A equipe do governo de transição definiu o nome do general Maynard Marques de Santa Rosa para comandar o Programa de Parceria de Investimentos (PPI), que continuará vinculado à Secretaria-Geral.
O nome de Santa Rosa foi confirmado pelo futuro ministro-chefe da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno (PSL).
O comando do PPI, que centralizará as privatizações e as concessões do governo de Jair Bolsonaro (PSL), é alvo de disputa interna do futuro governo. "É uma área estratégica para o presidente e será mantida na Secretaria-Geral", afirmou Bebianno à reportagem.
Santa Rosa é general da reserva e já chefiou o departamento Pessoal do Exército durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele foi exonerado pelo então ministro da Defesa, Nelson Jobim, depois da veiculação, na imprensa, de trechos de uma carta na qual criticava a Comissão Nacional da Verdade, criada para investigar crimes de violação aos direitos humanos durante o regime militar.
A área de infraestrutura se tornou uma espécie de prova de fogo para a proposta do presidente eleito, de promover o fim das negociações políticas na destinação de verbas para obras públicas - o conhecido toma lá dá cá.
Desde a campanha, ele queria deixar a área com os militares, mas vem sofrendo forte pressão de segmentos políticos e empresariais. Com a definição do PPI nas mãos de um militar, resta ainda decidir o futuro de outras áreas de infraestrutura, como o Ministério de Minas e Energia e o de Transportes, Portos e Aviação Civil.
Um dos cotados para a área de parcerias e privatizações foi Pablo Tatim, hoje braço direito do futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM). O vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão (PRTB), também chegou a pedir que o programa ficasse aos seus cuidados.
Ficou definido, contudo, que a Secretaria-Geral manterá a estrutura de hoje, o PPI e também a Secom.
De acordo com Bebianno, outro general da reserva, o ex-comandante do Haiti Floriano Peixoto Vieira Neto, cuidará da parte de contratos de publicidade do governo.
Ele está analisando, por exemplo, os contratos que estão em andamento e vencem nos próximos meses, como os que cuidam das redes sociais e outros canais institucionais. O futuro chefe da Secretaria-Geral disse ainda que a Secom será dividida em duas áreas: uma que cuidará de publicidade e comunicação institucional e outra, do contato com a imprensa, função que será assumida por um porta-voz do futuro governo. "O porta-voz será escolhido pelo próprio presidente", disse Bebianno.
Na semana passada, Bolsonaro cogitou a possibilidade de indicar como ministro da Secom um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).