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investigação

- Publicada em 13 de Dezembro de 2018 às 01:00

Coaf traz movimentação suspeita de 75 servidores da Assembleia Legislativa do Rio

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou ontem que não tem como falar sobre a vida de assessores do irmão, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou ontem que não tem como falar sobre a vida de assessores do irmão, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
"Lamento informar, mas a vida de um assessor do Flavio ou de algumas pessoas lá, assessores, eu não tenho como informar. Eu sou a pessoa errada para esse tipo de pergunta", afirmou ao deixar reunião da bancada do PSL no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde funciona o gabinete de transição.
O deputado encerrou a entrevista logo depois de ter sido questionado sobre um relatório do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) que apontou movimentação atípica do policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio.
Na semana passada, ao ser questionado, ele disse não saber do assunto e não respondeu sobre o caso. Agora, argumentou ser deputado federal e passar maior parte do tempo entre Brasília e São Paulo.
O relatório foi produzido pelo Coaf como parte da Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato.
Deflagrada há um mês, a operação prendeu sete deputados da Assembleia do Rio, além de expedir novos mandados de prisão a outros três que já estavam detidos. Eles são suspeitos de receber mesada para apoiar o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, condenado por corrupção. Flávio Bolsonaro, que é atualmente deputado estadual no Rio, não estava entre os alvos da operação.
De acordo com o relatório do Coaf, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Uma das transações de Queiroz citadas no relatório do Coaf é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Eduardo Bolsonaro afirma ser 'pessoa errada' para falar sobre relatório que cita assessor do irmão

O relatório produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre as transferências de recursos assessores e ex-assessores de deputados estaduais identificou, ao todo, 75 servidores e ex-servidores com "movimentação financeira suspeita registrada em contas de suas titularidades". Essas transações envolvem funcionários e ex-funcionários de, ao menos, 20 deputados com mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e que integram 14 partidos de diferentes matizes ideológicas.
No documento do Coaf, está descrito, ainda, que, "ademais, foram citados neste relatório outros 470 servidores e ex-servidores da Alerj na condição de remetentes ou destinatários de recursos". O Coaf finalizou o documento em 3 de janeiro deste ano e avaliou as transações financeiras feitas entre janeiro de 2016 a janeiro de 2017.
Um dos 75 é Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL). Além de Queiroz, funcionários de outros deputados foram alvo do Coaf. Entre os que movimentaram de forma atípica os maiores valores estão ou estavam lotados no gabinete do deputado estadual André Ceciliano (PT), que está presidindo a Alerj atualmente. O total movimentado no período foi de R$ 49,3 milhões. Em seguida, estão funcionários e ex-funcionários do gabinete do deputado Paulo Ramos (PDT), que movimentaram atipicamente R$ 30,3 milhões no período.
De modo geral, o Coaf encontrou "fluxo atípico, tanto a crédito como a débito". O relatório mostra que, em "uma parte dos analisados, os créditos recebidos de outros servidores por meio de transferências e/ou recebidos por meio de depósitos em espécie, por vezes, superou o montante recebido a título de salários". A movimentação atípica não configura um ilícito por si só.