O MDB decidiu que vai participar da gestão do governador eleito, Eduardo Leite (PSDB). Em votação que ocorreu na manhã desta segunda-feira (17), na sede estadual, em Porto Alegre, o diretório do partido aprovou o ingresso no futuro governo com 47 votos a favor, nove contrários e dois nulos. Nesta quarta-feira (19), será a vez do diretório municipal na Capital avaliar se vai participar da base aliada do prefeito Nelson Marchezan Júnior, também do PSDB.
A decisão de entrar na gestão de Leite é tomada menos de dois meses após o governador José Ivo Sartori (MDB) ter sido derrotado pelo tucano, no segundo turno da eleição estadual para o Palácio Piratini.
Durante o debate no diretório do MDB, os principais opositores ao ingresso foi o ex-candidato a prefeito de Porto Alegre, deputado estadual eleito Sebastião Melo e pelo deputado estadual reeleito Tiago Simon, filho do ex-senador e ex-governador Pedro Simon, que também estava na reunião. Melo e Tiago sustentaram que, para fazer a defesa de pautas convergentes de Leite e Sartori, o partido não precisaria estar no governo. O argumento da semelhança de plataformas foi usado para justificar o ingresso.
Simon afirmou, durante a reunião, que "entrar no governo reforça a imagem fisiológica do partido, principalmente a nacional". Neste caso, a decisão acabaria atingindo a imagem da sigla gaúcha que ficava mais alheia a essa imagem.
O líder do governo Sartori na Assembleia Legislativa, Gabriel Souza, citou que, na bancada emedebista no Legislativo, dois deputados não votarão pelo aumento das alíquotas do imposto estadual. Um deles é Edson Brum. O deputado federal Alceu Moreira admitiu que o ingresso causa constrangimento aos filiados, dizendo que ele mesmo tem este sentimento. "Mas sentimentos pessoais são irrelevantes diante da votação do diretório", finalizou Moreira.