz confiar na Justiça brasileira

Kassab diz estar muito tranquilo e se coloca a disposição para colaborar com investigação

Kassab diz estar muito tranquilo e se coloca a disposição para colaborar com investigação


ANTÔNIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL/JC
Agência Estado
Atualizada às 14h30min.
Atualizada às 14h30min.
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação, Gilberto Kassab (PSD), que nesta quarta-feira (19), é alvo de busca e apreensão da Polícia Federal, disse em nota que confia na Justiça brasileira, no Ministério Público e na imprensa.
O ex-prefeito de São Paulo diz, ainda, saber que as pessoas que estão na vida pública estão corretamente sujeitas à especial atenção do Judiciário. Na nota, o ministro reitera que está sempre à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários, destacando que todos os seus atos seguiram a legislação e foram pautados pelo interesse público.
A ação da PF foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e tem origem no acordo de colaboração dos executivos do grupo J&F. A procuradora-geral da República Raquel Dodge afirma que o ministro recebeu R$ 58 milhões do grupo.
No final da manhã em entrevista por telefone, Gilberto Kassab disse estar "muito tranquilo" quanto à legalidade dos serviços prestados por sua empresa à JBS e das doações feitas pela companhia ao PSD. Kassab disse que espera que o andamento das investigações demonstre que todas as movimentações citadas ocorreram dentro da legalidade.
"A PGR ainda não concluiu seu trabalho - isso está evidente - e certamente esclarecerá todos esses pontos. Esta ainda é uma fase de apuração e eu me coloquei à disposição para colaborar como puder. Todos os documentos relacionados a esse assunto já foram devidamente encaminhados", afirmou Kassab.
Com base na delação da JBS, a Procuradoria-Geral da República aponta que Kassab teria recebido R$ 350 mil reais por meio de uma empresa de sua propriedade, a Yape Consultoria. O valor total pago, segundo afirmações de Wesley Batista, um dos donos do frigorífico, seria de R$ 30 milhões. Além disso, a investigação apura o pagamento de R$ 28 milhões ao diretório nacional do PSD, que, segundo os delatores, teria por objetivo comprar o apoio da sigla em favor do PT. Kassab nega irregularidades em ambos os casos.
 
Ao falar especificamente sobre o contrato de sua empresa com a JBS, Kassab insistiu que a operação ocorreu dentro da legalidade e se refere a serviços de locação de caminhões. "Eu estou muito tranquilo quanto à legalidade de todos os serviços prestados pela minha empresa", afirmou.
 
O ministro insistiu no fato de o contrato ter sido firmado antes de a contratante ser adquirida pela JBS. A empresa em questão era o frigorífico Bertin, que foi alvo de denúncias durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi adquirido em 2009 pela JBS.
 
"Todos os serviços contratados foram prestados. Foram serviços de naturezas diversas", disse Kassab. "Esta minha empresa atuava no transporte de cargas. E eu tive diversos outros clientes. Toda a documentação vai atestar isso", continuou.
Kassab comentou ainda o fato de a Polícia Federal ter encontrado R$ 301 mil em dinheiro vivo em seu apartamento localizado no bairro dos Jardins, em São Paulo. "Esta é uma consequência do bloqueio de bens com o qual estou convivendo", afirmou o ministro.
 
Em setembro deste ano, o juiz José Gomes Jardim Neto, da 9ª Vara da Fazenda Pública da capital, abriu ação de improbidade contra Kassab e determinou o bloqueio de R$ 21 milhões. O caso se refere ao suposto recebimento de valores por meio de caixa 2, entre 2008 e 2014.
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